fevereiro 2021

Uma inscrição de mais de 1500 anos encontrada em uma pedra recentemente descoberta em Israel confirmou para arqueólogos o complexo cenário religioso da região no século 5: a frase “Cristo, nascido de Maria” inscrita em grego na pedra confirma a existência de templos cristãos em assentamentos árabes antes mesmo do advento do Islã. Encotrada no Vale de Jezreel, na cidade Tayibe, ao norte de Israel – região de forte tradição árabe – a novidade sugere que não só o cristianismo poderia ser popular na região até o período, como possivelmente a religião conviveu com o islamismo durante o início do período muçulmano, no início do século 6.


Pedra encontrada com a inscrição em Israel
A descoberta do artefato foi confirmada pelo Instituto de Antiguidade de Israel, como parte da entrada de uma igreja construída no fim do século 5 – a frase foi inscrita em uma pedra que contém outras sete linhas que, destruídas pelo tempo, tornaram-se ilegíveis. “A importância da inscrição é que até agora não sabíamos com certeza se havia igrejas deste período nesta área”, afirmou Walid Atrash, arqueólogo do Instituto, em entrevista.

Outras descobertas anteriores já haviam confirmado a existência de igrejas na região – a importância da novidade, porém, está no período a que corresponde: nenhuma igreja tão antiga havia até então sido descoberta, confirmando portanto a presença cristã na região durante o período bizantino. Segundo Atrash, a nova descoberta “fechou o círculo, e agora sabemos que havia cristãos nesta área durante esta era”.

A pedra foi encontrada em meio a escavações que revelaram também um piso em mosaico, assim de outra igreja datada do período das cruzadas – os estudos agora buscam descobrir se a construção foi levantada por cristãos ou judeus. “A inscrição saúda aqueles que entram e os abençoa. Portanto, é claro que o edifício é uma igreja, e não um mosteiro: as igrejas saudavam os crentes na entrada, enquanto os mosteiros tendiam a não fazer isso”, afirmou Leah Di Segni, outra pesquisadora do Instituto. Segundo os pesquisadores, a igreja provavelmente foi destruída em um dos muitos terremotos que abalaram a região durante o período.

Mosaico encontrado no local onde a pedra foi descoberta

Fonte: Hypeness


O fragmento de osso e suas inscrições. Crédito: Marion Prévost

Fragmento de osso de animal de cerca de 120 mil anos atrás apresenta seis inscrições que não poderiam ter sido feitas acidentalmente

Cientistas e historiadores há muito supõem que gravuras em pedras e ossos têm sido usadas como uma forma de simbolismo que remonta ao período Paleolítico Médio (250.000-45.000 a.C.). As descobertas para apoiar essa teoria, no entanto, são extremamente raras. Mas uma novidade pode começar a mudar esse quadro.

Arqueólogos da Universidade Hebraica e da Universidade de Haifa (Israel), juntamente com uma equipe do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), encontraram evidências do que pode ser o uso mais antigo conhecido de símbolos. Os símbolos foram achados em um fragmento de osso na região de Ramle, no centro de Israel, e acredita-se que tenham aproximadamente 120 mil anos de idade. A descoberta foi tema de artigo publicado na revista “Quaternary International”.

Notavelmente, o fragmento permaneceu quase intacto. Os pesquisadores conseguiram detectar nele seis gravuras semelhantes em um lado do osso. Isso os levou a acreditar que estavam na posse de algo que tinha um significado simbólico ou espiritual. O objeto foi descoberto em um coleção de ferramentas de sílex e ossos de animais expostos em um local durante escavações arqueológicas.

Ilustração que salienta as ranhuras. Crédito: Marion Prévost

Ferramenta afiada
O dr. Yossi Zaidner, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica, diz que o lugar provavelmente foi usado como acampamento ou ponto de encontro para caçadores paleolíticos que abatiam os animais capturados naquele local. Acredita-se que o osso identificado tenha vindo de um animal de grande porte selvagem já extinto, uma espécie muito comum no Oriente Médio naquela época.

Usando imagens tridimensionais, métodos microscópicos de análise e reprodução experimental de gravuras em laboratório, a equipe conseguiu identificar seis gravações diferentes, com comprimento de 38 a 42 milímetros. A drª Iris Groman-Yaroslavski, da Universidade de Haifa, explicou: “Com base em nossa análise de laboratório e descoberta de elementos microscópicos, pudemos supor que as pessoas nos tempos pré-históricos usaram uma ferramenta afiada feita de pedra para fazer as gravações.”

Os autores do artigo enfatizam que sua análise deixa muito claro que as gravuras foram definitivamente feitas intencionalmente pelo homem e não podem ter sido o resultado de atividades de abate de animais ou processos naturais ao longo dos milênios. Eles apontaram para o fato de que as ranhuras das gravuras descobertas são claramente em forma de U. Além disso, elas são largas e profundas o suficiente para que não pudessem ter sido feitas por outra coisa que não a intenção de humanos de esculpir linhas no osso.

