08/26/11


A renúncia de Steve Jobs como presidente-executivo da Apple abriu as portas para a rival Samsung Electronics em um momento crucial na batalha pela liderança no segmento de smartphones, travada nas lojas e tribunais de todo o mundo.


Jobs entregou o comando da empresa ao seu braço direito Tim Cook na quarta-feira, afirmando não estar mais em condições de cumprir suas funções, o que agravou temores de que a saúde do ícone do Vale do Silício tenha piorado.

Embora a Apple e analistas tenham destacado a experiência de Cook e a permanência de Jobs como presidente do conselho, além do forte quadro de executivos do grupo, a saída dele influencia a situação da sul-coreana Samsung, rival da Apple.
As receitas da Samsung, mais que de qualquer outra empresa, estão ligadas às da Apple, tanto como concorrente quanto como fornecedora de componentes.
As empresas são rivais diretas, e a linha Galaxy de smartphones e tablets da Samsung, equipados com o sistema operacional Android, do Google, é vista como principal concorrente ao iPad e iPhone.
"Mesmo antes da renúncia de Steve Jobs, a Samsung estava ficando mais e mais otimista com sua capacidade de enfrentar a Apple diretamente no mercado de celulares inteligentes", disse Mark Newman, ex-diretor de estratégia da Samsung.
"Agora, o jogo está aberto e a Samsung só perderá se quiser. Estão ganhando mercado devido à mudança da dinâmica no setor de celulares inteligentes", acrescentou Newman, que hoje é analista de produtos de memória e bens eletrônicos de consumo na Sanford C Bernstein.
"A gigante sul-coreana fez grandes avanços, e agora está se preparando para destronar a Apple", acrescentou.
Quando executivos da Samsung perguntaram a Hong Won-pyo, vice-presidente executivo da divisão móvel da empresa, em reunião semanal na quarta-feira, se a companhia seria capaz de superar a Apple no mercado de smartphones no curto prazo, ele respondeu que estava confiante, de acordo com um participante da reunião, realizada horas antes do anúncio da saída de Jobs.
As ações da Samsung, assim como de outros concorrentes asiáticos, subiram nesta quinta-feira na Ásia.
Em Seul, os concorrentes sul-coreanos da Apple registraram alta nesta quinta-feira. As ações da Samsung Electronics, cujo tablet Galaxy compete com o iPad, ganharam 2,4% e as da LG Electronics, 1,27%.
Para Greg Roh, analista do banco HMC Investment Securities, os próximos três ou quatro anos serão vitais para os concorrentes da Apple após o fim da era Jobs.
"As empresas tecnológicas sul-coreanas terão que trabalhar muito neste período crucial para alcançar ou superar a Apple", disse.
MODELO
A renúncia aumentou os rumores de que as condições de saúde do executivo tenham piorado. O banco JPMorgan, no entanto, avalia que o impacto dessa mudança vai ser pequeno no médio prazo.
"Embora a notícia possa pesar sobre as ações no curto prazo, acreditamos que o modelo da empresa foi criado para durar, sustentando uma forma de vida digital que outros representantes da indústria ainda precisam desafiar", afirmou em nota a clientes.
O banco acrescentou ainda que a notícia pode criar um ponto de entrada atrativo para investidores que querem formar posições mais longas na companhia.
SAÍDA
Jobs, 56, anunciou na quarta-feira que deixará o cargo que ocupava desde 1997, levantando dúvidas sobre o futuro da maior empresa de tecnologia do mundo. Os motivos não foram revelados, mas o executivo está desde janeiro de licença médica --a terceira nos últimos sete anos.
"Sempre disse que, se chegasse o dia em que não poderia mais cumprir meus deveres e expectativas, eu seria o primeiro a avisá-los", disse Jobs em comunicado (leia abaixo) à diretoria da Apple. "Infelizmente esse dia chegou."
Jobs passou por um transplante de fígado há dois anos e, em 2004, descobriu que tinha uma forma rara de câncer no pâncreas.
Nas suas raras aparições neste ano, como no lançamento do iPad 2, em março, ele pareceu ainda mais magro que o normal.
Ryan Anson/France Presse
Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento
Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento
Apesar de estar de licença desde o início de janeiro (nem ele nem a Apple explicaram a razão), o momento do anúncio foi considerado surpreendente, aumentando ainda mais os questionamentos sobre o estado da sua saúde.
Segundo o "Wall Street Journal", o executivo continuava envolvido nos últimos meses na empresa e na estratégia de desenvolvimento de produtos --nova versão do iPad deve chegar às lojas nos próximos meses, assim como o mais recente iPhone.


saída de Steve Jobs do cargo de executivo-chefe da Apple e o anúncio de seu sucessor,Tim Cook, foi avaliado como um bom processo de sucessão por analistas do setor.
Uma prova de que o processo foi bem realizado, disseram especialistas, foi a demonstração dos investidores de confiança na gestão de Tim Cook, com a rápida recuperação no preço das ações da companhia, negociadas na bolsa de Nova York.

