2024

(Fonte: Wikimedia Commons)

Em meados de 1996, um jovem chamado Mike Marcum chamou a atenção do radialista Art Bell, famoso por apresentar o programa Coast to Coast AM nos Estados Unidos. Bell convidou Marcum para participar da transmissão e falar sobre seus ousados experimentos relacionados à viagem no tempo.

Um ano antes de sua aparição no programa, Mike Marcum, então um estudante de engenharia elétrica de 22 anos, decidiu construir uma máquina do tempo na varanda de sua casa em Stanberry, Missouri. Ele começou essa empreitada como uma aposta entre amigos, na esperança de obter os números vencedores da loteria, tratando o dispositivo como uma espécie de tabuleiro Ouija.

Esboço digitalizado do caderno de Mike Marcum. (Fonte: The Sun/Reprodução)

Marcum apelidou sua invenção de "A Escada de Jacó", em referência a uma passagem bíblica. Durante seus experimentos, ele utilizou um laser de CD modificado para reduzir a resistência do ar entre dois polos, criando um arco elétrico que se movia ciclicamente entre duas hastes metálicas.

Foi então que Marcum notou algo estranho: ao ligar o dispositivo, uma marca de calor circular em forma de vórtice apareceu no piso de madeira da varanda. Curioso, ele lançou um parafuso através do vórtice e observou que o objeto desapareceu por um breve momento, reaparecendo a alguns metros de distância.

Mike Marcum. (Fonte: Merinding/Reprodução)

Entretanto, a felicidade do jovem foi breve, pois o laser do CD pegou fogo. Determinado a continuar, Marcum decidiu construir uma versão aprimorada do dispositivo, capaz de suportar testes mais intensos. Para isso, ele precisaria de transformadores maiores e, em sua busca por esses equipamentos, acabou roubando transformadores de 136 quilos de uma estação de energia em King City.

Os experimentos com os transformadores gigantescos em sua casa causaram blecautes na vizinhança devido à sobrecarga de energia. A falta de discrição de Marcum ao realizar seus testes e sua inaptidão para cobrir os próprios rastros levaram a polícia a rastreá-lo e prendê-lo por roubo.

Nikola Tesla. (Fonte: Wikimedia Commons)

Após alguns meses na prisão, Marcum foi libertado em 1996 e novamente convidado para o programa de Art Bell. Durante a transmissão, ele compartilhou seu número de telefone e recebeu centenas de ligações de ouvintes oferecendo ideias e ajuda financeira para seus experimentos, possibilitando que continuasse seu projeto sem recorrer ao roubo.

Com esse apoio, Marcum construiu uma máquina do tempo ainda maior, planejada para testes em si mesmo. Em 1997, ele voltou ao programa de Bell, afirmando que seu novo dispositivo era semelhante ao usado pelos militares dos EUA no Experimento Filadélfia, ocorrido em 1943. Ele explicou que seu aparelho usava um campo magnético rotativo, gerado por corrente alternada, conforme a descoberta de Nikola Tesla em 1882.

Marcum declarou que a máquina estava pronta e que pretendia testá-la em poucas semanas. Quando Bell perguntou o que ele levaria consigo, Marcum respondeu: "apenas meu celular". Essa última aparição rendeu-lhe mais de US$ 20 mil em doações e cerca de US$ 1 milhão em equipamentos de um armazém em Kansas City, permitindo que continuasse sua jornada para viajar no tempo.

Meses depois, um ouvinte do programa de Bell relatou a descoberta de um homem morto em uma praia da Califórnia na década de 1930, com o corpo mutilado dentro de um tubo de metal e segurando um dispositivo estranho, semelhante a um telefone celular. Desde então, ninguém mais ouviu falar de Mike Marcum, que pode ter viajado para o passado ou simplesmente desaparecido com a grande quantidade de dinheiro que recebeu.

Em meio às elevações de Shenyang, situadas a cerca de 650 km ao nordeste de Pequim, uma cena peculiar aguarda persistentemente seus habitantes e visitantes. Mas, qual é exatamente esse lugar?

O empreendimento imobiliário State Guest Mansions transformou-se em uma cidade deserta de mansões luxuosas abandonadas em Shenyang, China.
 Imagem: JADE GAO/AFP

Assim como Burj Al Babas, na Turquia, este enclave deserto era originalmente um empreendimento ambicioso no setor imobiliário, destinado a abrigar as State Guest Mansions (Mansões para Hóspedes Estatais, em uma tradução livre) — uma coleção de residências suntuosas para a elite da sociedade chinesa, cuja construção teve início em 2010.

