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Imagem: GMM's

Em 6 de agosto de 2025, o rover Curiosity, da NASA, celebra 13 anos de operação contínua em Marte. Lançado em 26 de novembro de 2011 e pousado com sucesso no planeta vermelho em 6 de agosto de 2012, o robô de seis rodas tornou-se um dos mais longevos e bem-sucedidos exploradores espaciais da história.

Durante esses anos, o Curiosity percorreu mais de 33 quilômetros na superfície marciana, subindo montanhas, atravessando planícies e analisando rochas em busca de pistas sobre o passado do planeta. Seu principal objetivo é estudar a habitabilidade de Marte no passado — ou seja, entender se o ambiente já foi propício para abrigar vida microbiana.

Novas habilidades para um explorador veterano
Mesmo com mais de uma década de operação, o Curiosity não parou de evoluir. Recentemente, a NASA atualizou seu software, fornecendo novas habilidades que aumentam sua autonomia e eficiência. As melhorias incluem:

  • Navegação mais inteligente: O rover agora consegue traçar rotas mais seguras e rápidas ao identificar obstáculos com mais precisão, reduzindo o tempo de espera por comandos da Terra.
  • Melhoria na análise de solo e rochas: Com ajustes nos algoritmos, o Curiosity pode identificar com mais clareza quais amostras são mais promissoras para análise química.
  • Uso mais eficiente de energia: Mesmo após anos de operação, o rover continua funcionando com seu gerador termoelétrico movido a plutônio, e agora consegue gerenciar melhor seu consumo energético.
Explorando o Monte Sharp
Atualmente, o Curiosity está escalando as encostas do Monte Sharp, uma montanha de 5 quilômetros de altura situada no centro da cratera Gale. As camadas do monte contam a história geológica de Marte, oferecendo pistas valiosas sobre as mudanças climáticas que o planeta sofreu ao longo de bilhões de anos.

Nas últimas semanas, o rover detectou sinais de antigos fluxos de água em áreas mais altas da montanha, um achado surpreendente, já que se acreditava que a água líquida havia desaparecido muito antes dessas camadas se formarem.

Um legado científico impressionante
Ao longo de 13 anos, o Curiosity enviou mais de 1 milhão de imagens e realizou inúmeras análises químicas de rochas e solos. Foi graças a ele que descobrimos, por exemplo, que Marte teve ambientes aquáticos estáveis por milhões de anos — um fator essencial para a vida como conhecemos.

Com o sucesso do Curiosity, a NASA inspirou novas missões, como o rover Perseverance, que chegou ao planeta em 2021 com a missão de coletar amostras que, futuramente, poderão ser trazidas de volta à Terra.

O futuro do Curiosity
Mesmo sendo um "senhorzinho" em termos tecnológicos, o Curiosity ainda tem muito a contribuir. A NASA não determinou uma data para encerrar a missão, e enquanto seu sistema de energia e equipamentos permanecerem funcionais, ele continuará explorando, descobrindo e nos conectando com os mistérios de Marte.

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A Lua Está Nos Abandonando?
Imagem: GMM's

A ideia de que a Lua está se distanciando da Terra pode parecer alarmante, mas esse processo ocorre de forma extremamente lenta e em uma escala de tempo imensa. Mesmo assim, esse afastamento contínuo pode ter implicações significativas para o futuro do nosso planeta. Pesquisas recentes, como as conduzidas pelo geólogo He Huang, da Universidade de Tecnologia de Chengdu, na China, revelam como essa separação gradual já está influenciando a Terra há milhões de anos.

Como o Afastamento da Lua Afeta a Terra?
Imagem: GMM's

A imagem ilustrando como o afastamento da Lua afeta a Terra. Ela mostra a Lua se distanciando, com setas indicando a diminuição da força gravitacional. As marés na Terra aparecem menos pronunciadas, e setas e linhas curvas indicam a desaceleração da rotação da Terra, resultando em dias mais longos ao longo do tempo.

A Lua exerce uma poderosa influência gravitacional sobre o nosso planeta, impactando não apenas as marés, mas também a rotação da Terra. O estudo de Huang mostrou que, à medida que a Lua se afasta, a Terra tem girado mais rapidamente, o que, paradoxalmente, tem causado um aumento na duração dos dias ao longo de milhões de anos. Em termos práticos, o dia terrestre se alongou em cerca de 2,2 horas.

Embora pareça uma mudança sutil, esse fenômeno tem efeitos profundos na Terra. A desaceleração da rotação do planeta pode alterar os ciclos naturais, como a oxigenação da atmosfera, que foi crucial para o surgimento e desenvolvimento de formas de vida complexas.

Evidências Científicas e Marélites
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram rochas chamadas marélites, que são vestígios de antigos ciclos de marés registrados nas camadas sedimentares. Essas rochas servem como arquivos naturais das interações entre a Terra e a Lua ao longo do tempo. Ao utilizar modelos matemáticos avançados, Huang e sua equipe conseguiram recriar as interações gravitacionais e identificar mudanças no comportamento da Terra em resposta ao distanciamento da Lua.

Momentos Críticos na História da Terra
O estudo identificou dois momentos cruciais em que a rotação da Terra foi profundamente alterada. Um deles ocorreu há cerca de 541 milhões de anos, durante a explosão cambriana, quando uma imensa diversidade de formas de vida emergiu. O outro ocorreu entre 340 e 280 milhões de anos atrás, durante um período de intensas glaciações. Esses eventos coincidem com mudanças climáticas significativas e transformações na biodiversidade.

O Futuro: O Que Esperar?
A pesquisa sugere que o afastamento da Lua continuará a impactar a Terra nos próximos milhões de anos. À medida que a Lua se distancia, os dias terrestres vão se alongar ainda mais, e o impacto sobre os processos naturais do planeta pode se intensificar. No entanto, essas mudanças ocorrerão de maneira extremamente lenta, tornando difícil perceber seus efeitos imediatos.

