"Com o atrito da atmosfera, o meteoro explodiu antes de atingir o chão", explica a pesquisadora do Observatório Nacional Daniela Lazzaro, chefe do projeto Impacton, que monitora objetos nas redondezas da Terra.
A reação é similar à explosão de uma bomba atômica.
Um equipamento usado para monitorar testes de armas nucleares indicou que foram liberados 300 quilotons de energia --mais do que os testes feitos nesta semana pela Coreia do Norte.
A violência da entrada do objeto também fez a terra tremer. Os abalos foram comparados a um terremoto de magnitude 2,7 na escala Richter.
A queda do meteorito de Tunguska, também na Rússia, teve magnitude cinco em 1908. O terremoto ocorrido em 2011 no Japão atingiu nove na escala.
Mesmo com o estrago de ontem, astrônomos do mundo todo afirmaram não há motivo para pânico. O risco de alguém ser atingido por um meteorito é muito baixo.
"O que aconteceu na Rússia foi uma fatalidade", diz Fernando Roig, cientista do Observatório Nacional que estuda a dinâmica de pequenos corpos no Sistema Solar.
Editoria de arte/Folhapress
Em entrevista coletiva convocada às pressas após o incidente, a Nasa disse que não há problemas com o sistema de detecção de objetos que se aproximam da Terra.
Segundo a agência, o meteoro era provavelmente um pequeno asteroide que se aproximou da Terra ofuscado pela luz do dia.
"Pela maneira como esse objeto se aproximou, com a luz do dia, ele era de detecção virtualmente impossível pelos telescópios da Terra, que só conseguem operar à noite", disse Paul Chodas, do departamento de objetos próximos à Terra da Nasa.
Para Roig, mesmo se o objeto tivesse sido detectado com alguns dias de antecedência, pouco poderia ter sido feito para evitar o choque.
Mesmo com as explicações dos cientistas, uma onda de preocupação com prováveis ameaças vindas do espaço invadiu a internet. E não faltou quem criticasse a Nasa.
A fundação B612, ONG que pretende lançar um telescópio privado para monitorar asteroides, aproveitou para publicar recentes esforços de seus diretores para chamar a atenção para uma suposta negligência com os bólidos.
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