No entanto, as 260 propriedades e vilas, adornadas com arcos, colunas e fachadas majestosas, jamais viram um único morador, pois o Grupo Greenland, a empresa encarregada do projeto, as abandonou em 2012.

Imagem: JADE GAO/AFP

De acordo com um agricultor local, identificado apenas como Guo pela AFP, a paralisação foi atribuída à corrupção, que eventualmente resultou na interrupção do financiamento por parte do governo.

Além disso, medidas contra empreendimentos irregulares também contribuíram para congelar a construção. No entanto, a empresa se absteve de comentar as acusações.

Hoje em dia, os arredores são habitados por animais: aves e algum gado pastam nos jardins que deveriam adornar as mansões, enquanto vegetais são cultivados na região. Matilhas de cães selvagens patrulham os espaços, que ainda atraem a curiosidade de exploradores urbanos interessados nas mansões inacabadas.

Imagem: JADE GAO/AFP

Garagens servem como depósitos para os equipamentos dos agricultores locais, enquanto modestas cercas protegem o gado. "Essas residências deveriam ter sido vendidas por milhões — no entanto, nenhuma delas foi adquirida pelos ricos", relatou Guo à AFP.

Imagem: JADE GAO/AFP

Os interiores proporcionam um contraste impressionante: poeira e grafites contrastam com os pisos e colunas de mármore, lustres de cristal, tetos elaborados e móveis embutidos.

Imagem: JADE GAO/AFP

Cidades fantasmas não são uma raridade na China, conforme mencionado pela Architectural Digest — estima-se que 65 milhões de residências estejam abandonadas no país. Durante décadas, o mercado imobiliário foi um motor crucial da economia chinesa, com o governo incentivando grandes projetos.

Imagem: JADE GAO/AFP

No entanto, o envelhecimento da população e o aumento dos custos de construção desequilibraram o mercado, resultando em cidades inteiras abandonadas.

Imagem: JADE GAO/AFP

Além disso, desde 2020, o governo de Xi Jinping tem implementado medidas contra empréstimos imobiliários excessivos e especulações. Como resultado, construtoras têm abandonado projetos devido a dívidas.

Thames Town, cidade fantasma nos arredores de Xangai, na China Imagem: Huai-Chun Hsu/Creative Commons

Entre os exemplos mais conhecidos do luxo decadente das cidades fantasmas chinesas está Kangbashi, a "cidade vazia" em Ordos.

Outra perspectiva de Thames Town
 Fotografia: Huai-Chun Hsu/Creative Commons

Mas talvez o caso mais marcante seja o de Thames Town, nos arredores de Xangai, que reproduzia a arquitetura londrina — e hoje permanece praticamente desabitada.

Espaços desolados, repletos de residências suntuosas e estruturas imponentes, pontuam a geografia nacional.

Foto: Wong Campion/Reuters

Lugares desabitados despertam a curiosidade de exploradores em todo o globo – e a China é famosa por ser o lar de numerosos locais abandonados. Segundo informações do Business Insider, o país possui 65 milhões de residências vazias. Esse cenário é resultado da crise econômica que afetou a China, onde o mercado imobiliário, considerado um investimento 'seguro', desempenhava um papel crucial. Isso levou à construção de grandes projetos com o apoio governamental, os quais acabaram não atraindo moradores conforme o esperado.

Cidades inteiras, repletas de mansões extravagantes e edifícios imponentes, pontilham a paisagem chinesa. No entanto, apesar do amplo espaço e das inúmeras habitações, esses lugares têm poucos residentes, resultando em desenvolvimentos urbanos notavelmente subutilizados. Interessado em descobrir mais sobre esses locais? Aqui estão 5 cidades fantasmas da China:

1) Complexo Residencial das Mansões Estatais para Hóspedes (State Guest Mansions)
Foto: Jade Gao/AFP/Getty Images

Em meio às colinas de Shenyang, encontram-se diversas mansões palacianas abandonadas. Com suas colunas de mármore e interiores suntuosos, essas casas foram planejadas para serem a residência do Complexo Residencial das Mansões Estatais para Hóspedes, um espaço destinado à elite da sociedade chinesa. A construção dessas residências teve início em 2010, porém foram abandonadas em 2012, após a Greenland Group – a empresa responsável pelo projeto – perder o apoio do governo. Agora, apenas aves e animais ocupam esses terrenos, atraindo visitantes de todo o mundo.

