09/27/11

Microsoft anuncia redução de preço do videogame e uma série de novidades sobre o futuro da marca Xbox no Brasil


Modelo mais barato de Xbox nacional com Kinect custará R$1.099



Modelo mais barato de Xbox nacional com Kinect custará R$1.099
Um dia de excelentes notícias para o mercado nacional de games. Assim pode ser definida a apresentação da Microsoft na manhã desta terça-feira, 27.
Através de dois eventos simultâneos, um em São Paulo, outro em Brasília, uma série de novidades sobre o futuro da marca Xbox no Brasil foram anunciadas.
Na capital paulista, o gerente da divisão de games da Microsoft, Guilherme Camargo, foi o responsável pelo pronunciamento que teve início com apresentação sobre o histórico de pioneirismo da Microsoft com o Xbox no Brasil.
Como complemento, um breve panorama ilustrou os números que comprovam o êxito do console no país e suas constantes reduções de preço, chegando ao total de nove dentro do período de seis anos desde a chegada do aparelho.
Mas o assunto principal era mesmo a aguardada redução de preços em decorrência da possível fabricação do Xbox no Brasil. E foi o que aconteceu. Camargo anunciou que, a partir do próximo dia cinco de outubro, já será possível encontrar consoles oficialmente brasileiros com até 40% de redução no preço.
A nova tabela diminui o valor do Xbox 360 com HD de 4GB de R$1.299 para R$799. O modelo mais robusto, com 250GB de HD e que antes custava R$1.599,00, agora passa a custar R$1.099.
Os kits do Xbox nacional com o Kinect - que não terá fabricação nacional e continua sendo importado - também sofrem redução: o modelo com 4GB de HD com o Kinect passa a custar R$1.099, enquanto que o console com 250GB de HD também com o Kinect terá seu preço em R$1.399.
Outra parte importante do pronunciamento se deu no momento da revelação dos parceiros da Microsoft nessa investida pela nacionalização do console e de seus jogos.
A produção dos aparelhos - que terão seus componentes importados -ficará por conta da Flextronics, gigante do ramo de TI. Estima-se que a capacidade instalada de fabricação será de 17 mil unidades por semana.
Os jogos First Party (produzidos pela própria Microsoft), que também terão produção no Brasil, estarão a cargo da Arvato Bertelsmann, que já produz jogos de grandes desenvolvedoras como a Disney.
Ainda segundo Camargo: "Toda a ação no Brasil será complementada com o trabalho para a total localização dos jogos para o português , sendo que todos os jogos first party produzidos aqui serão legendados ou dublados ou em alguns casos , de acordo com pesquisa de mercado, receberão as duas opções".
Sobre o preço dos jogos com fabricação nacional, Guilherme Camargo concluiu: "A produção local viabiliza de imediato a redução de preços, tornando possível o lançamento de títulos triplo A (como são chamados os grandes lançamentos) por R$129 e títulos de Kinect por R$99".
Os primeiros jogos a fazer parte dessa lista são: Forza 4 (por R$129), Gunstringer + Fruit Ninja, Dance Central 2, Kinect Sports, Hallo Anniversary e Kinect Disneyland Adventures (todos por R$99).
Antes de encerrar a apresentação, Guilherme Camargo e o time responsável pelo Xbox no Brasil comentaram ainda que outras novidades sobre o Xbox e a linha de games nacionais devem surgir na próxima semana em um showcase na cidade de São Paulo.
O pronunciamento na capital federal teve o comando do presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy.

