04/11/12

DAVID GELLES
ANDREW EDGECLIFFE-JOHNSON
DO "FINANCIAL TIMES"


O Departamento da Justiça dos Estados Unidos abriu processo contra a Apple e cinco das maiores editoras de livros do planeta, na quarta-feira, alegando conluio para elevar os preços dos livros eletrônicos, o que pode ter custado "dezenas de milhões de dólares" aos consumidores.

A queixa, apresentada no distrito sul da Justiça federal em Nova York, alega que executivos da Apple e das editoras chegaram a um acordo para adotar resposta comum à política de preços da Amazon, por meio de conversas telefônicas, troca de e-mails e refeições em "salas privativas de restaurantes finos de Manhattan". A Amazon, que vinha desafiando o setor com um preço máximo de US$ 9,99 para os livros eletrônicos, não foi citada entre os acusados.

As editoras acusadas no processo são o Hachette Book Group, parte do grupó Lagardère; a HarperCollins, da News Corp; a Holtzbrinck, controladora da Macmillan; a Simon & Schuster, subsidiária da CBS; e a Penguin, controlada pelo grupo Pearson, também controlador do "Financial Times".

O Departamento da Justiça alegou que a Apple e as editoras elevaram os preços dos best sellers em entre US$ 2 e US$ 5 ao introduzir um modelo de negócios de "agência", simultaneamente ao lançamento do tablet Apple iPad, sob o qual os preços de varejo são determinados pelas editoras. A insistência da Apple em uma cláusula de proteção sob a qual as editoras se comprometem a não vender seus livros a preço mais baixo para outros grupos de varejo --e a pagar 30% de comissão à Apple sobre cada venda-- forçou outros grupos de varejo a adotar termos semelhantes, de acordo com o departamento.

"Executivos dos escalões mais elevados das empresas citadas nos processos de hoje, preocupados com a redução de preços promovida pelo varejo de livros eletrônicos, agiram de modo coordenado para eliminar a concorrência entre as lojas que vendem livros eletrônicos, o que resulta em aumento do preço final para os consumidores", afirmou o secretário federal da Justiça norte-americano, Eric Holter, ao anunciar o processo em Washington.

Kimberly White - 27.jan.10/Reuters

O iBooks, plataforma de e-books da Apple, foi anunciado no evento de lançamento do iPad, em janeiro de 2010

ACORDOS

A Hachette, HarperCollins e Simon & Schuster aceitaram acordo imediato para encerrar os processos contra elas, mas a Apple, MacMillan e Penguin pretendem contestar as acusações no tribunal.

Um processo separado envolvendo diversos Estados norte-americanos trouxe acusações semelhantes contra a Apple, Macmillan, Simon & Schuster e Penguin. A Hachette e a HarperCollins vão pagar US$ 52 milhões aos Estados para encerrar os processos contra elas.

Joaquin Almunia, vice-presidente de política de competição da União Europeia, acrescentou que a Apple, Simon & Schuster, HarperCollins, Hachette e Holtzbrinck haviam recomendado possíveis mudanças em suas operações de negócios, como parte de um esforço para concluir uma investigação paralela europeia sobre livros eletrônicos.

Nem todas as editoras envolvidas comentaram de imediato, mas já haviam negado anteriormente qualquer conluio para aumento de preços, e defenderam o modelo de "agência" como uma forma de promover maior competição ao desafiar o domínio da Amazon sobre o mercado de livros eletrônicos, que vem crescendo rapidamente.

O processo federal norte-americano alega que Steve Jobs, presidente-executivo da Apple morto no ano passado, havia se envolvido pessoalmente na adoção do modelo de agência. "A Apple claramente compreendia que sua participação no esquema resultaria em preços mais altos para os consumidores", o processo alega. Também cita Jobs como tendo declarado que "o consumidor pagará um pouco mais, mas é isso que vocês [as editoras] querem, de qualquer modo". Um porta-voz da Apple se recusou a comentar.

REUNIÕES

De setembro de 2008 até 2009, os presidentes-executivos das editoras supostamente realizaram reuniões trimestrais para discutir "assuntos confidenciais e mercados competitivos, o que incluía as práticas de varejo de livros eletrônicos da Amazon", afirmou o Departamento da Justiça. O departamento menciona jantares executivos dos quais participaram John Makison, da Penguin, e John Sargent, da Macmillan, na "adega do chef", uma sala privada no restaurante Picholine, em Nova York.

O acordo, que terá de ser aprovado pelo tribunal, requereria que a Hachette, HarperCollins e Simon & Schuster permitam que grupos de varejo como a Amazon e a Barnes & Noble determinem os preços que preferirem para os livros eletrônicos. Também requereria que suspendam sua preferência à Apple e que não troquem informações importantes sobre assuntos de competição por pelo menos cinco anos.

A HarperCollins anunciou o acordo sem admitir culpa, e o definiu como "decisão de negócios para encerrar a investigação do Departamento da Justiça e evitar uma batalha judicial potencialmente longa".

