Há algum tempo, a NASA compartilhou detalhes de um plano de construir uma cidade flutuante em Vênus. Agora, a Northrop Grumman, empresa fabricante de veículos aéreos militares (tripulados ou não), revelou uma nova ideia para ajudar na exploração do planeta: uma espécie de aeronave inflável que poderia permanecer operando sobre as nuvens venusianas.

O veículo se chama VAMP (acrônimo em inglês para “Plataforma de Manobrabilidade Atmosférica de Vênus”). Ele foi projetado para ser leve o bastante para se manter no ar com pouquíssima energia, mas ao mesmo tempo ser manobrável o suficiente para continuar navegando os fortes ventos atmosféricos do planeta e resistente o bastante para suportar o ácido sulfúrico na atmosfera.

Caso a NASA se interesse pelo veículo o bastante para financiá-lo ele poderá ser usado no programa New Frontiers (“Novas fronteiras” em inglês) da agência. Segundo a Northrop Grumman, a VAMP poderia ser usada para explorar Vênus em apenas dez anos. 

É um primeiro passo para analisar os céus do planeta vizinho antes de começar qualquer tipo de esforço de colonização de Vênus.

Humanos em Vênus?

Especialistas veem a exploração de Vênus como mais plausível no momento do que a de Marte, por vários motivos, começando pela menor distância. O caminho a ser percorrido varia entre 38 milhões e 261 milhões de quilômetros, enquanto para chegar até o planeta vermelho é necessário percorrer entre 56 milhões e 401 milhões de quilômetros. Além disso, o tamanho de Vênus é parecido com o da Terra, com raio de 6.052 km, enquanto o globo terrestre tem raio de 6.371 km.


Mas as semelhanças param aí. Até hoje, nenhuma sonda foi capaz de durar mais de duas horas na superfície. Isso porque a pressão atmosférica é 92 vezes maior que a da Terra, com uma temperatura média de 462 graus Celsius, forte atividade vulcânica e uma atmosfera composta de gás carbônico e um pouco de hidrogênio com uma nuvem feita de ácido sulfúrico.

No entanto, a cerca de 50 quilômetros do solo de Vênus, as condições são bastante similares à da Terra, com uma pressão semelhante, gravidade levemente inferior, o que também facilitaria a estadia dos humanos, já que reduziria os efeitos da gravidade zero no organismo. A temperatura chega a 75 graus Celsius, o que não é confortável, mas é gerenciável, e a proteção atmosférica da radiação solar seria comparável a viver no Canadá.

No programa New Frontiers, a Nasa propõe uma cidade flutuante em Vênus. A posição da cidade seria fixa, mas a exploração seria possível por meio de um dirigível de 130 metros de comprimento cheio de hélio, acompanhado de outro menor, robótico, de 31 metros. O fornecimento de energia seria feito pelo Sol, aproveitando a maior proximidade com o astro, utilizando cerca de 1 mil metros quadrados de painéis solares.

O primeiro passo, no entanto, é começar com uma sonda robótica para realizar as investigações iniciais. Com os dados em mãos, a etapa seguinte seria enviar uma missão tripulada para passar 30 dias flutuando sobre o planeta. Em seguida, equipes com dois astronautas passariam um ano em Vênus. O objetivo final seria uma presença humana permanente em uma cidade flutuante.