O estudo de He Huang oferece uma nova perspectiva sobre a complexa interconexão entre a Terra e seu satélite natural. Pequenas mudanças cosmológicas, como o distanciamento da Lua, podem ter consequências de longo prazo para o nosso planeta, alterando até mesmo a maneira como vivemos e interagimos com o meio ambiente.

A Complexidade das Transformações Cosmológicas
O distanciamento da Lua é apenas um exemplo de como pequenas mudanças no cosmos podem desencadear grandes transformações na história da Terra. Desde a rotação do planeta até os ciclos atmosféricos e climáticos, as interações entre corpos celestes têm desempenhado um papel vital na moldagem dos ecossistemas terrestres.

As descobertas de Huang e sua equipe ressaltam a importância de entender essas relações cósmicas. Continuar a investigar esses fenômenos pode nos ajudar a prever melhor o futuro da Terra e a compreender como forças externas, aparentemente distantes, podem ter um impacto profundo na vida que conhecemos.

 O Passado e o Futuro da Terra Interligados
O estudo de Huang não só lança luz sobre a história geológica da Terra, como também nos oferece uma visão fascinante de como o nosso planeta pode evoluir no futuro. À medida que o afastamento da Lua continua, as mudanças resultantes na Terra, embora lentas, podem ser significativas.

Compreender esses fenômenos é crucial para responder questões sobre o futuro da Terra e da vida que ela sustenta. Afinal, o cosmos e seus ciclos influenciam não apenas o nosso presente, mas também o nosso destino a longo prazo.

Muitos investigadores estão em busca de respostas para desvendar os mistérios que envolvem o Stonehenge. Estes monumentos pré-históricos, encontrados em diversas regiões do globo, têm mantido a humanidade intrigada ao longo de milênios. Embora, em um dado momento, tenha-se suspeitado que os antigos Druidas fossem os artífices por trás de sua construção, essa teoria foi prontamente descartada.


Ao mergulharmos nos registros históricos mais remotos, datados de 2.400 anos atrás para os Druidas e de 4.000 a 5.000 anos atrás para o Stonehenge, surge a percepção quase impossível de que a civilização Druida poderia ter erguido esses monumentos. Mesmo ao estendermos nossa consideração para um período anterior, antes do documento histórico mais antigo sobre os Druidas, os cientistas veem como pouco plausível que essa antiga sociedade estivesse presente durante o processo de construção do Stonehenge.

Imagem: Apostolis Giontzis - Shutterstock

Essa desconcertante disparidade temporal entre os registros históricos dos Druidas e a idade dos monumentos suscita mais interrogações do que respostas, alimentando a persistente incerteza que envolve o enigma do Stonehenge. A busca por compreender os construtores reais desse intrigante legado pré-histórico permanece, assim, uma jornada desafiadora e fascinante para os pesquisadores contemporâneos.

De acordo com as análises da renomada pesquisadora emérita de pré-história, Caroline Malone, não se encontrou qualquer vestígio desse povo específico em Stonehenge. Em contrapartida, Malone destaca a presença de rituais calendáricos complexos no local, associados ao solstício, à morte, ao renascimento e a eventos comunitários. A professora lança luz sobre um aspecto intrigante em relação aos druidas: ao que parece, eles não reverenciavam o Sol ou o solstício, contrariando a crença popular. Nenhum dos sítios rituais da Idade do Ferro sugere tal devoção ou prática.

O layout circular de Stonehenge, alinhado com os movimentos do Sol, é um elemento de particular relevância. Os estudiosos conjecturam que os construtores dessas estruturas consideravam o local como um espaço sagrado e religioso. Essa interpretação diverge da suposição comum de que os druidas, frequentemente associados à cultura celta, estavam diretamente ligados a cultos solares. A pesquisa de Malone reforça a ideia de que Stonehenge servia a propósitos cerimoniais mais amplos, envolvendo complexos rituais vinculados ao cosmos e à vida comunitária, em oposição a uma adoração direta ao Sol ou ao solstício.

Num artigo de 2013, divulgado na revista Archaeology International, o professor de pré-história britânica da University College London, Mile Parker Pearson, afirmou que "autores clássicos mencionavam que druidas antigos praticavam adoração exclusivamente em bosques arborizados — sem qualquer menção à conexão entre druidas e pedras [monumentos], muito menos Stonehenge".

Essa situação ganha uma aura ainda mais intrigante quando os estudiosos observam o comportamento dos druidas contemporâneos, surgidos há aproximadamente 300 anos, pois estes se identificam com Stonehenge, e muitos fazem peregrinações ao local nos solstícios. É evidente que as práticas contemporâneas podem não guardar relação com aquelas empregadas pelos druidas antigos, que desapareceram há 1.200 anos, durante a Idade Média.

Por que a associação entre Stonehenge e os Druidas persiste?
Esta indagação continua a ecoar: diante de inúmeras evidências que desvinculam os antigos druidas do Stonehenge, por que os cientistas ainda seguem por esse caminho?

Ronald Hutton, professor de história da Universidade de Bristol, no Reino Unido, esclarece que "os druidas estão ligados a Stonehenge através do sacerdócio pagão da Grã-Bretanha quando [registros escritos surgem] e, assim, quando perceberam que o monumento foi erigido pelos britânicos pré-históricos no século XVIII, imediatamente presumiram que os druidas eram os responsáveis por isso".

Esse equívoco persistiu até 1960, quando "o público, em geral, tomou conhecimento, após avanços significativos na arqueologia, de que o monumento foi construído dois mil e meio anos antes do período em que os druidas são mencionados em fontes antigas", concluiu Hutton.

© Foto / Pixabay / virin000

Enquanto as terras raras estão em alta demanda devido ao papel que desempenham na transição para uma economia mais verde, a Europa e os EUA seguem sendo dependentes das importações em um mercado dominado pela China.

Um estudo realizado pela Norwegian Petroleum Directorate identificou uma quantidade "significativa" de minerais e metais nas profundezas de seu mar, que vão desde cobre até preciosas terras raras.

