Remadores britânicos escapam da morte ao cruzar oceano Índico sem ajuda


Dois britânicos se tornaram os primeiros a cruzar o Oceano Índico a remo sem um barco de ajuda.

James Adair e Ben Stenning, remadores amadores quase sem qualquer treinamento, são os terceiros na história a remar tal distância (3.200 milhas náuticas, ou 5.555 km), segundo o organizador do evento, Simon Chalk.

No entanto, a chegada da dupla a seu destino final, nas Ilhas Maurício, 116 dias após zarpar da Austrália, foi dramática.

No domingo, com pouca luz e já tendo avistado a costa, os dois escaparam da morte por um triz quando seu barco de 23 pés (7 metros) virou, atingido por uma onda gigante.

Eles foram atirados no mar, à mercê de ondas imensas que ameaçavam jogá-los contra rochas próximas.

"Era uma parede d'água", disse o londrino Adair, 30 anos.

"O céu ficou preto. Sabíamos que seríamos engolidos. Quando nos atingiu, foi um turbilhão de água branca. Nossos remos se foram, fomos jogados para fora do barco, tudo foi destruído. Pensamos que íamos morrer".


Lutando para salvar o que podiam, os dois agarraram alguns rojões que tinham reservado para as comemorações na hora da chegada. Com os dedos amortecidos pelas horas de remo, os remadores acabaram se cortando ao lançar os rojões no ar.

"Eu estava sangrando muito devido a cortes na minha perna, então Ben ficava olhando embaixo d'água para ver se havia tubarões", disse Adair. "Cada vez que uma onda nos jogava para o fundo, nos agarrávamos um ao outro".

"Sabíamos que tínhamos de sair dali", disse Ben Stenning, 31 anos, nascido no Quênia. "Tínhamos de ir para longe daquelas rochas, ou seria o nosso fim".

TRONCOS FERIDOS
Quando a noite caiu e a lua surgiu no horizonte, um helicóptero de resgate sobrevoou o mar à volta deles com luzes de busca, mas não conseguiu ver a dupla, que acenava freneticamente.

Com seu barco capotado, o equipamento destruído e espalhado pelo mar e sua antena quebrada, os dois tiveram de tomar uma decisão de vida ou morte: abandonar o barco danificado ou ficar junto com a embarcação na esperança de um resgate?

Eles decidiram nadar para a costa, mas correntes fortes tornavam quase impossível que eles chegassem à terra.


Eles acabaram sendo empurrados para cima de recifes. Engatinhando por cima dos corais para fugir da arrebentação, vestidos apenas com shorts rasgados, ali ficaram, com as costas todas cortadas pelos recifes pontiagudos.

Nesse meio-tempo, uma frota de barcos de moradores da ilha já procurava pela dupla, após um alerta do oficial de navegação dos remadores, baseado nas Ilhas Maurício. Ele acionou o alarme quando perdeu contato pelo rádio.

As famílias dos britânicos, que tinham voado para a ilha para encontrá-los, estavam preocupadas, sabendo que apenas o barco capotado havia sido encontrado, sem qualquer sinal dos remadores.

Então, por puro acaso, um dos barcos de resgate encontrou um dos remos perdidos. Ele flutuava próximo ao local onde a dupla estava naufragada, sobre os recifes.

A distância entre aquele ponto e a terra ainda era grande. Desidratados, os dois tremiam de frio e exaustão.

Ao ver o barco, Adair e Stenning gritaram por socorro e assoviaram. Deu certo.

Usando colchões, a tripulação do barco arrastou a dupla pelos recifes até a embarcação, antes de levá-los até suas famílias.

"Houve algumas lágrimas naquele momento", disse Adair. "Eram os primeiros rostos que vimos depois de 116 dias".


Adair e Stenning estão agora se recuperando em terra.
Eles custam a acreditar que, fazendo turnos alternados de três horas cada um, dia e noite, com pouquíssima experiência ou treinamento, conseguiram bater um recorde mundial do remo.

O barco de mais de US$ 24 mil, construído especialmente para eles, pode ter sido destruído.

Estranhamente, os dois estão muito orgulhosos do seu mascote, o ursinho Paddington Bear.

O urso de brinquedo, réplica de um popular personagem de livros infantis, perdeu apenas uma de suas galochas após a longa jornada de mais de 5.000 km pelo oceano.

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