Os papéis, que chegaram a cair 5,6% na noite de ontem após o anúncio, iniciaram o dia com perdas de até 3% e, às 17h, apresentavam retração de 0,65%, sendo cotadas a US$ 373,72. "O Cook é um executivo em que o Jobs tem muita confiança e é um profissional com boa reputação dentro e fora da empresa", observa Fernando Belfort, analista sênior da consultoria Frost & Sullivan.
A indicação de que Jobs permaneceria na empresa como presidente do conselho de administração também foi apontada como um fator que contribuiu para tranquilizar investidores. "O processo de transição tem sido calmo e bem feito", diz Belfort.
Arte/Folha
O processo de transição, na verdade, tem sido elaborado pela Apple já há alguns anos, desde que Jobs afastou-se da companhia, em 2004, para tratar um câncer do pâncreas. Nas três vezes em que o executivo afastou-se da companhia, foi substituído por Tim Cook.
Em eventos mais recentes de lançamento de produtos, Jobs também passou a dividir o palco com outros executivos da companhia americana. Analistas do Morgan Stanley observaram que Tim Cook já foi bem sucedido à frente da Apple durante a recessão de 2009. Além de Cook, também ganharam visibilidade Scott Forstall, que comanda a equipe responsável pelo sistema operacional iPhone e outros softwares, e Jonathan Ive, vice-presidente sênior da Apple e responsável pela equipe de desenho industrial.
"Há muitos casos de empresas que são surpreendidas pela decisão do executivo de deixar a empresa. Mas no caso da Apple, o plano de sucessão parece ter sido pensado há bastante tempo", diz Josmar Bignotto, coordenador da comissão de recursos humanos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Bignotto diz que o anúncio de um sucessor para Jobs simultaneamente à sua renúncia como executivo-chefe traz tranquilidade aos investidores ? considerando-se principalmente que se trata de um executivo que já atua na empresa e não dá sinais de que vá mudar a estratégia de negócios da Apple. "Substituir uma pessoa como Steve Jobs é difícil e as ações caíram, mas essa perda já está precificada pelo mercado", diz.
Ryan Anson/France Presse
Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento
Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento


As ações da Apple tiveram leve queda, de 0,65%, no primeiro dia após a renúncia de Steve Jobs, com a expectativa inalterada sobre os lançamentos de produtos e a promessa do seu sucessor, Tim Cook, de quea empresa "não vai mudar".
Segundo analistas, a saída de Jobs da presidência-executiva, após 14 anos no comando, era uma questão de "quando", e não de "se", e os investimentos recentes nas ações da companhia já levavam isso em consideração.

O executivo estava desde o início do ano de licença médica por motivos não revelados. Ele passou por um transplante de fígado há dois anos e, em 2004, descobriu que tinha câncer no pâncreas.
Desde o anúncio da licença médica, em janeiro, até anteontem, as ações da Apple se valorizaram em 7,9%, enquanto a Nasdaq, Bolsa de Valores em que ela são negociadas, recuou 10,4%.
"No curto prazo, nós esperamos que as ações fiquem sob pressão, mas não encontrem uma forte queda, visto que a mudança de presidente-executivo já estava parcialmente descontada", escreveu o JPMorgan em análise.
O Deutsche Bank tem visão parecida, mas alerta para as incertezas nos próximos anos. "Acreditamos que o risco deve provavelmente estar mais centralizado nos planos de produtos de três a cinco anos se/quando Jobs sair definitivamente."
Para a consultoria Millward Brown, a Apple está em "ótima saúde" e deve continuar a crescer. A consultoria apontou a empresa como a marca mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 153 bilhões, US$ 42 bilhões mais que o Google, segunda colocada.
A verdade é que, fora da Apple, não se sabe qual o envolvimento a partir de agora de Jobs na empresa e sua participação no desenvolvimento de produtos.
Ryan Anson/France Presse
Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento
Steve Jobs mostra a versão branca do iPhone 4 à época do lançamento
LANÇAMENTOS
A empresa deve lançar nos próximos meses a terceira versão do iPad. Segundo rumores, a produção do tablet começará em outubro e ele poderá chegar às lojas americanas no fim deste ano ou no início de 2012.
Já o iPhone 5 deve começar a ser vendido nos EUA a partir de meados de outubro.
Cook, que já vinha substituindo Jobs desde janeiro e agora a presidência-executiva da Apple em definitivo, divulgou carta ontem afirmando que a companhia vai seguir as orientações do agora presidente do conselho.
"Steve construiu uma companhia e uma cultura que são diferentes e vamos continuar fiéis a elas --está no nosso DNA. Vamos continuar a fazer os melhores produtos do mundo, que encantam consumidores e fazem nossos funcionários incrivelmente orgulhosos do que realizam."
A saída de Jobs foi lida por investidores como uma boa notícia para a Samsung, com quem a Apple disputa o mercado de smartphones. Ontem, as ações da maior empresa eletrônica do mundo em vendas fecharam com alta de 2,4% na Bolsa de Seul.
Por outro lado, a taiwanesa Hon Hai controladora da Foxconn, que monta tablets e smartphones para a Apple, caiu 4,63%.
A Samsung trava uma batalha jurídica com a Apple, com 19 ações em várias partes do mundo. A fabricante americana acusa a concorrente de copiar smartphones e tablets. Mas a relação é complexa: a sul-coreana tem na Apple sua principal cliente de componentes eletrônicos.