Vacina anti-HIV: sucessos iniciais


Após décadas de esperanças frustradas, os desenvolvedores de vacinas contra o HIV estão se permitindo uma cautelosa atitude otimista. Em conferência realizada em Bancoc, na Tailândia, cientistas relataram indícios moleculares que ajudam a explicar o primeiro sucesso de um teste da vacina em humanos. O resultado pode indicar o caminho para a produção de mais vacinas no futuro.
''É possível afirmar que este foi até agora o experimento mais bem-sucedido’', afirma Adriano Boasso, imunologista do Imperial College de Londres.
O estudo analisou amostras clínicas de um teste da vacina RV144 realizado anteriormente com mais de 16 mil pessoas. Em 2009, três anos após a aplicação da vacina, os cientistas relataram que, para os voluntários que receberam a vacina, a probabilidade de contrair a doença diminuiu 30 por cento em relação aos que receberam placebo.
Os resultados modestos marcaram o primeiro sucesso de um teste da vacina em humanos – dois anos após o notório fracasso da vacina produzida pelo laboratório farmacêutico Merck. Porém, o teste da Tailândia também deixou os pesquisadores intrigados.
Maior do que a soma das partes O regime de vacinação consistia em dois componentes que fracassaram quando sozinhos: a vacina primária ALVAC-HIV (vCP1521), que continha diversas proteínas do HIV, seguida da vacina de reforço AIDSVAX, feita de uma proteína da superfície do HIV. A primeira foi produzida pelo laboratório Sanofi-Pasteur, de Lyon, na França, e a segunda, pelo australiano VaxGen, de Brisbane. Contudo, duas das três medições usadas pelos pesquisadores para determinar se a vacina prevenia a infecção por HIV não revelaram diferenças que alcançassem significância estatística entre vacinados e o grupo de controle. No último estudo, os pesquisadores formaram uma equipe para examinar o sangue dos voluntários em busca de indicadores imunológicos diferentes das 41 pessoas que receberam a vacina e contraíram HIV em comparação com as 205 pessoas que não contraíram o vírus. A pesquisa foi realizada pela Universidade de Mahidol, em Bancoc, e pelo Programa de Pesquisas do HIV das Forças Armadas Americanas, em Washington.
A investigação não foi concluída. Até o momento, porém, a equipe descobriu dois indícios moleculares que explicam porque para algumas pessoas a vacina preveniu contra o HIV, mas para outras não. Para os voluntários cujo sangue continha um anticorpo em forma Y denominado imunoglobulina G (IgG), que reconhece uma parte do envelope externo do HIV, denominada laço V2, a possibilidade de contrair o vírus era 43 por cento menor do que para os indivíduos cujos sistemas imunológicos não produziam esses anticorpos.
Entretanto, os participantes que produziram grandes quantidades de outro tipo de anticorpo, denominado IgA, que reconhece diferentes partes do envelope do HIV, evoluíram desfavoravelmente no teste – a probabilidade de infecção era 54 por cento maior em comparação às pessoas que produziam esses anticorpos. Contudo, essa reação imunológica não tornava as pessoas mais suscetíveis de contrair o vírus do que os participantes que receberam o placebo.
Os pesquisadores ainda estão estudando esses resultados. Segundo Nelson Michael, diretor do Programa de Pesquisas em HIV das Forças Armadas, os resultados reasseguraram que a vacina protegeu alguns dos participantes do HIV e que o sucesso não significou um acaso estatístico. "Isso proporciona credibilidade biológica aos resultados da pesquisa inicial’', afirma. ''Isso sugere que os resultados da pesquisa com a RV144 estava relacionado à vacinação’'.
O caminho a seguir Segundo Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacinação Humana de Duke, em Durham, na Carolina do Norte, que coordenou o estudo de acompanhamento, afirmou em entrevista coletiva à imprensa que os resultados gerariam hipóteses para outros estudos. ''O que temos no momento são pistas que ajudam explicar porque a vacina funcionou. Nós não obtivemos resultados assim nos últimos 30 anos. Ele é muito importante para esse campo de investigação’'. Os pesquisadores já estão planejando verificar se anticorpos como os encontrados nos participantes exercem o mesmo efeito em primatas infectados com um vírus análogo ao HIV. Esses experimentos determinarão se as respostas imunológicas são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da vacina em determinadas pessoas ou se estão apenas ligadas a fatores subjacentes.
Em última análise, segundo Michael, as novas descobertas devem servir de orientação para pesquisas futuras e para o desenvolvimento de vacinas. A equipe está planejando realizar testes de acompanhamento de uma vacina semelhante com homossexuais masculinos da Tailândia – um grupo em elevado risco de contrair o vírus – bem como pesquisas na África do Sul, que necessitarão de vacinas que identifiquem um subtipo diferente do HIV.
Com base nos últimos resultados, é possível que essas novas vacinas sejam remodeladas para estimular a produção de anticorpos IgG, que reconhecem o laço V2 do HIV, afirma Michael. ''Com certeza, essa pesquisa precisará do empenho de muitas pessoas, o que é positivo’', afirma.
Outra pesquisa apresentada em Bancoc apoia a teoria de que atacar o V2 pode ser uma forma de combater o HIV. Segundo Michael, os vírus coletados dos participantes da pesquisa com a RV144 que contraíram o HIV possuem mutações nesta região, o que sugere que o laço V2 estava sendo atacado pelo sistema imunológico. Nesse meio tempo, foram realizados testes de uma vacina em macacos. Os animais que produziam os anticorpos que identificam o V2 estavam menos propensos a morrer em consequência do SIV, vírus da imunodeficiência que afeta macacos.
Segundo Dan Barouch, imunologista da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, que liderou o estudo com os macacos, ter observado reações imunológicas semelhantes em humanos e macacos que receberam vacinas diferentes forneceu garantias de que vale a pena pesquisar o laço V2. Porém, ele afirma que os pesquisadores não devem parar de procurar outras frestas na armadura do vírus.
Por exemplo, Wayne Koff, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Internacional de Vacinas contra a Aids, com sede em Nova York, aponta os anticorpos neutralizadores do vírus obtidos de pacientes infectados com o HIV de forma crônica como outra estimulante direção a seguir para a produção de vacinas. ''Este é um período de renascimento para o desenvolvimento de vacinas contra o HIV’', afirma.
The New York Times News Service/Syndicate - Todos os direitos reservados. 

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