novembro 2020



O prato refletor foi danificado na queda do primeiro cabo (Imagem: Reprodução/University of Central Florida)

O Observatório de Arecibo, que durante muito tempo foi o maior radiotelescópio do mundo, terá sua antena parabólica desativada. Após o rompimento de dois cabos de sustentação, os engenheiros concluíram que um eventual reparo seria muito arriscado para os funcionários e para os equipamentos que ainda podem ser resgatados. Isso coloca um fim a quase 60 anos de história de um dos observatórios espaciais mais importantes do mundo.

Localizado no município de Arecibo, em Porto Rico, o radiotelescópio foi construído no início da década de 1960 e entrou para a história dez anos depois, ao ser usado para enviar uma mensagem a civilizações alienígenas, em 1974. Em agosto de 2020, um dos cabos secundários escorregou do soquete e caiu sobre o prato refletor, deixando uma parte da estrutura em pedaços.

Após o incidente, múltiplas equipes trabalharam para avaliar os danos e as possibilidades de um reparo, um processo longo para garantir que não haveria nenhum risco para as equipes envolvidas no conserto. Contudo, no início de novembro, um segundo cabo se rompeu, deixando o equipamento suspenso ainda mais instável. Uma zona de segurança foi criada para proteger o prato, restringindo o acesso, e equipes independentes de engenheiros foram acionadas para analisar o problema.

Esses cabos sustentam uma plataforma de 900 toneladas que fica suspensa sobre a parabólica e permite que os cientistas direcionem o observatório para um trecho específico do céu. Ali, há antenas, transmissores de radar e muito mais, portanto, pode-se dizer que a plataforma suspensa é o coração científico do observatório.

Drones sobrevoaram a estrutura para avaliar os danos nos cabos restantes (Imagem: Reprodução/NAIC/Arecibo Observatory/NSF)

Após considerar três relatórios das equipes de engenharia, a National Science Foundation (NSF), dona da instalação, decidiu que o observatório não está estável o suficiente. "Nosso objetivo é encontrar uma maneira de preservar o telescópio sem colocar a segurança de ninguém em risco", disse Sean Jones, da NSF. "No entanto, após receber e revisar as avaliações de engenharia, não encontramos nenhum caminho a seguir que nos permitiria fazê-lo com segurança”, concluiu.

Drones e câmeras foram usados ​​para monitorar a estrutura e avaliar as condições dos cabos que restaram, e descobriram que alguns também estão danificados. De acordo com as análises de engenharia, se mais um cabo na Torre 4 romper, a plataforma desabará no prato refletor e provavelmente fará com que as torres também caiam. Ralph Gaume, diretor da Divisão de Ciências Astronômicas da NSF, disse que “mesmo tentativas de estabilização ou teste de cabos podem resultar na aceleração da falha catastrófica”.

Agora, a tarefa é elaborar um plano para desativar o telescópio de maneira controlada e segura, sem causar um desabamento da estrutura. A agência contratou engenheiros para desenvolver esse plano, o que levará algumas semanas. Os funcionários não disseram qual estratégia deve ser utilizada, mas mencionaram o potencial uso de helicópteros ou explosivos.

Uma perda para a ciência
Início da construção do Arecibo (Imagem: Reprodução/NAIC/Arecibo Observatory/NSF)

Foi graças a um erro de cálculo na fase de design que o Arecibo se tornou tão icônico e importante. Ele foi projetado inicialmente para estudar a ionosfera terrestre, mas o erro nos cálculos fez com que seu prato fosse construído cerca de 10 vezes maior do que o necessário para essa pesquisa. Assim, ganhou uma parabólica de 305 metros de diâmetro, a maior do mundo até 2016, quando a China completou seu Telescópio Esférico de Abertura de Quinhentos metros (FAST).

Isso lhe permitiu fazer muito mais do que o planejado. Entre as principais áreas de pesquisa exploradas pelos pesquisadores no Arecibo estão as galáxias e os pulsares — cada uma com direito com um terço do tempo de observação do telescópio; o último terço é reservado aos estudos da ionosfera. É um dos principais instrumentos para procurar por novos pulsares, porque o tamanho permite buscas mais sensíveis.

Apesar de sua importância nessas áreas, ele ficou mais conhecido pela mídia como “telescópio que busca por extraterrestres”, em parte graças à famosa transmissão de sinal que ficou conhecida como “Mensagem de Arecibo”. Ela foi enviada em 16 de novembro 1974 ao espaço com informações sobre o planeta Terra e a civilização humana.

O envio foi realizado pelo projeto SETI com o uso do radiotelescópio porto-riquenho e direcionado para o Grande Aglomerado Globular de Hércules, localizado a aproximadamente 25.000 anos-luz de distância, e que possui cerca de 300.000 estrelas. Os 1679 impulsos de código binário levaram três minutos para serem transmitidos na frequência de 2380 MHz.

(Imagem: Reprodução/NAIC/Arecibo Observatory/NSF)

Seu radar planetário ainda era considerado uma raridade, sendo a maior instalação do mundo que poderia lançar um feixe em objetos próximos à Terra ou até em alguns dos planetas vizinhos. Com isso, os cientistas podem esperar o eco do feixe ser devolvido e analisá-lo. No caso dos asteroides, esse eco fornece informações para determinar se os objetos apresentam algum risco de colisão com a Terra.

A NSF agora trabalhará com os cientistas que planejavam usar o radiotelescópio em suas próximas pesquisas para realocar os projetos, direcionando-os a outras instalações, por exemplo — algumas delas ali mesmo, em Arecibo, caso seja possível desativar o telescópio de forma controlada, sem danificar o restante dos ativos do observatório, como o centro de visitantes e instrumentos de ciência atmosférica.

