Envolvidos no experimento haviam sofrido lesão grave no plexo braquial, um emaranhado de nervos que conecta a medula espinhal à mão, e passado por cirurgias sem sucesso
Gabriel Garcia, de INFO Online
Três pacientes com graves lesões nos nervos do braço tiveram suas mãos amputadas e substituídas por próteses controladas por ondas cerebrais.
O procedimento, realizado por pesquisadores da Universidade Médica de Viena, na Áustria, e publicado na revista cientifica The Lancet, é chamado de "reconstrução biônica" pelo médico líder da equipe responsável, o Dr. Oskar Aszmann.
Cada um dos pacientes envolvidos no experimento havia sofrido uma lesão grave no plexo braquial, um emaranhado de nervos que conecta a medula espinhal à mão. Os pacientes já tinham passado por cirurgias que tentaram reparar suas respectivas lesões, sem sucesso.
Antes serem expostos ao procedimento do Dr. Aszmann, os pacientes passaram por uma espécie de "treinamento" de seus organismos e cérebros.
Inicialmente, uma parte do músculo da perna foi enxertada no braço, de forma que o pequeno sinal emitido pelos poucos nervos restantes fosse “amplificado”. Então, os médicos esperaram três meses para que os nervos crescessem nos músculos enxertados.
Os pacientes começaram a treinar o controle desse novo músculo, primeiro usando uma faixa em volta do braço para detectar a atividade cerebral e então usando esse sinal para controlar uma espécie de braço virtual.
Quando os médicos consideraram que os pacientes já estavam prontos para receber a prótese, eles realizaram o procedimento de amputação e implantação da mão biônica.
O procedimento foi bem sucedido, como mostra o vídeo divulgado pela equipe do hospital de Viena. Na gravação, os pacientes conseguem pegar uma bola, servir água de uma jarra e fechar um zíper.
Esta é a primeira vez que pacientes escolheram ter suas mãos amputadas para receberem um membro biônico. Isso facilita o trabalho dos médicos, que conseguiram ganhar tempo para escolher onde realizar o procedimento, ao contrário de pacientes que já chegam ao centro cirúrgico com a mão amputada.
O próximo passo da equipe de Aszmann é gerar nas mãos o senso de tato, algo muito mais complicado. Transmitir sinais elétricos aos nervos responsáveis pelos sentidos é um problema muito mais complexo do que movimentar a mão.
Assista ao vídeo com o resultado do procedimento, publicado pela revista New Scientist:
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