Lençol usado de hospital brasileiro também é vendido em lojas

MATHEUS MAGENTA
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA




Lençóis e fronhas usados com logotipos de 16 instituições de saúde do país são vendidos em lojas de tecidos de Teresina, no Piauí. "Você quer de hotel, motel ou hospital?", perguntou à Folha um vendedor da loja Capital dos Retalhos. A reportagem comprou anteontem 7 kg (por R$ 18 cada) de lençóis e fronhas. O material é vendido nas mesmas prateleiras de outros tecidos e malhas sem logomarcas.

Roupa de cama usada continuamente em instituições de saúde é considerada lixo hospitalar após o descarte e precisa ter destinação específica.
A comercialização de materiais do gênero é proibida, diz a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e pode trazer riscos à saúde, de acordo com médicos.
Na sexta-feira passada, a Folha encontrou tecidos com marcas de hospitais dos EUA à venda em uma loja em Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. Dias antes, a Receita Federal havia apreendido peças semelhantes em carga de lixo hospitalar também de origem americana.
Desde então, autoridades começaram a agir para tentar tirar de circulação o material. Quatro lojas já foram fechadas em Santa Cruz do Capibaribe por venda irregular de lençóis de hospitais americanos, uma delas ontem. Ainda em Pernambuco, o governo recolheu ontem lençóis importados dos EUA que estavam sendo usados no Hospital Regional Belarmino Correia, na cidade de Goiana.
Na Bahia, a polícia apreendeu 830 kg de roupas de pacientes, jalecos e lençóis em uma loja de Ilhéus. Em algumas peças havia a inscrição "infectante". O lixo hospitalar era vendido na loja Agreste Tecidos. O dono não foi achado. O filho dele prestou depoimento, mas não revelou detalhes do fornecedor. O advogado da loja não foi localizado ontem pela Folha.
João Brito/Folhapress
Lençóis usados de hospitais brasileiros são vendidos a quilo em lojas de Teresina, em Piauí
Lençóis usados de hospitais brasileiros são vendidos a quilo em lojas de Teresina, em Piauí
'NOVO'
Em Teresina, os produtos são comercializados como novos, mas alguns deles estavam sujos. A loja, no centro da cidade, emitiu um recibo para 7 kg de "lençóis de hospital". A Folha voltou ao local ontem para obter dados sobre o fornecedor, mas o local estava fechado em razão de um feriado estadual.
A reportagem também comprou um lençol com a inscrição da Secretaria de Saúde de Santa Catarina numa loja no bairro Parque Piauí, ainda em Teresina.
Adquirido por R$ 9, o produto estava num saco em meio a outros lençóis e retalhos. O dono da loja Polo Malhas, que não quis se identificar, disse que comprou o material em São Paulo.
'BARATO'
A Folha também localizou clientes que compraram lençóis hospitalares na mesma loja, por R$ 5. Eles dizem ter comprado o material por causa do baixo preço, que tem, no mínimo, metade do valor do outro tipo de lençol barato vendido na mesma loja. Os materiais têm logotipos da Faculdade de Medicina de Marília e do Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto, no interior paulista.
Os lençóis têm aparência gasta, com a tintura desbotada após várias lavagens.
Editoria de Arte/Editoria

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