"Dos metais encontrados no fundo marinho na área de estudo, o magnésio, nióbio, cobalto e minerais de terras raras são encontrados na lista da Comissão Europeia de minerais críticos", comunicou a empresa.

Os recursos estimados das áreas remotas nos mares da Noruega e da Groenlândia somam aproximadamente 38 milhões de toneladas de cobre e 45 milhões de toneladas de zinco acumulados em compostos polimetálicos.

Além disso, existem 24 milhões de toneladas de magnésio, 3,1 milhões de toneladas de cobalto e 1,7 milhão de toneladas de cério, um elemento de terras raras usado em ligas.

Atualmente, a Europa e os EUA dependem das importações destes minerais, considerados críticos na região e cujo mercado é dominado pela China.

Nos EUA, atualmente há apenas uma mina de terras raras em funcionamento, de propriedade da empresa norte-americana MP Materials. No entanto, os óxidos dos minerais de terras raras extraídos são enviados para a China para processamento posterior.

Pesquisa da Universidade de Pequim mostra que a velocidade do eixo terrestre vem se igualando à do próprio planeta desde 2009


Mudanças no eixo de rotação são novas provas da ação do ser humano sobre a natureza

Estudo da Universidade de Pequim, desenvolvido pelos cientistas Yi Yang e Xiaodong Song, sismólogos da instituição, mostra que o núcleo da Terra vem desacelerando e igualou sua velocidade à do planeta Terra. O artigo que resume a pesquisa foi publicado na revista Nature Geoscience e surpreendeu os próprios envolvidos que estudam o fenômeno desde o ano de 1995.

Na prática, a redução da velocidade do núcleo interno da Terra altera o funcionamento do planeta influenciando a duração dos dias, o mar e o clima. A constatação é que a velocidade foi reduzida em 2009 quando se igualou o que alterou os campos gravitacionais e magnéticos da terra. O tempo de um dia, por exemplo, tem uma relação direta com a rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.

Ao El País, Xiaodong Song explicou que, nos últimos anos, os dias estão mais curtos e isso pode sim ter relação com essa mudança. “Com a alteração no campo gravitacional podem ocorrer deformações na superfície do planeta o que impacta diretamente no nível do mar.”


Dados e imagens obtidos pela missão Dawn, da NASA, forneceram uma visão incrível da superfície do planeta Ceres, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. De acordo com o geocientista, Scott King, do Virginia Tech College of Science, a visão de Ceres era muito nebulosa e difícil de identificar.

Em varreduras telescópicas anteriores, Ceres não tinha características distintas em sua superfície. Então, em 2015, os cientistas conseguiram observar até mesmo a composição e as estruturas do planeta, o que revelou uma atividade geológica inesperada. Até então, pensava-se que Ceres estava inativo, já que era tão pequeno.


Em vez disso, Dawn observou que ao redor do objeto, no cinturão de asteroides, havia fraturas em rochas agrupadas de um determinado local, bem como a missão identificou sinais óbvios de um mundo oceânico, com depósitos de minerais condensados por toda a superfície. Esses depósitos eram o sinal de um oceano congelante.

King nutria certa curiosidade sobre Ceres, ele não compreendia plenamente como um corpo tão pequeno quanto esse planeta poderia produzir o calor necessário para suportar tal nível de atividade geológica, capaz de justificar as características da superfície observadas por Dawn.


Felizmente, através da modelagem computacional, ele e uma equipe de cientistas, em conjunto com o Serviço Geológico dos Estados Unidos e o Instituto de Ciência Planetária descobriram que a decomposição de elementos radioativos, no interior de Ceres, mantêm o planeta ativo.

Reprodução da superfície do planeta anão Ceres (Imagem: Andamati/Shutterstock)

Elementos radiativos influenciam a atividade de Ceres
Os estudos feitos por King sobre planetas grandes como a Terra, Vênus e Marte sempre indicaram que os planetas começam quentes. Esse calor é oriundo da colisão entre objetos que formam o planeta. Entretanto, segundo King, Ceres, nunca ficou grande o suficiente para se tornar um planeta e gerar calor da mesma maneira.

O modelo feito pela equipe indicou que Ceres começou frio e passou a se aquecer a partir da decomposição de elementos radioativos como urânio e tório. Esse processo perdurou até o interior do planeta se tornar instável, com uma parte se movendo para cima e outra para baixo. Esse movimento poderia explicar algumas das características encontradas na superfície de Ceres.

Portanto, de acordo com o modelo da equipe, Ceres não seguiu o padrão típico de formação de planetas. Segundo King, “o que mostramos neste artigo é que o aquecimento radiogênico por si só é suficiente para criar geologia interessante”. Agora, a pedido da NASA e da Fundação Nacional de Ciência recentemente, o geocientista irá replicar esse modelo, com algumas melhorias, nas luas de Urano, para descobrir como são os seus interiores.


Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona e da Escola de Exploração da Terra e do Espaço estão investigando as “Grandes Províncias de Baixa Velocidade de Cisalhamento” (ou, na sigla em inglês, “LLSVPs”) – basicamente, duas bolhas gigantescas localizadas no manto da Terra, uma sob a África e outra abaixo do Oceano Pacífico – para tentar entender mais sobre…bem, sobre o que exatamente elas são.

Essas bolhas gigantes do nosso manto fazem jus ao adjetivo: ambas têm mais ou menos o tamanho médio de um continente e são cerca de mil vezes mais altas que o Monte Everest – vulgo “a maior montanha da Terra”. Diversos estudos já foram conduzidos sobre elas, mas poucos renderam informações muito contundentes: sabemos que elas são maleáveis e seus formatos são imprevisíveis e complicados, mas não sabemos como elas foram criadas ou chegaram à forma atual.

