(Fonte: Wikimedia Commons)

Em meados de 1996, um jovem chamado Mike Marcum chamou a atenção do radialista Art Bell, famoso por apresentar o programa Coast to Coast AM nos Estados Unidos. Bell convidou Marcum para participar da transmissão e falar sobre seus ousados experimentos relacionados à viagem no tempo.

Um ano antes de sua aparição no programa, Mike Marcum, então um estudante de engenharia elétrica de 22 anos, decidiu construir uma máquina do tempo na varanda de sua casa em Stanberry, Missouri. Ele começou essa empreitada como uma aposta entre amigos, na esperança de obter os números vencedores da loteria, tratando o dispositivo como uma espécie de tabuleiro Ouija.

Esboço digitalizado do caderno de Mike Marcum. (Fonte: The Sun/Reprodução)

Marcum apelidou sua invenção de "A Escada de Jacó", em referência a uma passagem bíblica. Durante seus experimentos, ele utilizou um laser de CD modificado para reduzir a resistência do ar entre dois polos, criando um arco elétrico que se movia ciclicamente entre duas hastes metálicas.

Foi então que Marcum notou algo estranho: ao ligar o dispositivo, uma marca de calor circular em forma de vórtice apareceu no piso de madeira da varanda. Curioso, ele lançou um parafuso através do vórtice e observou que o objeto desapareceu por um breve momento, reaparecendo a alguns metros de distância.

Mike Marcum. (Fonte: Merinding/Reprodução)

Entretanto, a felicidade do jovem foi breve, pois o laser do CD pegou fogo. Determinado a continuar, Marcum decidiu construir uma versão aprimorada do dispositivo, capaz de suportar testes mais intensos. Para isso, ele precisaria de transformadores maiores e, em sua busca por esses equipamentos, acabou roubando transformadores de 136 quilos de uma estação de energia em King City.

Os experimentos com os transformadores gigantescos em sua casa causaram blecautes na vizinhança devido à sobrecarga de energia. A falta de discrição de Marcum ao realizar seus testes e sua inaptidão para cobrir os próprios rastros levaram a polícia a rastreá-lo e prendê-lo por roubo.

Nikola Tesla. (Fonte: Wikimedia Commons)

Após alguns meses na prisão, Marcum foi libertado em 1996 e novamente convidado para o programa de Art Bell. Durante a transmissão, ele compartilhou seu número de telefone e recebeu centenas de ligações de ouvintes oferecendo ideias e ajuda financeira para seus experimentos, possibilitando que continuasse seu projeto sem recorrer ao roubo.

Com esse apoio, Marcum construiu uma máquina do tempo ainda maior, planejada para testes em si mesmo. Em 1997, ele voltou ao programa de Bell, afirmando que seu novo dispositivo era semelhante ao usado pelos militares dos EUA no Experimento Filadélfia, ocorrido em 1943. Ele explicou que seu aparelho usava um campo magnético rotativo, gerado por corrente alternada, conforme a descoberta de Nikola Tesla em 1882.

Marcum declarou que a máquina estava pronta e que pretendia testá-la em poucas semanas. Quando Bell perguntou o que ele levaria consigo, Marcum respondeu: "apenas meu celular". Essa última aparição rendeu-lhe mais de US$ 20 mil em doações e cerca de US$ 1 milhão em equipamentos de um armazém em Kansas City, permitindo que continuasse sua jornada para viajar no tempo.

Meses depois, um ouvinte do programa de Bell relatou a descoberta de um homem morto em uma praia da Califórnia na década de 1930, com o corpo mutilado dentro de um tubo de metal e segurando um dispositivo estranho, semelhante a um telefone celular. Desde então, ninguém mais ouviu falar de Mike Marcum, que pode ter viajado para o passado ou simplesmente desaparecido com a grande quantidade de dinheiro que recebeu.