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Virgulino Ferreira, o cangaceiro Lampião
Virgulino Ferreira, o cangaceiro Lampião

O juiz da 7ª Vara Cível de Aracaju, Aldo Albuquerque, manteve a decisão de não permitir que o polêmico livro "Lampião Mata Sete", que sustenta que o Rei do Cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, era gay, seja lançado. No dia 25 de novembro do ano passado, Aldo expediu uma liminar suspendendo o lançamento, que iria ocorrer em uma livraria de Aracaju, em virtude de uma ação movida por Expedita Ferreira, filha do cangaceiro.

O autor do livro, o juiz aposentado Pedro de Morais, disse que vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) e tem 15 dias para realizar o procedimento legal. Caso não tenha sucesso e o livro continue sendo censurado pela Justiça, ele disse que vai jogar os 1 mil exemplares que lhe restam no Rio Sergipe.

Aldo Albuquerque, que não leu o livro, disse que se baseou na Constituição Federal para continuar impedindo o lançamento do livro. "A Constituição protege a inviolabilidade da individualidade das pessoas", explicou ele, ao frisar que escreveu 25 laudas onde defende o não lançamento do livro. Para Aldo, se o livro versasse apenas sobre os crimes cometidos por Lampião, esse seria um fato público, mas quando trata da sexualidade, o tema não tem o mesmo interesse.

"O Aldo é um preconceituoso", disparou o autor do livro Pedro de Morais. Sobre essa crítica e as que poderão surgir em virtude da decisão, Aldo Albuquerque explicou que "doutor Pedro é um homem muito inteligente, um grande juiz". E com relação às demais críticas que poderão advir, Aldo explicou que um magistrado tem que agir sem se preocupar com isso, preservando a Constituição Federal.

No dia 6 de novembro do ano passado, Pedro de Morais participou da Segunda Bienal do Livro, em Salvador, e vendeu o 1 mil exemplares, restando outros 1 mil para o lançamento em Aracaju, que não aconteceu. "A liminar proibindo o lançamento saiu no dia 25 de novembro", lembra Pedro.

Dias depois no município de Campo Formoso, a 400 quilômetros de Salvador, o livro voltou a fazer sucesso em uma exposição literária. Desta vez, os exemplares foram levados pelo especialista em Lampião Oleone Coelho Fontes, que, inclusive, faz a introdução do livro. Oleone continua indignado e disse, na época, que "seria uma felicidade para o Nordeste se Lampião fosse homossexual".

Perfil criado para passar mensagens religiosas recebe milhares de visitas diárias.

Por Nilton Kleina 
Você já curtiu Jesus no Facebook? (Fonte da imagem: Reprodução / Facebook)

Se muita gente diz que o Cristianismo está perdendo forças, um perfil no Facebook pode provar o contrário. Criada por Aaron Tabor, um médico norte-americano de 41 anos, a fanpage Jesus Daily (Jesus Diário, em tradução livre) já conta com quase 9 milhões de cliques no botão “Curtir” – quase o dobro de Mark Zuckerberg, criador da rede social, que possui “apenas” 5 milhões.

No ar desde 2009, o perfil aposta em mensagens ou fotos com ensinamentos e orações para alcançar o público. Com cerca de três postagens diárias, a página alcança números impressionantes: alguns textos são compartilhados por mais de 70 mil pessoas e passam facilmente de 2 mil comentários.

Em entrevista ao jornal The New York Times, Tabor contou que criou o perfil após passar a infância acompanhando o pai em pregações por igrejas dos Estados Unidos. O uso do Facebook também começou por acaso: ele mantinha uma página para vender produtos para dietas antes de criar o Jesus Daily, que ele classifica como “um hobby”.

Vale lembrar que, além da iniciativa de Tabor, a própria Igreja tem buscado uma aproximação virtual com seus fiéis: o Papa Bento XVI já possui um perfil no Twitter e a Jornada Mundial da Juventude, que ocorreu em agosto, em Madrid, contou com uma cobertura da instituição.

Norte-americana fotografa peixe com uma imagem de Cristo nas costas.

Por Maria Luciana Rincon Y Tamanini em 11 de Abril de 2012
(Fonte da imagem: Reprodução/The Post and Courier)

Erika Scheldt, uma norte-americana de 24 anos, fotografou a imagem que você acabou de ver acima. Trata-se de uma arraia com uma imagem que se parece ao rosto de Jesus Cristo nas costas. O peixe, que foi trazido pela maré a uma praia da Carolina do Sul, já estava morto quando a moça o encontrou.

De acordo com o The Post and Courier, que entrevistou a jovem, em um primeiro momento Erika pensou que a imagem retratava um homem barbudo qualquer. Entretanto, depois de publicar a foto no Instagram, um de seus amigos reagiu, dizendo que a figura nas costas da arraia mostrava o rosto de Jesus Cristo.

Scheldt, que é católica e deve se casar em breve, não acredita que a imagem represente qualquer tipo de sinal ou presságio, mas admitiu que achou curioso ter encontrado o extraordinário peixe em uma data tão próxima à celebração da Páscoa.

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