A análise também conseguiu determinar que o trabalho foi executado por um artesão destro em uma única sessão de trabalho.

Mensagem definitiva
Marion Prévost, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica, diz que tudo indicava que havia uma mensagem definitiva por trás do que foi esculpido no osso. “Rejeitamos qualquer suposição de que essas ranhuras fossem algum tipo de rabisco inadvertido. Esse tipo de arte não teria visto tal nível de atenção aos detalhes.”

Então, qual era a mensagem por trás das seis linhas no osso? “Esta gravura é muito provavelmente um exemplo de atividade simbólica. É também o exemplo mais antigo conhecido dessa forma de mensagem usada no Levante”, escrevem os autores. “Nossa hipótese é que a escolha desse osso em particular estava relacionada ao status daquele animal naquela comunidade de caçadores. Ela também é indicativa da conexão espiritual que os caçadores tinham com os animais que matavam.”

O dr. Zaidner afirmou: “É justo dizer que descobrimos uma das gravuras simbólicas mais antigas já encontradas na terra – e certamente a mais antiga no Levante. Essa descoberta tem implicações muito importantes para a compreensão de como a expressão simbólica se desenvolveu nos humanos. Ao mesmo tempo, embora ainda não seja possível determinar o significado exato desses símbolos, esperamos que a continuação da pesquisa desvende esses detalhes-chave.”


Nesta semana, a missão chinesa Tianwen-1 entrou com sucesso na órbita de Marte e registrou imagens desta etapa da missão. Nesta sexta-feira (12), a agência espacial CNSA, da China, publicou um vídeo que mostra o momento em que a nave ativou os motores no processo de frear e reduzir sua velocidade para que, assim, fosse capturada pela gravidade do Planeta Vermelho e entrasse na órbita.

No vídeo, podemos ver Marte entrando de pouco a pouco no campo de visão da câmera da sonda. É possível notar também um pouco de vibração na filmagem, que foi causada pela ativação dos motores durante o voo do lado diurno do planeta para o noturno. Por fim, podem ser vistos brevemente alguns componentes da sonda, como o painel de energia solar e a antena direcional. O planeta e suas crateras aparecem em preto e branco nas imagens, em contraste com a escuridão do espaço.

Confira as imagens feitas pela Tianwen-1:

Ainda de acordo com a CNSA, o vídeo foi feito a partir da reprodução de imagens estáticas, a uma taxa de 10 quadros por segundo. As imagens foram feitas pelas câmeras no painel solar e na antena da sonda, que tiraram fotos a cada três segundos durante 30 minutos. A Tianwen-1 está equipada com um sistema de monitoramento composto por várias câmeras, que estão programadas para tirar “selfies” no espaço profundo e registrar manobras essenciais para a missão — tudo isso de forma autônoma, sem ações das equipes do controle da missão em solo.

A nave Tianwen-1, cujo nome significa algo como “busca pela verdade celestial”, pesa cinco toneladas e conta com um orbitador, um lander e um rover alimentado por energia solar, que deverá pousar na superfície do Planeta Vermelho em maio. A Tianwen-1 foi uma das missões lançadas no ano passado durante a breve janela de maior proximidade entre Marte e a Terra, e fez alguns registros durante a viagem. Agora que chegou ao planeta, irá passar alguns meses estudando locais para pousar o rover, e assim, iniciar estudos da geologia marciana, seus campos gravitacionais, distribuição de água por lá, entre outros.

Este foi o passo mais recente do programa espacial chinês, que possui objetivos como o estabelecimento de uma estação espacial tripulada já no ano que vem, além de levar astronautas para a Lua. Além da Tianwen-1, a missão árabe Hope Mars também entrou na órbita marciana nesta semana, e é esperado que a Mars 2020, da NASA, chegue ao planeta em 18 de fevereiro, levando o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity.


Em dezembro de 2020 o radiotelescópio do observatório de Arecibo, em Porto Rico, desabou após 57 anos de operação. O local desempenhou papel fundamental em diversas descobertas astronômicas e sua desativação desmotivou diversos profissionais da área. Porém, uma nova imagem da Lua trouxe ânimo aos astrônomos.

A nova imagem da superfície do satélite terrestre natural foi obtida por uma equipe de astrônomos através do radiotelescópio de Green Bank, nos Estados Unidos. O feito foi um grande marco por ser a primeira vez que este telescópio móvel com mais de 100 metros de diâmetro é utilizado desta forma.