No entanto, essa instalação era única, principalmente para os que estudam os asteroides próximos à Terra. “Parte da ciência de Arecibo será transferida; parte não", disse Gaume.

Fonte: Space.com

Reconstrução artística de uma caça a vicunhas em Wilamaya Patjxa. (Imagem: © Matthew Verdolivo (UC Davis IET Academic Technology Services))

Pesquisadores descobriram o túmulo de uma caçadora de 9000 anos de idade no Peru. Ademais, o sítio de escavação também contava com mais cinco esqueletos de outros caçadores. Contudo, junto à mulher, estavam enterrados itens usados para a caça de grandes animais, o que indica que ela pode ter tido um papel muito importante para a tribo.

No ano de 2018, arqueólogo Randall Haas e sua equipe encontraram os túmulos e, a princípio, pensaram que havia apenas homens enterrados ali. Contudo, analises de proteínas específicas dos dentes dos caçadores mostraram que o membro mais importante (julgando pelo número de ferramentas de caça) era na verdade uma mulher.

Esse resultado pode abalar tudo o que se pensa hoje sobre as sociedades pré-históricas de seres humanos. Nesse sentido, a maioria dos estudos até o momento indica que a função dos homens nas tribos era a caça, enquanto as mulheres faziam a coleta de comida e cuidavam das crianças.

Contudo, após uma análise detalhada de 429 ossadas encontradas nos últimos anos nas Américas, a equipe de Haas percebeu que dos 27 esqueletos que tinham gêneros identificáveis, 11 eram femininos e 16 masculinos. Assim, a Science Advances publicou o estudo de Haas que indica que entre 30% e 50% dos caçadores pré-históricos poderiam ser mulheres.

A estrutura das tribos de caçadores-coletores
Até a publicação desse artigo, acreditava-se que a caça era uma atividade quase exclusivamente masculina nas tribos de H. sapiens. Assim, as mulheres seriam responsáveis por cuidar das crianças e coletar materiais para o grupo. Todavia, essa pode ser uma interpretação errada dessas sociedades. Inúmeros estudos foram feitos com essas comunidades, mas pouco se questionava sobre o papel das mulheres de fato na tribo.

(Imagem de janeb13 por Pixabay)

Os resultados encontrados no Peru, por outro lado, podem mostrar que a visão dos pesquisadores (e também da sociedade moderna) sobre essas tribos pode ter sido influenciada por uma interpretação rígida dos gêneros no grupo.

A função da caçadora de 9000 anos
Faz todo sentido, além do mais, que houvesse tantas caçadoras quanto caçadores. Isso porque a tribo precisaria do máximo de indivíduos possível para caçar animais grandes. Aliás, essas tribos do peru caçavam animais como as vicuñas, os ancestrais selvagens das alpacas. Inclusive, diversos ossos desses bichos estavam com a caçadora no sítio estudado por Haas. Portanto, a caça deveria ser território comum a homens e mulheres, provavelmente restrita apenas pela idade.

As vicuñas – imagem acima – eram as principais presas das tribos pré-históricas do Peru. (Imagem de falco por Pixabay)

Vale lembrar, ainda, que a expectativa de vida de uma caçadora de 9000 anos atrás não passava dos 30 anos de idade. Acredita-se que a caçadora encontrada nas escavações tinha entre 17 e 19 anos quando morreu.

De forma geral, quando esqueletos são encontrados com equipamentos de caça, na maioria dos casos eles são identificados como do gênero masculino. Contudo, quando pesquisas encontram uma mulher com os mesmos objetos, a interpretação sempre esbarra em outras possibilidades.

De fato, são necessários mais estudos para realmente definir a estrutura das sociedades de caçadores coletores das Américas. Contudo, quando cientistas encontrarem esse tipo de evidência, eles devem consideram ambas as possibilidades igualmente: a de um caçador ou de uma caçadora.

O estudo está disponível na Science Advances.


Créditos da imagem: Raphaël Thibodeau

O “Moving Dunes” é uma obra de arte ilusória instalada em uma rua de Montreal, Canadá

Em Star Wars, Obi-Wan Kenobi disse uma vez: "Seus olhos podem enganar você, não confie neles." E parece que nada representa isso tão bem quanto a obra “Moving Dunes” criada pelo escritório de arquitetura canadense NÓS.

Créditos da imagem: Raphaël Thibodeau

As dunas dobram a perspectiva do observador de tal forma que formam um caminho enganoso que imita os padrões que você veria na areia de um deserto. As enormes esferas cromadas aumentam o efeito ilusório e o resultado é absolutamente alucinante.

Créditos da imagem: Alex Lesage

De acordo com o NÓS, a obra de arte é “uma miragem experiencial no coração do centro de Montreal que entrelaça o real e o virtual”. Foi criado como parte da exposição de 2008 no Museu de Belas Artes de Montreal, intitulada “Da África às Américas: Picasso cara a cara, passado e presente”. Inspirando-se nos pintores cubistas, a obra de arte ilusória foi instalada na Avenue de Musée como parte da chamada anual de artistas.

A perspectiva do observador mudade tal forma que a rua Avenue de Musée parece estar se movendo
Créditos da imagem: Raphaël Thibodeau

Créditos da imagem: Raphaël Thibodeau

Créditos da imagem: Raphaël Thibodeau

O mural foi inspirado no cubismo e criado pelo escritório de arquitetura canadense NÓS
Créditos da imagem: Olivier Bousquet

Créditos da imagem: Charles Laurence Proulx

Créditos da imagem: Raphaël Thibodeau

À medida que o visualizador se move, as formas da areia são invertidas e o solo ganha vida
Créditos da imagem: Eloa Defly

Créditos da imagem: Eloa Defly

Mais informações: N-O-S.ca

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