Ganhar Copa no Brasil daria alegria dupla para a Argentina

Argentina jogará sua primeira final de Copa do Mundo em 24 anos contra a Alemanha, no Maracanã

Tariq Panja e Juan Pablo Spinetto, da

Ricardo Moraes/Reuters

Torcedores argentinos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro

A Argentina jogará sua primeira final de Copa do Mundo em 24 anos contra a Alemanha, no Maracanã, no Rio de Janeiro, daqui a dois dias. Para Maxi Gigliotti, o cenário não poderia ser melhor.

“Ganhar no Brasil tem duplo significado”, disse o comerciante de vinhos de 31 anos de idade, que disse estar pronto para pagar até US$ 2.500 no mercado informal por um ingresso para o jogo com entradas esgotadas.

Oficialmente, os ingressos custam a partir de US$ 440. “Se fosse em qualquer outro lugar, tipo a Itália, eu não pagaria nem metade disso”.

No futebol, a Argentina tem uma rivalidade secular com o Brasil e se divertiu com a humilhante derrota do país-sede, por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo, para a Alemanha.

Enquanto os argentinos veneram Diego Maradona e o apontam como o melhor jogador de todos os tempos, os brasileiros dizem que a honra pertence a Pelé, a única pessoa a conquistar três títulos de Copa do Mundo.

Os brasileiros também provocam seus vizinhos dizendo que a carreira pessoal de Pelé supera os dois títulos mundiais da Argentina.

Dezenas de milhares de torcedores viajaram da Argentina ao Brasil, vizinhos que compartilham 1.261 quilômetros de fronteira, tanto por voos especialmente fretados quanto por terra.

Ver torcedores vestidos com camisas celestes e brancas e dormindo em barracas em estacionamentos e nas praias tem sido comum pelo Brasil.

Incapaz de realizar o sonho de conquistar o sexto título e estender o recorde, os brasileiros passaram a apoiar os adversários da Argentina e muitos foram à semifinal, em São Paulo, vestindo a cor laranja da Holanda.

A resposta da Argentina veio em forma de canto: “você não é holandês, você é brasileiro e assistirá a final pela TV”.

‘Uma guerra’

Quando Gigliotti deixou seu hotel em São Paulo, após a vitória nas cobranças de pênalti contra os holandeses, uma faxineira disse a ele que “haverá uma guerra” se a Argentina vencer a Alemanha em 13 de julho.

“Vocês perderam a Guerra das Malvinas e vão perder no domingo”, disse a mulher quando ele entrou no elevador.

A invasão da Argentina em 1982 às Malvinas, um grupo de ilhas no Atlântico Sul que os britânicos controlam e chamam de Falklands, fracassou.

A derrota de 7 a 1 para a Alemanha foi a maior do Brasil, a pior sofrida por um organizador de Copa do Mundo e o primeiro revés da seleção brasileira em uma partida oficial em casa desde 1975.

O jogo foi descrito pelo técnico Luiz Felipe Scolari como uma “catástrofe”.

Seria difícil de suportar ver a presidente brasileira Dilma Rousseff entregar o troféu para o capitão da Argentina, Lionel Messi, daqui a dois dias, disse Rodrigo Miranda, 45, um engenheiro que foi embora mais cedo do jogo da semifinal depois que a Alemanha abriu 5 a 0 no placar aos 29 minutos.

Pior cenário


“Se a Argentina agora ganhar a Copa do Mundo, seria o pior cenário possível”, disse Miranda, após deixar o Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

Os torcedores da Argentina aproveitaram todas as oportunidades de lembrar os anfitriões sobre o que aconteceu na última vez em que as duas seleções se encontraram na Copa do Mundo, 24 anos atrás.

Maradona atravessou a defesa do Brasil antes de servir Claudio Caniggia, que marcou o gol da vitória e eliminou o Brasil nas oitavas de finais.

“Nunca esqueceremos que Diego te driblou, que Caniggia meteu um gol em você”, cantam os torcedores no ritmo do sucesso “Bad Moon Rising”, da banda Credence Clearwater Revival.

“Vocês estão chorando desde a Itália (sede da Copa de 90) e agora verão que o Messi trará a Copa para nós”.

Mesmo após a humilhante derrota na semifinal, a maioria dos brasileiros apoiará a Alemanha na final, disse Newton de Oliveira Santos, que escreveu um livro sobre a rivalidade no futebol entre os dois países sul-americanos.

“Se a Argentina ganhar esse título será ruim”, disse ele, em entrevista por telefone, de São Paulo. “Os torcedores sentirão um gosto amargo. Seria como organizar uma festa e nosso vizinho invadi-la e dominá-la”.

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