2) Kangbashi
Foto: VCG/Getty Images

A cidade de Kangbashi foi erguida para ser a nova capital regional do distrito de Ordos, localizado no sudoeste da Mongólia Interior, na China. O projeto teve início em 2004 e consumiu US$ 160 bilhões (aproximadamente R$ 808 bilhões, de acordo com a cotação atual). Planejada para acomodar 1 milhão de habitantes, atualmente apenas cerca de 153 mil pessoas residem lá, o que lhe rendeu o apelido de "cidade fantasma". Com suas avenidas vazias e edifícios abandonados, a subocupação foi resultado de um planejamento deficiente em relação à demanda do local, uma vez que foi construído em uma área remota.

3) Cidade de Thames Town
Foto: guowei ying/Getty Images

Inspirada na arquitetura londrina, Thames Town – localizada no distrito de Songjiang – apresenta seu próprio Rio Tâmisa, uma igreja gótica, cabines telefônicas vermelhas e monumentos de Harry Potter e James Bond. Com apenas 1 km² de área e capacidade para 10 mil habitantes, a construção da cidade consumiu US$ 800 milhões (cerca de R$ 4 bilhões, conforme a cotação atual) e foi concluída em 2006. No entanto, devido aos preços elevados das residências, o local atraiu poucos moradores, tornando-se também conhecido como uma das cidades fantasmas da China.

4) Tianducheng
Foto: Guillaume Payen/Getty Images

Construído em 2007, o complexo habitacional de Tianducheng, situado na cidade de Hangzhou, é uma réplica de Paris. O local possui uma Torre Eiffel em miniatura de 108 metros de altura, uma avenida que lembra a Champs-Élysée, edifícios com o estilo arquitetônico do 8º arrondissement e um parque similar ao Jardim de Luxemburgo. Também conhecido como Sky City, foi planejado para abrigar 10 mil pessoas, porém apenas 2 mil moradores foram atraídos.

5) Chenggong
Foto: dmsl/Getty Images

Em 2012, Chenggong foi identificada como uma das maiores cidades fantasmas da Ásia, com relatos de 100 mil apartamentos vazios. Este local é um dos sete distritos de Kunming e foi construído para servir como centro educacional, governamental e logístico. No entanto, nos últimos anos, Chenggong tem gradualmente atraído mais residentes, especialmente após a inauguração de uma linha de metrô que o conecta ao centro de Kunming.


Em meados da década de 1950, um ambicioso projeto começava a ganhar vida na mente visionária de Walt Disney e seu irmão Roy Disney. A ideia de criar um parque temático único, capaz de transportar os visitantes para mundos de fantasia e aventura, estava em pleno vapor. Porém, havia um desafio que se apresentava diante deles: como trazer animais para esse universo mágico e garantir seu cuidado constante?

Foi então que, quatro anos antes da inauguração da icônica Disneylândia em 1955, os Disney perceberam a necessidade crucial de orientação especializada. Assim, em 1951, os serviços de Owen e Dolly Pope foram contratados, marcando o início de uma colaboração essencial para o futuro do parque. Os Popes trouxeram consigo uma expertise valiosa sobre animais e entretenimento, orientando a equipe da Disney sobre quais espécies poderiam habitar o parque e como integrá-las de forma harmoniosa às atrações.

No entanto, a questão dos cavalos representava um dilema único. Para dar vida aos cenários do Velho Oeste e proporcionar passeios memoráveis, os equinos seriam essenciais. Mas surgia o desafio logístico: como cuidar desses animais após o término das atividades diárias no parque?

A solução surgiu de forma inovadora e, ao mesmo tempo, discreta. Apenas três dias antes da abertura da Disneylândia, Walt Disney convidou os Popes para residirem no próprio parque. Assim, sob os olhares curiosos dos visitantes, uma casa de fazenda foi discretamente instalada nos confins da Frontierland, tornando-se o lar dos conselheiros e cuidadores de animais.


Durante 16 anos, os Popes viveram e respiraram o espírito da Disneylândia, recebendo a visita diária de Walt Disney para discutir os detalhes dos cavalos e os planos para o parque. Esse período não só marcou uma colaboração fundamental, mas também criou laços duradouros entre os Popes e a família Disney.

Após décadas dedicadas ao sonho de crianças de todas as idades, os Popes partiram para uma nova aventura na Flórida, contribuindo para a inauguração do Walt Disney World Resort. Mas seu legado permaneceu gravado nas memórias e nos corações daqueles que tiveram a oportunidade de testemunhar sua dedicação.


Hoje, a casa dos Popes continua presente na Disneylândia, uma lembrança tangível de sua contribuição extraordinária para o parque. Uma placa comemorativa testemunha seu legado, lembrando a todos os visitantes da história por trás da magia que permeia cada canto desse lugar encantado.    

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