Análises de pirâmide do Egito revelam anomalias incríveis
Marwan Naamani/AFP
A pirâmide de Quéops, em Gizé, Egito: anomalia está localizada no lado leste da pirâmide
Ed Mazza, doHuffPost Brasil
As análises termais da Grande Pirâmide de Giza revelaram uma impressionante anomalia em suas pedras – uma mudança na temperatura que poderia indicar algo escondido nessas paredes de 4.500 anos.
"Essa anomalia é bem impressionante e está bem na nossa frente, a nível do solo", disse Mehdi Tayoubi, fundador do Instituto Herança, Inovação e Preservação sediado em Paris, quem está conduzindo experimentos para o projeto Scan Pyramids usando uma mistura de termografia por infravermelhos, radiografia por múons e reconstrução em 3D.
A anomalia está localizada no lado leste da pirâmide, também conhecida como a pirâmide de Quéops, como pode ser visto nesta imagem que foi entregue pela organização:
As análises foram realizadas em diferentes horários do dia e da noite; as temperaturas foram mensuradas à medida que as pedras ficavam mais quentes ou frias.
Embora a diferença de temperatura entre as pedras mais adjacentes tipicamente variasse entre 0,1 e 0,5 graus, este segmento em particular tinha uma variação de 6 graus, como pode ser visto nas análises termais:
"Temos várias hipóteses, mas não chegamos a nenhuma conclusão até agora", disse Tayoubi.
O Ministro de Antiguidade do Egito, Mamdouh el-Damaty, disse que ele também tem várias hipóteses, mas quer que mais pesquisa seja feita antes de revelar as suas conclusões.
“Podem ser espaços vazios, fissuras ou passagens", disse ele ao Ahram Online. "Até o momento, não sei o que é".
El-Damaty disse à Associated Press que uma inspeção minuciosa do local encontrou o que aparecia ser uma "pequena passagem pelo chão" no lado leste que leva até a área onde existe a mudança de temperatura.
A egiptóloga Beth Ann Judas disse que faz sentido que a anomalia esteja no lado leste, já que esse é o "ponto focal" da pirâmide, com vários templos e tumbas localizadas ali.
"O Nilo estava ao leste da pirâmide e existem motivos para pensar que qualquer um teria feito isso nesse lado", disse ela. "As pirâmides também têm uma conexão com o aspecto solar e o culto ao deus Ra, na religião egípcia antiga".
Judas, que realizou várias expedições ao Egito disse que as pirâmides de Quéops contêm a mais complexa série de passagens de todas as pirâmides e pode ter sofrido muitas mudanças no desenho durante a sua construção.
A câmara sepulcral original, por exemplo, está abaixo da superfície. No entanto, o lugar de descanso final do faraó foi a "Câmara do Rei " que fica próximo ao topo da pirâmide.
Judas disse que seja lá o que for o responsável pela anomalia poderia estar conectado às fases iniciais da construção e da primeira câmara sepulcral.
"No mínimo, esta anomalia lançará mais luz nas técnicas de construção da 4ª. Dinastia egípcia", disse Judas.
"Na verdade, é bem animador. Nos últimos anos, os arqueólogos descobriram mais sobre os trabalhadores e o governo que estão conectados às pirâmides e isso nos dá mais informação sobre o trabalho deles".
Várias outras anomalias encontradas na pirâmide de Quéops assim como em outros monumentos serão examinados durante o projeto que continua em 2016.