As LLSVPs – “bolhas” continentais posicionadas no manto da Terra – ainda intrigam diversos cientistas, que seguem estudando seu funcionamento e sua influência em eventos como terremotos e erupções (Imagem: Yuan/Li/Reprodução)

As teorias sobre isso também são várias – um estudo de 2021, conduzido por Qian Yuan, da universidade no Arizona, rege que elas podem ser restos do choque da “proto Terra” contra “Thea”, o corpo espacial que bateu contra nós e supostamente formou a Lua.

Agora, os mesmos autores lançam mão de um novo estudo, onde usam modelagem geodinâmica baseada em pesquisas anteriores para criar um modelo analítico das LLSVPs, obtendo mais informações por meio de observação simulada.

Os dois pesquisadores conseguiram descobrir algumas informações adicionais: as alturas de ambas as bolhas do manto dependem da viscosidade do material em volta delas, bem como suas respectivas densidades. É por isso, por exemplo, que a bolha da África é cerca de 1.000 km mais alta que sua contraparte oceânica, mas a bolha do Pacífico é mais estável e antiga.

“Nossos cálculos indicam que o volume inicial das bolhas não afeta suas alturas”, disse Yuan. “A LLVP africana teve um crescimento mais recente, dentro do tempo geológico”, adicionou Li. “Isso pode explicar a topografia mais elevada e o vulcanismo intenso na África oriental”.

Em termos práticos, pela bolha da África ser mais nova e mais instável, faz sentido que o terreno africano acima dela sofra com alterações mais severas de topografia. Em outras palavras: terremotos, vulcanismo…todas essas atividades geológicas podem ter um impacto acrescido na região – o aumento de tamanho das bolhas gigantes no manto da Terra também têm relação com os movimentos de placas tectônicas.

Não que as coisas sejam mais fáceis em sua “irmã”: o Oceano Pacífico é rodeado pelo chamado “Anel de Fogo”, uma área em formato de ferradura que começa na região da Nova Zelândia e vai até a falha submarina Peru-Chile. Tudo o que está dentro dessa “ferradura” também conta com alta atividade geológica – Tonga, onde uma recente explosão teve uma onda de choque tão poderosa que seu som cruzou o mundo duas vezes, está nessa área, por exemplo.

Ainda não sabemos os detalhes principais das bolhas gigantes no manto da Terra, mas o novo estudo traz mais detalhes sobre elas. O material foi publicado no Nature Geoscience.

A Bela de Xiaohe, uma múmia de 3.800 anos encontrada no deserto de Taklamakan (China).WENYING LI, INSTITUTO DE ARQUEOLOGÍA Y ANTIGÜEDADES CULTURALES DE XINJIANG

Análise genética descarta que as pessoas mumificadas com coloridos vestidos no deserto de Taklamakan, na China, foram imigrantes indo-europeus

O historiador norte-americano Victor Mair costuma contar que, quando viu pela primeira vez as múmias da cultura Xiaohe, em 1988, pensou que se tratava de um engodo aos turistas. Os cadáveres, encontrados no que hoje é o deserto de Taklamakan, no oeste da China, tinham 4.000 anos, mas estavam espantosamente bem conservados, com roupas de cores intensas e sofisticados adornos. Quase pareciam pessoas vivas. “O mais surpreendente é que praticamente todos são caucasianos. De onde vieram e como terminaram no coração da Ásia?”, se perguntou Mair à época. O historiador propôs uma teoria: aquela colorida civilização da Idade do Bronze não poderia surgir naquele rincão inóspito. Seus primeiros membros deveriam ser imigrantes de línguas indo-europeias, chegados a cavalo de lugares remotos da Eurásia. Uma equipe científica internacional afirma agora que resolveu o enigma: os surpreendentes membros da cultura Xiaohe, dizem, não vieram de montanhas longínquas: era uma população autóctone, sem grandes misturas há mais de 9.000 anos.

A bacia do rio Tarim está na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, um trecho da Rota da Seda que se encaixa no tópico da encruzilhada de culturas. Lá apareceram nas últimas décadas centenas de pessoas mumificadas de maneira natural, graças ao clima árido e frio, e frequentemente enterradas em misteriosos ataúdes de madeira em formato de barco. A antropóloga Christina Warinner descreve um dos traços mais fascinantes das múmias do Tarim: sua suposta aparência ocidental. “Eram pessoas altas, com o cabelo castanho, às vezes claro, e alguns homens tinham grandes barbas”, diz a pesquisadora, da Universidade Harvard (EUA). Alguns indivíduos chegaram a ser enterrados com máscaras de longos narizes. Uma das múmias mais conhecidas, a chamada Bela de Xiaohe, usava uma vistosa vestimenta de feltro e lã de ovelha, além de um majestoso chapéu branco.

Vista aérea do cemitério de Xiaohe, no deserto de Taklamakan (China).WENYING LI, INSTITUTO DE ARQUEOLOGÍA Y ANTIGÜEDADES CULTURALES DE XINJIANG

A origem dessas múmias sempre foi controversa, com três grandes hipóteses discutidas. Uma delas afirma que a sofisticada cultura Xiaohe vem de pastores imigrantes do sul da Sibéria, por sua vez conectados aos yamnaya, os nômades que abandonaram as estepes e cujos descendentes acabaram substituindo quase todos os humanos da Península Ibérica há 4.500 anos. As outras duas teorias defendem que eram agricultores vindos das montanhas da Ásia central e dos oásis do atual Afeganistão.

A equipe de Christina Warinner acha que nenhuma das três hipóteses é correta. Os cientistas analisaram agora o DNA de 13 múmias do Tarim e seus resultados sugerem que era uma população autóctone, sem grandes misturas há mais de 9.000 anos. Apesar desse marcado isolamento genético, entretanto, o grupo era “culturalmente cosmopolita”. Seus membros cultivavam trigo, cevada e painço, três plantas domesticadas no Oriente Médio e no norte da China. Também faziam queijo utilizando uma fermentação semelhante à do kefir, uma técnica aprendida, talvez, com os descendentes dos pastores da Sibéria. E enterravam seus mortos com ramos de efedra, uma planta considerada medicinal nos oásis da Ásia Central.

