Imagem: Maxar/ASU/P. Rubin/NASA/JPL-Caltech

16 Psyche, asteroide de ferro, níquel, ouro e platina do sistema solar


Um estudo publicado nesta semana por cientistas da Southwest Research Institute (SwRI), dos Estados Unidos, na revista The Planetary Science Journal traz novos detalhes sobre o 16 Psyche, um asteroide gigantesco feito de ferro, níquel, platina e ouro que valeria muito dinheiro na Terra. A novidade é que ele está "enferrujando".


Descoberto em 1852, este é um dos maiores asteroides já catalogados no Sistema Solar. Em 2017, o telescópio Hubble, da Nasa, descobriu que o objeto é feito de vários metais preciosos. Com mais de 200 quilômetros de diâmetro e massa correspondente a 1% de todo o cinturão de asteroides, estima-se que o material do 16 Psyche seja equivalente a mais de US$ 10 quintilhões.


O valor representa mais de 10 mil vezes o valor do PIB (produto interno bruto) do mundo inteiro em 2019 —que, segundo o Banco Mundial, foi de US$ 87 trilhões. Mas não há planos para minerar o gigante espacial. Por isso esse número é apenas curioso e não realmente prático.

Tracy Becker, cientista planetária do SwRI e autora do novo estudo sobre o estranho asteroide dourado, observou o gigante em dois pontos específicos de sua rotação, de olho em comprimentos de onda ultravioleta (UV) na sua superfície.

"Fomos capazes de identificar pela primeira vez em qualquer asteroide o que pensamos serem bandas de absorção ultravioleta de óxido de ferro", disse ela no comunicado do instituto. "Esta é uma indicação de que está acontecendo um processo de oxidação no asteroide, o que pode ser resultado dos ventos solares atingindo a sua superfície."

Em outras palavras, as ondas ultravioletas detectadas no gigante de ferro mostram que há um processo de oxidação ocorrendo na sua superfície. Resumindo: assim como acontece com os metais da Terra, o 16 Psyche está "enferrujando". Mas nem por isso ele perdeu o interesse de astrônomos.

A agência espacial norte-americana Nasa prepara uma missão para enviar uma sonda até o asteroide para estudá-lo mais de perto. A empresa SpaceX, de Elon Musk, venceu a concorrência de US$ 117 milhões para tocar o projeto.

Por ser feito de metais preciosos, assim como o núcleo da Terra e de outros planetas rochosos, cientistas acreditam que o 16 Psyche um dia fez parte do interior de um planeta muito maior.

"A Terra possui um núcleo metálico, um manto e uma crosta. É possível que quando o Psyche era um protoplaneta em formação, ele foi atingido por outro objeto em nosso sistema solar e perdeu seu manto e crosta", explica Becker.

Atualmente, o plano da Nasa e da SpaceX é lançar a sonda em 2022 com expectativa de que ela chegue lá em 2026, já contando com uma ajudinha do campo gravitacional do planeta Marte para receber um último empurrão no meio do caminho.

A esperança é de que uma olhada de perto no 16 Psyche nos traga mais informações sobre o núcleo da Terra e de outros planetas, já que é muito mais fácil enviar uma sonda até os cantos frios do Sistema Solar do que ao centro quente do nosso planeta.

"O que torna Psyche e os outros asteroides tão interessantes é que eles são considerados os tijolos do Sistema Solar", disse Becker. "Entender o que realmente constitui um planeta e possivelmente ver o interior de um planeta é fascinante. Assim que chegarmos ao Psyche, vamos realmente entender se é esse o caso."

Fonte: Uol