07/21/14

A Taurus, maior fabricante de armas da América Latina, vive sua maior crise. Os resultados pioraram, os acionistas não se entendem e algumas armas vendidas para a polícia dispararam sozinhas

Ana Luiza Leal, de

Ethan Miller/Getty Images

Revólveres da fabricante de armas: a Taurus passou a investir para melhorar a qualidade

 No ano passado, em meio à onda de protestos que assolava o país, a Polícia Militar de São Paulo resolveu parar de usar, temporariamente, 98 000 pistolas calibre .40.

A decisão foi tomada depois de 30 armas terem disparado sozinhas — com a trava de segurança ainda ativada — ou dado vários tiros consecutivos, apesar de o policial ter apertado o gatilho uma única vez. Em alguns casos, só uma chacoalhada foi suficiente para fazer a pistola atirar (a PM não comenta, mas policiais dizem que houve feridos).

Entre 2011 e 2012, problemas idênticos haviam sido relatados pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. No fim de 2013, foi a vez da PM do Distrito Federal informar que três submetralhadoras davam tiros em rajada quando o seletor estava na posição de um tiro por vez.

O ponto comum desses casos é o fato de as pistolas e as submetralhadoras terem sido feitas pela Taurus, maior fabricante de armas da América Latina e uma das dez maiores do mundo.

Com faturamento de 800 milhões de reais, a Taurus reina quase sozinha no Brasil. Mesmo assim, vive uma crise sem precedentes — as armas disparam sozinhas, os acionistas brigam publicamente e, por fim, os prejuízos se avolumam.

Fundada em 1939 em Porto Alegre, a Taurus começou como uma fábrica de ferramentas. Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a produzir revólveres e, no início da década de 70, foi vendida para a americana Smith & Wesson. Mas os americanos não gostaram do negócio e, em 1977, decidiram revendê-lo para três diretores brasileiros — Luis Fernando Estima, Carlos Murgel e Hebert Haupt.

Estima é o único que continua até hoje: detém o maior número de ações com direito a voto, 35% do total. A companhia cresceu por 20 anos, ajudada pelas restrições à importação e à instalação de fábricas de concorrentes estrangeiros no país. Mas, a partir de 1995, com o aumento da fiscalização na venda de armamentos e a proibição da propaganda, as vendas começaram a cair.

A Taurus, então, resolveu diversificar. Passou a fabricar máquinas industriais, ferramentas, contêineres, capacetes para motociclistas e coletes à prova de bala. Investiu 100 milhões de reais nisso, um terço de seu faturamento na época, mas só as linhas de capacetes e de coletes deram certo.

Também pesou no caixa da empresa a compra das ações dos dois sócios de Estima, que morreram. O melhor resultado da Taurus foi em 2010, quando lucrou 70 milhões de reais. Depois disso, os números pioraram.

Nos últimos dois anos, fechou no vermelho — em 2013, o prejuízo foi de 80 milhões de reais — e o endividamento, que respondia por quatro vezes a geração de caixa em 2012, cresceu para oito vezes.

Além disso, as exportações para os Estados Unidos, seu maior mercado fora do Brasil, diminuíram 28% no primeiro trimestre, porque a concorrência tem vendido produtos de melhor qualidade pelo mesmo preço, segundo executivos do setor. Procurados, os executivos da Taurus não deram entrevista.

Com poucos recursos disponíveis, a companhia deixou de investir em modernização. Profissionais do setor dizem que a linha de produção é antiga e pouco eficiente e que a quantidade de produtos que eram fabricados até o fim do ano passado, cerca de 5 000, era excessiva. Nem todos davam lucro e era impossível fazer testes de qualidade cuidadosos.

A Taurus começou a fazer mudanças em 2013. Está implementando um novo sistema de produção para tentar minimizar falhas e, em março, reduziu o número de produtos fabricados para 800 — o objetivo é chegar a 400 até dezembro. Mas os investidores ainda não se convenceram do plano: neste ano, as ações caíram 64%, a maior baixa da Bovespa.

Mesmo que as mudanças deem certo, há outro risco para os investidores: a disputa entre Estima e os acionistas minoritários — o principal deles é a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil — para conseguir maioria no conselho de administração e, assim, mandar na empresa.

No início de 2013, Estima propôs fazer uma oferta de ações para captar recursos e reduzir o endividamento da companhia. Os minoritários, que tinham maioria no conselho, vetaram. Para eles, ainda que tenha prejuízo, a empresa consegue renegociar as dívidas e amortizá-las com a geração de caixa.

