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Trabalhadores em zona de combate à ebola: projeto ameaçado por falta de dinheiro


Guilherme Dearo, de EXAME.com

           A luta contra a ebola enfrentará um momento decisivo em fevereiro. É que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já anunciou que poderá ficar sem caixa no próximo mês.

Fevereiro é crucial para o combate, segundo a organização. Se os fundos não forem captados agora, em abril e maio o combate irá retroceder e frear o avanço da epidemia pode se alongar por mais um ano além do programado.

"Parar a epidemia depende de dinheiro e pessoas, e não temos nenhum deles", disse à Reuters o doutor Bruce Aylward, diretor-geral assistente da OMS, diretamente responsável pelo combate à epidemia.

Nos últimos 21 dias, os novos casos diminuíram consideravelmente. Além disso, os casos diminuíram por quatro semanas seguidas em Guiné, Libéria e Serra Leoa.

As previsões, até agora, diziam que, em quatro ou cinco meses, a epidemia poderia ser totalmente freada. Era o melhor dos cenários. Mas tudo pode ruir a partir do mês que vem se mais dinheiro não entrar no caixa de combate da OMS.

Estima-se que sejam necessários mais 260 milhões de dólares para os próximos seis meses. A OMS já está em contato com grandes doadores para tentar levantar essa quantia.

Em abril e maio começa a temporada de chuva nos países afetados. De acordo com especialistas, o tempo úmido prejudicaria o combate. Estradas precárias da região ficariam ainda piores, prejudicando o transporte de pessoal, equipamentos e suprimentos.

Até agora, foram 21724 casos e 8641 mortes.

Na zona de perigo estão 700 voluntários combatendo a epidemia. Mas o cenário ideal exigiria mais 300 trabalhadores.