“Ficamos surpresos com o chamativo contraste entre seu isolamento genético e suas conexões culturais”, admite Warinner. “Não está claro como e por que mantiveram um isolamento genético tão rígido, mas sua abertura à adoção de novas tecnologias é o que provavelmente fez com que fossem bem-sucedidos na colonização dos oásis do deserto da bacia do Tarim”, acrescenta a antropóloga, que lidera a pesquisa com seus colegas da China, Alemanha e Coreia do Sul.

Escavação de uma tumba no cemitério de Xiaohe, no deserto de Taklamakan (China).
WENYING LI, INSTITUTO DE ARQUEOLOGÍA Y ANTIGÜEDADES CULTURALES DE XINJIANG

O estudo, publicado na quarta-feira na revista Nature, balança as exóticas hipóteses defendidas há décadas. O historiador Victor Mair, professor de chinês na Universidade da Pensilvânia (EUA) e um dos maiores especialistas nessas múmias, se recusa a comentar a nova pesquisa. “Acho que é basicamente defeituosa”, se limitou a afirmar ao EL PAÍS.

Mair publicou há duas décadas um livro de referência, As Múmias do Tarim. O coautor do volume, o arqueólogo James Mallory, acredita que o novo estudo é “extremamente interessante e valioso, ainda que seus resultados não sejam tão surpreendentes”. Mallory, da Universidade da Rainha de Belfast (Irlanda do Norte), opina que a análise genética ignora uma quarta hipótese “cronologicamente mais provável”: que os Okunevo —outra das culturas das estepes euroasiáticas durante a Idade do Bronze— foram os ancestrais das pessoas mumificadas na bacia do Tarim.

O próprio Mallory já estudou em 2015 os paralelismos entre estas duas sociedades, perdidas no tempo há 4.000 anos. “Se tivessem comparado o DNA com o dos Okunevo, seria um estudo muito mais sólido”, argumenta o especialista. A arqueóloga Paula Doumani Dupuy, da Universidade Nazarbayev (Cazaquistão), opina de modo diferente em um artigo paralelo na revista Nature. Em seu entendimento, a nova análise já “respondeu à pergunta das origens genéticas da cultura Xiaohe”.

A busca das raízes das múmias foi problemática desde o começo. Muitos uigures —a minoria muçulmana de língua e etnia turcomana que hoje vive na região— querem a independência da China e imediatamente tomaram para si as singulares múmias do Tarim, cuja antiguidade de 4.000 anos supostamente daria a eles prioridade sobre a etnia han, a majoritária do país, que chegou dois milênios depois. Na verdade, como argumentou há cinco anos o próprio Victor Mair, os uigures chegaram à bacia do Tarim um milênio depois dos han. O historiador também afirmou que os membros da cultura Xiaohe foram “um povo pacífico e igualitário”, quase sem armas e grandes diferenças de status em suas tumbas. O que parece claro é que suas coloridas múmias não têm nada a contribuir às guerras do século XXI.

Via: El pais


Estação Espacial Internacional em 2018 (Crédito: NASA/Roscosmos)

Não conte para ninguém, mas a Estação Espacial Internacional não está voando. Ela está caindo com estilo. Em essência, órbita é isso, você cai, mas com uma velocidade lateral muito alta, quando chega no chão já passou da curvatura da Terra. O problema é quando você encontra algo no meio do caminho.

A Estação Espacial Internacional passou por um pequeno susto; algo, talvez um micro-meteoro atingiu o braço robótico, mas está tudo bem

É um conceito puramente relativístico. Se você está num carro a 80Km/h e atinge uma parede sofre os mesmos danos, é atingido com mesma energia se estiver parado no carro e uma parede a 80Km/h te atingir, embora essa parte da analogia seja bem mais improvável de acontecer.

Em essência, o que mata não é a bala em si, mas a energia cinética. Se você correr a 853 m/sem direção a um projétil .50 de um Barret M82 sua cabeça explodirá como uma melancia ao atingi-lo, mesmo com ele parado preso a um suporte.

Aqui temos o problema: A Estação Espacial Internacional orbita a 7.66Km/s, nove vezes mais rápido que uma bala. Imagine se ela encontra uma pedra, um parafuso, uma casca de noz. Se esse objeto estiver relativamente parado, atingirá a Estação com nove vezes mais energia que uma bala, se for do tamanho e massa de uma bala.

Se o objeto estiver em órbita retrógrada, as velocidades se somarão e teremos uma colisão 20 vezes mais potentes.

Pior, não é preciso imaginar. A Estação Espacial Internacional já registrou (cuidado, PDF) mais de 1400 impactos de micro-meteoros e lixo espacial, felizmente tudo muito pequeno. E sim mesmo as cápsulas Dragon da SpaceX foram atingidas várias vezes.

Lista parcial de impactos de micro-meteoros e lixo espacial (Crédito: Observations of MMOD Impact Damage to the ISS)

Os astronautas relatam que dentro da Estação Espacial, quando tudo fica em silêncio, dá pra ouvir os micro-meteoros atingindo os escudos de proteção, soa como uma chuva leve. Poético e mortal.

Já os painéis solares acabam sofrendo mais, de vez em quando algum objeto maior, com um ou dois milímetros de diâmetro atinge um deles, e deixa um belo buraco.

Agora o alvo foi o Canadarm2, o sofisticado braço robótico da Estação Espacial Internacional, usado para instalar equipamentos e atracar naves de carga. Foi um belo susto quando uma inspeção de rotina achou um baita furo na cobertura de proteção do braço.

"Dis just a flesh wound" (Crédito: NASA)

Sem o Canadarm2 muito do trabalho da Estação Espacial se tornaria mais complicado. As Dragons de carga da nova geração não utilizam mais o Canadarm2 para acoplar na Estação, mas outros veículos, exceto o Progress precisam dele, e o braço também é usado para recolher cargas no compartimento não-pressurizado da Dragon.