Em seguida, Fernando Estima, sobrinho de Luis Fernando e conselheiro da Taurus, pediu para sair do cargo, o que dissolveu o conselho e obrigou a empresa a convocar uma nova eleição de conselheiros.

Antes da eleição, Estima negociou a entrada da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), maior fabricante de munição do país, no capital da empresa: vendeu parte de suas ações à CBC, que comprou outras no mercado até ficar com 15% de participação.

Assim, Estima, CBC e outros acionistas passaram a ter maioria no conselho. De acordo com investidores, o objetivo da nova oferta de ações é permitir que a CBC compre mais papéis e que as duas empresas caminhem para uma associação (a CBC não deu entrevista).

Numa reunião de conselho em 27 de junho, Estima conseguiu outra vitória: não ser questionado sobre a venda da subsidiária de máquinas e ferramentas da Taurus, feita em 2012.

Uma consultoria contratada pelo conselho anterior apontou irregularidades na venda da subsidiária para a metalúrgica ­SüdMetal, do empresário Renato Conill, que foi lobista da Taurus junto ao governo na votação do estatuto do desarmamento, em 2003.

O atual conselho decidiu que o parecer precisa ser analisado por uma nova empresa. “Essa disputa está tirando o foco do que importa, que é investir para melhorar a qualidade”, diz André Gordon, sócio da gestora GTI, que investe na Taurus.

Em tese, a sociedade entre Taurus e CBC, que tem o monopólio da fabricação de munição no país, é ótima para as empresas. Juntas, elas têm mais força para competir com companhias estrangeiras, como a austríaca Glock e a checa CZ, que planejam instalar fábricas aqui (a lei brasileira passou a permitir isso em 2012).

Ainda assim, os minoritários estão torcendo contra: esperam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica vete a união, porque assim voltariam a ter ingerência na gestão da Taurus. Os investidores fizeram duas reclamações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que, até o fechamento desta reportagem, não havia aberto processo para investigar o caso.

A Taurus afirmou, por e-mail, que o problema das armas com defeito já foi resolvido. Já a PM de São Paulo disse, também por e-mail, que “há relatos, relatórios e laudos de armas que, após a correção efetuada, ainda apresentaram problemas de disparos acidentais”. É um problemão — mas apenas um dos que a Taurus precisa resolver.

Segundo ranking da Forbes, o "Homem de Ferro" teve ganhos estimados em US$ 75 milhões

Patricia Reaney, da

Zade Rosenthal/Paramount Pictures via Bloomberg News

Robert Downey Jr. como Tony Stark, em cena do filme "Homem de Ferro"
Robert Downey Jr., o astro das franquias de ação da Marvel “Homem de Ferro” e “Os Vingadores”, da Disney, é o ator de Hollywood mais bem pago pelo segundo ano consecutivo, com ganhos estimados em 75 milhões de dólares, segundo o site da revista Forbes.

O ator de 49 anos arrecadou a maior parte deste valor entre junho de 2013 e junho de 2014 com “Homem de Ferro 3”, que rendeu 1,2 bilhão de dólares nas bilheterias e garantiu o topo da lista novamente no ranking anual.

“Como Homem de Ferro, ele é a força condutora de quatro dos maiores sucessos da Marvel, incluindo ‘Os Vingadores’”, informou a Forbes.

O ex-lutador Dwayne "The Rock" Johnson, de 42 anos, que estrelou "G.I. Joe: Retaliação" e a franquia "Velozes e Furiosos", saltou do quinto lugar em 2013 para o segundo neste ano, com lucros de 52 milhões de dólares, seguido por Bradley Cooper, de 39 anos, da série de comédias “Se Beber, Não Case”, com 46 milhões de dólares.

“Sua atuação na lucrativa franquia ‘Se Beber, Não Case’ lhe deu o luxo de arriscar em filmes menores como ‘O Lado Bom da Vida’ e ‘Trapaça’”, disse a Forbes a respeito de Cooper.

Aos 39 anos, Leonardo DiCaprio, protagonista de "O Lobo de Wall Street" e “O Grande Gatbsy”, teve um ano rentável graças aos dois sucessos na telona e ficou em quarto lugar com 39 milhões de dólares, e o australiano Chris Hemsworth, de "Thor", fechou a lista dos cinco mais bem pagos com 37 milhões de dólares.

Mark Wahlberg, de 43 anos, quarto colocado no ano passado pela comédia “Ted”, ficou entre os dez mais bem remunerados deste ano, assim como Will Smith, de 45 anos – cada um ficou com estimados 32 milhões de dólares.

A Forbes.com compilou o ranking e os ganhos estimados conversando com empresários, produtores e agentes.

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