Apesar de ter apresentado resultado satisfatório, o novo sistema em Green Bank não foi desenvolvido para substituir o observatório de Arecibo. A ideia inicial é que os dois trabalhassem em conjunto, mas a deterioração e desabamento do radiotelescópio em Porto Rico impediu a união dos trabalhos.

Karen O’Neil, diretora do observatório responsável pela nova imagem da Lua, afirmou que os resultados são fantásticos e que a primeira fase do experimento preliminar foi um sucesso.

A técnica de radar consiste em enviar ondas de rádio para o espaço e investigar como essas ondas refletem na superfície, obtendo as informações a partir do eco que volta à Terra. Nesta nova experiência, a equipe do observatório montou um transmissor na antena do telescópio de Green Bank, que enviou um sinal à Lua que foi captado por outras antenas astronômicas nos Estados Unidos.

A imagem mostra a região onde a nave Apollo 15 posou em 1971. Graças aos ecos obtidos pela tecnologia é possível reconstruir detalhadamente os relevos da Lua, incluindo crateras e montanhas. E com o sucesso do resultado, é possível pensar na construção de um sistema ainda mais potente, capaz de explorar objetos mais distantes da Terra.


Logo mais estaremos de volta à Lua. A Nasa e outras agências espaciais (públicas e privadas) estão preparando voos para o nosso satélite natural, e muitos fatores são decisivos para o sucesso dos planos futuros de exploração espacial. Um dos principais é a existência de água na Lua, que pode servir de combustível para viagens mais longas. Mas de onde ela veio?

Antes da era Apollo, a lua era considerada um deserto, mas muitos estudos posteriores encontraram gelo em crateras polares, água presa em rochas vulcânicas e até depósitos de ferro enferrujado no solo lunar. Apesar dessas descobertas, ainda não há uma confirmação verdadeira da extensão ou origem da água na Lua.

A teoria mais difundida é que íons de hidrogênio carregados positivamente impulsionados pelos ventos solares bombardearam a superfície lunar, provocando reações que criaram a água que encontramos hoje. Porém, um novo estudo publicado no Astrophysical Journal Letters propõe que o vento solar pode não ser a única fonte de íons neste processo.

Ventos da Terra
De acordo com os pesquisadores, partículas da Terra podem semear a lua com moléculas de água, e o mesmo pode acontecer com outros planetas e seus satélites. Da superfície de Marte às luas de Júpiter, passando pelos anéis de Saturno, cometas, asteroides e Plutão – todos esses lugares possem moléculas de água.

Supunha-se anteriormente que a água foi incorporada a esses corpos celestes durante a formação do Sistema Solar, mas há evidências de que sua dispersão pelo espaço é muito mais dinâmica. Embora o vento solar seja uma fonte provável, modelos computacionais indicam que até a metade da água deveria evaporar e desaparecer em regiões de alta latitude da Lua quando o satélite está sob a influência do campo magnético da Terra.

O “vento da Terra”, composto de íons de oxigênio (cinza) e íons de hidrogênio (azul brilhante), que pode reagir com a superfície lunar para criar água. Imagem: E. Masongsong/UCLA EPSS/Nasa/GSFC SVS.

Mas isso não acontece. A partir de dados coletados pelo Mapeador de Mineralogia da Lua do satélite Chandrayaan-1, os cientistas sugerem que a água lunar pode ser reabastecida por fluxos de íons magnetosféricos, também conhecidos como “vento da Terra”.

O campo magnético da Terra impede que o vento solar chegue à lua, então a água não poderia ser regenerada mais rápido do que foi perdida. Mas o que ocorre na realidade é que a Lua é bombardeada de isótopos de oxigênio que vazam da nossa camada de ozônio. Essas moléculas se incrustam no solo lunar, junto com íons de hidrogênio.

Essa “ponte de água” pode reabastecer a Lua com novas moléculas e manter a quantidade de água na superfície. Os pesquisadores acreditam que estudos futuros do vento solar e dos ventos planetários podem revelar mais sobre a evolução da água em nosso Sistema Solar e os efeitos potenciais da atividade solar e da magnetosfera em outras luas e corpos planetários.

Com esse conhecimento, cientistas poderão prever as melhores regiões para exploração futura, mineração e eventual assentamento na Lua.

$ok={Aceitar!} $days={7}

O "Minha Cidade em Foco" usa cookies para melhorar sua experiência. Saber mais

MKRdezign

{facebook#http://www.facebook.com/MundoMS} {twitter#http://twitter.com/MundoMSOficial} {google-plus#http://plus.google.com/+MundoMSOficial} {pinterest#http://br.pinterest.com/MundoMS/} {youtube#http://www.youtube.com/c/MundoMSOficial} {instagram#http://www.instagram.com/mundomsoficial}

Fale com o Mundo MS

Nome

E-mail *

Mensagem *

Tecnologia do Blogger.
Javascript DisablePlease Enable Javascript To See All Widget