Consultado, o braço respondeu “é só um arranhão”, e reportou que está funcionando perfeitamente.

Crédito: Monty Python

Em teoria a Estação Espacial está protegida de detritos maiores, coisas do tamanho de bolas de tênis são monitoradas via radar, mas nada impede que um pedaço não-catalogado de lixo orbital, ou mais provavelmente um mini-meteoro a atinja, estragando o fim de semana dos astronautas. Eles só não perdem o sono por entenderem de estatística.

O Espaço é muito grande, as chances da Estação Espacial ser atingida por algo são inversamente proporcionais ao tamanho do objeto. Por isso eles escutam fragmentos microscópicos atingindo o casco todo o tempo, mas dos grandes, é bem mais raro. Ainda bem.


Fenômenos violentos do centro da Via Láctea foram revelados com uma clareza inédita, em pesquisa do astrônomo Daniel Wang, da Universidade de Massachusetts Amherst. As imagens da região central da galáxia, divulgadas na quinta-feira (27), documentam uma linha de raios X, G0.17-0.41.

Essa linha de raios X sugere um mecanismo interestelar até então desconhecido que pode governar o fluxo de energia e, potencialmente, a evolução da nossa galáxia. Professor do departamento de astronomia da universidade, Wang destacou que a “galáxia é como um ecossistema”.

“Nós sabemos que os centros das galáxias são onde está a ação e desempenham um papel enorme em sua evolução”, disse o astrônomo. Mesmo assim, o que quer que esteja acontecendo no centro da Via Láctea é difícil de estudar, apesar da relativa proximidade da Terra.

Segundo Wang, essa dificuldade existe porque a região está obscurecida por uma névoa de gás e poeira densa. Por isso, os pesquisadores não conseguem ver o centro, mesmo com instrumentos poderosos, como o Telescópio Espacial Hubble.

Para conseguir captar as imagens, Wand usou um telescópio diferente. Ele utilizou o Observatório Chandra da Nasa, capaz de enxergar raios X, ao invés de raios de luz visível. Eles conseguem penetrar a névoa, trazendo resultados impressionantes.

As descobertas fornecem a imagem mais nítida de um par de plumas que emitem os raios X, emergindo da região próxima ao gigantesco buraco negro localizado no núcleo da Via Láctea. Mais intrigante é o fio de raios X denominado G0.17-0.41, descoberto perto da pluma ao sul.

“Esse segmento revela um novo fenômeno. Esta é a evidência de um evento de reconexão de campo magnético em andamento”, acrescentou Wang. Segundo ele, o tópico provavelmente representa “apenas a ponta do iceberg da reconexão”.

Detalhes do centro da galáxia marcados por Wang. Sagittarius A* é o buraco negro no centro da Via Láctea. Imagem: NASA/CXC/UMass/Q.D. Wang; Radio: NRF/SARAO/MeerKAT

Esse evento de reconexão de campo magnético acontece quando dois campos opostos são forçados a se combinarem, liberando muita energia. Justamente o processo violento descrito por Daniel Wang. Mais perto de casa, esse evento é responsável por fenômenos como erupções solares.

Agora, os cientistas acreditam que a reconexão ocorre também no espaço interestelar, nas fronteiras externas das plumas em expansão expulsas do centro da galáxia. O astrônomo lista questões fundamentais que vão ajudar cientistas a desvendar a história da Via Láctea.

“Qual é a quantidade total de energia emitida no centro da galáxia? Como ela é produzida e transportada? E como ela regula o ecossistema galáctico?”, perguntou. Mesmo com muito a descobrir, o mapa de Wang já mostra o caminho.

As descobertas do professor Daniel Wang são resultado de mais de 20 anos de pesquisa. Os detalhes do estudo das imagens foram publicados no site Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Mais imagens da galáxia podem ser vistas no site do telescópio usado pelo astrônomo.

Via: UMass

Imagem: Associated Press/Reprodução

Nesta quarta-feira (26), a Terra assistirá a um importante fenômeno astronômico: um eclipse lunar que resultará na “Superlua de Sangue”. O acontecimento envolvendo Sol, Terra e nosso satélite natural será visível do Brasil.

Na madrugada de amanhã, a Lua estará no ponto de sua órbita mais próximo da Terra, chamado perigeu. Quando isso acontece, ela parece cerca de 8% maior do que quando está no apogeu (ponto mais distante), e por isso há a sensação de o astro surgir maior no céu para quem o observa do planeta.

Se no Brasil será quase impossível observar o eclipse total, a Lua cheia poderá ser vista em todo o território nacional, nas regiões onde o céu estiver limpo.
Como assistir ao fenômeno?

Em entrevista à BBC Brasil, o professor Roberto Costa, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), explicou que o fenômeno começará por volta das 6h45 (horário de Brasília) desta quarta, quando Lua estará se pondo.

Moradores mais à porção oeste do país serão privilegiados para assistir o acontecimento. Por isso, quem mora em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre e cidades na parte oeste de São Paulo conseguirão enxergar com clareza o acontecimento.


Um pouco depois, por volta das 8h11, quando o satélite natural já estiver baixado, começará o eclipse total. Essa fase do fenômeno infelizmente não poderá ser vista do Brasil. Apesar disso, a Superlua de Sangue estará visível.

A observação poderá ser feita a olho nu, apesar de que os especialistas afirmam que um binóculo ou luneta melhoram ainda mais a experiência. Além disso, o recomendado aos entusiastas é que eles procurem lugares com horizonte livre e menos iluminados, como campos e praias.

Fontes:

O interior da Terra vem esfriando lentamente, mas continuamente. Isso ocorre porque mais calor é liberado pela superfície do que produzido por dentro. (Crédito: Reprodução/NASA)

O interior terrestre do hemisfério que coincide com o Oceano Pacífico perdeu calor mais rápido do que a outra metade do planeta durante os últimos 400 milhões de anos, de acordo com um novo estudo publicado na revista Geophysical Research Letters.