Uma foto inédita de Steve Jobs foi publicada nesta sexta-feira (26) pelo TMZ. O Grosby Group, agência que comercializa a imagem divulgada, confirmou que a foto foi tirada hoje.







Reprodução/Tmz.com

Jobs renunciou à presidência da Apple na quarta-feira. Ele saiu de licença médica em janeiro depois de anos lutando contra um raro tipo de câncer no pâncreas e outras questões de saúde.
O cofundador da Apple passou por um transplante de fígado há dois anos e, em 2004, descobriu que tinha uma forma rara de câncer no pâncreas.
Beck Diefenbach - 2.mar.11/Reuters
Steve Jobs durante o evento de lançamento do iPad 2, em março deste ano
Steve Jobs durante o evento de lançamento do iPad 2, em março deste ano
Nas suas raras aparições neste ano, como no lançamento do iPad 2, em março, ele pareceu ainda mais magro que o normal.
Apesar de estar de licença desde o início de janeiro (nem ele nem a Apple explicaram a razão), o momento do anúncio foi considerado surpreendente, aumentando ainda mais os questionamentos sobre o estado da sua saúde.
Segundo o "Wall Street Journal", o executivo continuava envolvido nos últimos meses na empresa e na estratégia de desenvolvimento de produtos --nova versão do iPad deve chegar às lojas nos próximos meses, assim como o mais recente iPhone.


O Skype agora tem um diretório próprio de aplicativos que funcionam junto com o programa. Por enquanto são somente por volta de 30 programinhas, mas que adicionam funções úteis ao Skype.
Reprodução
Página de aplicativos para Skype
Página de aplicativos para Skype
Dentre os downloads disponíveis, você pode encontrar programas para gravação de conversas de áudio e vídeo, para compartilhar de tela do seu computador durante uma chamada e para integração direta com outros softwares, como o Outlook ou Qik. Há programas pagos e gratuitos.

O Google lançará seu serviço de TV na Europa no início do ano que vem, afirmou o presidente do conselho de administração da empresa, Eric Schmidt, nesta sexta-feira (26).

O Google TV, que permite que usuários acessem conteúdos da internet e da televisão por meio de um navegador, foi lançado nos Estados Unidos em outubro, mas dividiu a opinião de quem o experimentou e foi rapidamente bloqueado nas redes de três das maiores emissoras dos Estados Unidos.

Grande parte da indústria televisiva, como a de notícias e a de telecomunicações, vê o Google de forma suspeita e o acusa de roubar sua receita de publicidade sem contribuir para o custo de produzir a programação.

Schmidt procurou aplacar tais temores da elite das emissoras da Grã-Bretanha em um pronunciamento no festival televisivo de Edimburgo, na primeira vez em que um executivo fora do setor foi convidado para a palestra.

"Algumas pessoas nos EUA temiam que quiséssemos competir com emissoras ou criadores de conteúdo. Na verdade, nosso interesse é o oposto", disse ele a uma plateia que se animou rapidamente com o seu estilo amigável e também com os seus elogios à qualidade da televisão britânica.

"Esperamos apoiar a indústria produtora de conteúdo ao disponibilizar uma plataforma aberta para que a próxima geração de TVs evolua, do mesmo jeito que o Android é uma plataforma aberta para a próxima geração de aparelhos móveis", disse.

"Esperamos que o Google TV seja lançado na Europa no início do ano que vem, e claro que a Grã-Bretanha estará entre as maiores prioridades", afirmou.

O Google tem ambições no setor televisivo há tempos, esperando ampliar seu negócio de anúncios on-line, que trouxe US$ 28 bilhões para a companhia no ano passado.

Até o momento, o Google teve pouco sucesso, apesar de possuir o site mais popular do mundo em vídeos, o YouTube.

Na semana passada, porém, o acordo do Google para comprar a Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões deu à empresa a maior fabricante de set top boxes (conversores) que distribuem o conteúdo de muitas das maiores companhias de TV a cabo dos EUA.

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