06/06/14

Estudo internacional liderado por pesquisadores da Unesp analisa a densidade da nuvem que formou o Sistema Solar para explicar o tamanho do planeta vermelho


Marte: simulações ainda não permitiram explicar como Marte se formou nem por que tem 10% da massa da Terra.

Os modelos de formação dos planetas rochosos do Sistema Solar desenvolvidos nas últimas duas décadas têm sido bem-sucedidos na explicação da origem de Vênus e da Terra – com tamanho similar – e de Mercúrio, que tem apenas 5% da massa da Terra.

As simulações computacionais de alta resolução, no entanto, ainda não permitiram explicar como Marte se formou nem por que o planeta tem apenas 10% da massa da Terra.

Segundo os pesquisadores, a questão é intrigante, já que os quatro planetas são constituídos pelos mesmos embriões planetários – corpos celestes com dimensões similares aos planetas atuais – que se fundiram ao longo de dezenas de milhões de anos.

Uma equipe internacional de astrônomos – formada por pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos, da Alemanha e da França e liderada pelo Grupo de Dinâmica Orbital & Planetologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Guaratinguetá – realizou recentemente uma série de simulações demostrando que o tamanho de Marte pode estar relacionado à densidade da nebulosa protossolar – a nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sistema Solar – na região orbital do planeta.

Resultado do Projeto Temático “Dinâmica orbital de pequenos corpos”, realizado com apoio da FAPESP, o estudo foi descrito em um artigo publicado em fevereiro no The Astrophysical Journal, da American Astronomical Society.

O trabalho foi destacado por John Chambers, pesquisador do Departamento de Magnetismo Terrestre da Carnegie Institution for Science, dos Estados Unidos, em um artigo publicado na edição de maio da revista Science.

“A maioria das simulações de formação dos planetas terrestres do Sistema Solar não consegue gerar um objeto do tamanho e na órbita de Marte, que está a 1,5 unidade astronômica [UA, equivalente a aproximadamente 150 milhões de quilômetros] de distância do Sol”, disse Othon Cabo Winter, pesquisador do Grupo de Dinâmica Orbital & Planetologia e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

“Esses modelos geram um corpo na órbita de Marte com tamanho equivalente mais ou menos ao da Terra, o que é muito grande”, disse o pesquisador, coautor do artigo ao lado de André Izidoro, que atualmente realiza pós-doutorado no Observatoire de la Côte d'Azur (OLCD) em Nice, na França.

Grand Tack

De acordo com Winter, um dos modelos já propostos para tentar explicar a formação de Marte é o chamado “Grand Tack”, desenvolvido por pesquisadores do OLCD.

O modelo presume que na formação do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos, a órbita de Júpiter – o planeta gigante mais próximo de Marte – migrou de sua atual posição, em 5 UAs do Sol, para perto da órbita do planeta vermelho, a 2 UAs do Sol.

Ao se aproximar da órbita de Marte, Júpiter teria cruzado o cinturão de asteroides e varrido a maioria dos embriões planetesimais (corpos sólidos feitos de poeira cósmica e gelo, semelhantes aos asteroides e cometas) e planetários situados no cinturão ou próximos da órbita do planeta vermelho para mais perto do Sol.

Por isso, a massa de Marte e do cinturão de asteroides foi reduzida e o material planetesimal e planetário acabou participando da formação da Terra e de Vênus, estima o modelo Grand Tack.

Por causa das interações gravitacionais com a nebulosa solar e com Saturno, contudo, Júpiter teria retornado à sua órbita atual. “Esse modelo é válido, mas bastante questionável porque é muito improvável que isso realmente tenha acontecido”, disse Winter.

Modelo alternativo

Para desenvolver um modelo alternativo ao Grand Tack, os pesquisadores brasileiros, em cooperação com colegas do OLCD, além do Instituto de Astrobiologia da agência espacial norte-americana (Nasa) e do Instituto de Astronomia e Astrofísica da University of Tübingen, na Alemanha, realizaram uma série de simulações do fluxo de gás e poeira dentro da nebulosa protossolar durante a sua formação.

As simulações sugerem que o material fluiu em direção ao Sol, movendo-se a velocidades diversas, em diferentes distâncias da estrela. Na região entre 1 e 3 UAs do Sol, a nebulosa protossolar pode ter sofrido perda ou redução (depleção) de matéria equivalente a entre 50% e 75% de sua densidade.

A perda desse volume de “blocos de construção planetários” pela nebulosa protossolar nessa região, próxima da órbita de Marte, teria causado a redução da massa final de Marte e o crescimento da Terra e de Vênus, supõe o modelo.