O calor dentro da Terra vem da decomposição de elementos radioativos e em parte das colisões entre os asteroides que formaram nosso planeta. O interior da Terra vem esfriando lentamente, mas continuamente. Isso ocorre porque mais calor é liberado pela superfície do que produzido por dentro.

As placas tectônicas têm se movido por muitos milhões de anos, o que pode ter causado uma perda uniforme de calor. Mas esse não tem sido o caso nos últimos 400 milhões de anos. Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Terra da Universidade de Oslo usaram modelos de como os continentes se moveram para calcular a perda de calor na Terra. A maioria dos continentes se uniu em um lado do globo.

Eles dividiram a Terra em duas partes que chamaram de Hemisfério Pacífico e Hemisfério Africano. Hoje, a maioria dos continentes da Terra está no hemisfério africano, e tem sido o caso ao longo do tempo, ainda mais até agora.

Por volta de 320-180 milhões de anos atrás, os continentes se reuniam no supercontinente Pangéia, tendo a África como centro. Isso significava que o hemisfério do Pacífico estava desprovido de continentes e havia grande perda de calor lá, diz o autor principal Krister S. Karlsen.

Os pesquisadores reconstruíram as perdas de calor nos dois hemisférios e, assim, foram capazes de calcular o que significa a diferença de temperatura. Eles concluíram que o manto do hemisfério Pacífico esfriou cerca de 50 graus Celsius a mais do que o hemisfério africano nos últimos 400 milhões de anos.

Fonte:Isto é


Um vídeo do recente colapso no Observatório de Arecibo, que combina dois ângulos diferentes, mostra o momento dramático em que um cabo principal se rompeu, fazendo com que uma plataforma de instrumentos de 900 toneladas caísse sobre a grande antena parabólica.

O primeiro dos dois vídeos foi tirado da sala de controle do Observatório de Arecibo, onde radioastrônomos normalmente fazem seu trabalho. A câmera foi instalada recentemente neste local para capturar um colapso caso viesse a acontecer, explica Ashley Zauderer, diretora do programa do Observatório de Arecibo na Fundação Nacional de Ciência dos EUA.


Como mostra o vídeo, a plataforma não caiu diretamente. O movimento parece com o de um balanço depois que um cabo principal se solta de uma das três torres de suporte.

O vídeo também mostra os topos das torres se quebrando — algumas delas medem mais de 18 metros de comprimento, de acordo com John Abruzzo, diretor da Thornton Tomasetti, uma empresa de engenharia contratada para avaliar a situação após dois cabos terem se rompido nos últimos meses.

O colapso foi “muito violento e imprevisível”, disse Zauderer.

O segundo vídeo, captado por um drone, também é impressionante. Ele estava sendo usado para inspecionar o topo da Torre 4 quando um dos três cabos principais restantes se rompeu. É possível ver três cabos correndo paralelos um ao outro.

Um quarto cabo deveria estar lá, mas se quebrou no início deste mês (você pode ver os restos desgastados do cabo na parte superior). Cada cabo é composto por 170 fios, disse Abruzzo. Dos três cabos restantes, o central falhou, provocando uma reação que levou ao desabamento de toda a estrutura. Um quarto cabo localizado acima do trio era usado para apoiar a passarela.

Incrivelmente, o operador do drone conseguiu virar a câmera para capturar uma vista aérea do terrível acidente, incluindo a plataforma caída, o braço azimutal, a cúpula gregoriana, os cabos e a passarela. Ao longe, o topo da torre 12 pode ser visto caindo da colina à esquerda do prédio de operações.

Ninguém ficou ferido durante essa falha catastrófica, cuja causa exata ainda está sendo determinada. Zauderer disse que todos os detritos perigosos caíram em zonas restritas previamente isoladas.

Felizmente, o centro de visitantes nas proximidades não sofreu nenhum dano grave. Daqui em diante a prioridade continua a ser a segurança, a mitigação dos problemas ambientais e a busca por maneiras de dar suporte à equipe do telescópio e à população de Porto Rico, disse Zauderer. Construída em 1963, a antena de rádio foi recentemente programada para demolição, pois os reparos foram considerados muito perigosos.



Tomada aérea mostra danos no prato e nas torres do Observatório de Arecibo. Foto: Ricardo Arduengo/AFP via Getty Images (Getty Images)




Fonte: gizmodo


Pesquisadores da Toho University, do Japão, e da Nasa conseguiram descobrir por meio de simulações quando o oxigênio da Terra deve acabar. Porém, não há razões para se preocupar, porque isso só deve acontecer daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos.

No artigo publicado na revista científica Nature Geoscience, Kazumi Ozaki e Christopher Reinhard descreveram os fatores utilizados nos experimentos para chegar nesses resultados. Os cientistas levaram em consideração o clima, processos biológicos e geológicos, assim como a atividade do sol.

Depois disso, eles usaram um computador para rodar a simulação e estudar como a Terra reagia a todos estes processos. A partir daí, eles descobriram que à medida que o sol fica mais quente, ele libera mais energia.

Isso deverá fazer os níveis de dióxido de carbono na atmosfera da Terra caírem, porque o gás vai absorver o calor e se decompor. Além disso, a camada de ozônio também seria queimada, em um processo que acabaria com a vida das plantas, que são as produtoras do oxigênio.

Segundo os pesquisadores, este processo levaria em torno de 10 mil anos, culminando em um período em que o CO2 alcançaria níveis tão altos que a vida vegetal será totalmente extinta, o que causaria a extinção de todas as criaturas que vivem na terra e no mar por conta da falta de uma atmosfera respirável.

Não seria o fim da vida
Algumas bactérias ainda conseguiriam sobreviver. Crédito: Domínio Público

Entretanto, apesar da morte de todo vegetal e animal terrestre e marinho, este processo não levaria ao fim de toda forma de vida na Terra. Apesar de não haver mais nenhuma criatura que respira, algumas bactérias ainda sobreviveriam.

Desta forma, o planeta voltaria ao cenário de antes da evolução de plantas e animais. De acordo com Ozaki e Reinhard, a realização desta simulação é importante para outros estudiosos que procuram vida em outros planetas, já que, segundo eles, a janela de oportunidade pode ser mais curta do que se pensava anteriormente.


Nesta semana, a missão chinesa Tianwen-1 entrou com sucesso na órbita de Marte e registrou imagens desta etapa da missão. Nesta sexta-feira (12), a agência espacial CNSA, da China, publicou um vídeo que mostra o momento em que a nave ativou os motores no processo de frear e reduzir sua velocidade para que, assim, fosse capturada pela gravidade do Planeta Vermelho e entrasse na órbita.

No vídeo, podemos ver Marte entrando de pouco a pouco no campo de visão da câmera da sonda. É possível notar também um pouco de vibração na filmagem, que foi causada pela ativação dos motores durante o voo do lado diurno do planeta para o noturno. Por fim, podem ser vistos brevemente alguns componentes da sonda, como o painel de energia solar e a antena direcional. O planeta e suas crateras aparecem em preto e branco nas imagens, em contraste com a escuridão do espaço.

Confira as imagens feitas pela Tianwen-1:

Ainda de acordo com a CNSA, o vídeo foi feito a partir da reprodução de imagens estáticas, a uma taxa de 10 quadros por segundo. As imagens foram feitas pelas câmeras no painel solar e na antena da sonda, que tiraram fotos a cada três segundos durante 30 minutos. A Tianwen-1 está equipada com um sistema de monitoramento composto por várias câmeras, que estão programadas para tirar “selfies” no espaço profundo e registrar manobras essenciais para a missão — tudo isso de forma autônoma, sem ações das equipes do controle da missão em solo.

A nave Tianwen-1, cujo nome significa algo como “busca pela verdade celestial”, pesa cinco toneladas e conta com um orbitador, um lander e um rover alimentado por energia solar, que deverá pousar na superfície do Planeta Vermelho em maio. A Tianwen-1 foi uma das missões lançadas no ano passado durante a breve janela de maior proximidade entre Marte e a Terra, e fez alguns registros durante a viagem. Agora que chegou ao planeta, irá passar alguns meses estudando locais para pousar o rover, e assim, iniciar estudos da geologia marciana, seus campos gravitacionais, distribuição de água por lá, entre outros.

Este foi o passo mais recente do programa espacial chinês, que possui objetivos como o estabelecimento de uma estação espacial tripulada já no ano que vem, além de levar astronautas para a Lua. Além da Tianwen-1, a missão árabe Hope Mars também entrou na órbita marciana nesta semana, e é esperado que a Mars 2020, da NASA, chegue ao planeta em 18 de fevereiro, levando o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity.


Logo mais estaremos de volta à Lua. A Nasa e outras agências espaciais (públicas e privadas) estão preparando voos para o nosso satélite natural, e muitos fatores são decisivos para o sucesso dos planos futuros de exploração espacial. Um dos principais é a existência de água na Lua, que pode servir de combustível para viagens mais longas. Mas de onde ela veio?

Antes da era Apollo, a lua era considerada um deserto, mas muitos estudos posteriores encontraram gelo em crateras polares, água presa em rochas vulcânicas e até depósitos de ferro enferrujado no solo lunar. Apesar dessas descobertas, ainda não há uma confirmação verdadeira da extensão ou origem da água na Lua.

A teoria mais difundida é que íons de hidrogênio carregados positivamente impulsionados pelos ventos solares bombardearam a superfície lunar, provocando reações que criaram a água que encontramos hoje. Porém, um novo estudo publicado no Astrophysical Journal Letters propõe que o vento solar pode não ser a única fonte de íons neste processo.

Ventos da Terra
De acordo com os pesquisadores, partículas da Terra podem semear a lua com moléculas de água, e o mesmo pode acontecer com outros planetas e seus satélites. Da superfície de Marte às luas de Júpiter, passando pelos anéis de Saturno, cometas, asteroides e Plutão – todos esses lugares possem moléculas de água.

Supunha-se anteriormente que a água foi incorporada a esses corpos celestes durante a formação do Sistema Solar, mas há evidências de que sua dispersão pelo espaço é muito mais dinâmica. Embora o vento solar seja uma fonte provável, modelos computacionais indicam que até a metade da água deveria evaporar e desaparecer em regiões de alta latitude da Lua quando o satélite está sob a influência do campo magnético da Terra.

O “vento da Terra”, composto de íons de oxigênio (cinza) e íons de hidrogênio (azul brilhante), que pode reagir com a superfície lunar para criar água. Imagem: E. Masongsong/UCLA EPSS/Nasa/GSFC SVS.

Mas isso não acontece. A partir de dados coletados pelo Mapeador de Mineralogia da Lua do satélite Chandrayaan-1, os cientistas sugerem que a água lunar pode ser reabastecida por fluxos de íons magnetosféricos, também conhecidos como “vento da Terra”.

O campo magnético da Terra impede que o vento solar chegue à lua, então a água não poderia ser regenerada mais rápido do que foi perdida. Mas o que ocorre na realidade é que a Lua é bombardeada de isótopos de oxigênio que vazam da nossa camada de ozônio. Essas moléculas se incrustam no solo lunar, junto com íons de hidrogênio.

Essa “ponte de água” pode reabastecer a Lua com novas moléculas e manter a quantidade de água na superfície. Os pesquisadores acreditam que estudos futuros do vento solar e dos ventos planetários podem revelar mais sobre a evolução da água em nosso Sistema Solar e os efeitos potenciais da atividade solar e da magnetosfera em outras luas e corpos planetários.

Com esse conhecimento, cientistas poderão prever as melhores regiões para exploração futura, mineração e eventual assentamento na Lua.

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