“Estudamos diversos parâmetros e concluímos que, se houve uma depleção de matéria entre 50% e 75% da nebulosa protossolar na região entre 1 e 3 UAs, há mais de 50% de chance de ter sido formado um planeta com massa similar na atual órbita de Marte, além da Terra, de Vênus e alguns poucos objetos no cinturão de asteroides”, disse Winter.

“O modelo é bem completo, porque abrange não só o problema da formação de Marte, mas mantém e consegue gerar os outros planetas terrestres com suas massas e atuais órbitas”, avaliou.

Possíveis contribuições

Na avaliação de Winter, o novo modelo fechou uma lacuna que havia no modelo de formação do Sistema Solar, indicando que o perfil de densidade de massa da nuvem protossolar não era uniforme e sofreu depleções. “Esse dado pode ter implicações em estudos para tentar explicar a formação do cinturão de asteroides, por exemplo”, indicou.

O modelo também poderá contribuir em pesquisas na área de astrobiologia – área do conhecimento na interface entre astronomia, biologia, química, geologia e ciências atmosféricas, entre outras disciplinas –, relacionadas a objetos vindos de Marte em direção à Terra, além de estudos de planetas extrassolares, afirmou.

“Os objetos e planetas extrassolares já descobertos atingiram a casa do milhar e têm uma distribuição muito variada e diferente dos corpos do Sistema Solar”, disse Winter. “O modelo que desenvolvemos pode auxiliar a entender como eles foram formados.”

O artigo Terrestrial planet formation in a protoplanetary disk with a local mass depletion: a successful scenario for the formation of Mars, de Winter e outros, pode ser lido por assinantes do The Astrophysical Journal aqui.

Aqui estão algumas dicas profissionais tradicionais que deveriam ser questionadas - ou simplesmente ignoradas


Mulheres em reunião: muitas das "regras" que faziam sentido antes não funcionam para essa geração

Quando converso sobre assuntos profissionais com a minha mãe, muitas vezes sinto como se viéssemos de dois planetas diferentes.

Ela trabalha como advogada há mais de 30 anos e, muitas vezes, foi uma das poucas, se não a única, mulher fazendo o que ela faz, no lugar em que trabalha.

Eu, por outro lado, trabalho para uma revista com uma seção dedicada exclusivamente às Mulheres, publicada em um formato que não existia quando a minha mãe começou a trabalhar (as interwebs), e a maioria das pessoas com quem trabalho diretamente, inclusive chefes, são mulheres. Mais uma vez, planetas totalmente diferentes.

Considerando esses fatores, muitas das "regras" de carreira que faziam sentido para a minha mãe e sua geração não funcionam para mim e para a minha geração.

Aqui estão algumas dicas profissionais tradicionais que as mulheres deveriam questionar, ou simplesmente ignorar -- seja por estarem ultrapassadas ou, sinceramente, por nunca terem feito muito sentido mesmo.

1. "Nunca recuse uma oportunidade de fazer networking."

Getty Images

É bom estabelecer conexões profissionais (as estimativas sugerem que aproximadamente 70% dos empregos são conseguidos através de networking), mas a ideia de "fazer networking só por fazer" está equivocada, segundo Vanessa Loder, palestrante, coach executiva e CEO da empresa Akoya Power.

"As pessoas acham que precisam tomar um café e fazer contato com todo mundo, e acabam se desgastando bastante".

Loder (que tem um MBA de Stanford e trabalhou no mercado financeiro antes de começar a A-koya) aconselha aos clientes que aceitem reuniões com pessoas que despertam a sua curiosidade, ainda que não saibam explicar por quê.

"Talvez você ache alguma pessoa ou função fascinante, e tenha a intuição de que você gostaria de conversar com a pessoa e descobrir mais", ela disse.

"Eu realmente aconselho às mulheres a seguir essa intuição e ouvir aquela voz interna".

2. "Acima de tudo, pense de forma estratégica."


É claro que a estratégia tem os seus limites. Se você só explora as oportunidades de carreira que parecem ter uma ligação direta com o seu emprego, você acaba perdendo muita coisa boa.

"Siga o seu coração e a sua intuição, e vá para reuniões ou aulas que você sente que são certas para você, ao invés de forçar a barra", disse Loder.

Talvez não haja nenhum resultado daquela aula de fotografia, ou da entrevista de emprego em outra área totalmente diferente. Mas talvez isso te leve por um caminho inusitado e interessante.

Ou como Steve Jobs comentou certa vez -- "você não consegue ligar os pontos olhando para frente; você só consegue fazer isso olhando para trás".

3. "Reduza o seu plano de cinco anos."

Ao ponderar o "plano de cinco anos", aquele que ninguém gosta, não pense pequeno; pense em expansão.

"Quando eu encorajo os meus clientes a visualizar como eles querem que as suas vidas estejam em cinco anos, eu peço que eles pensem tanto na vida profissional quanto pessoal - e aí peço que eles pensem ainda maior", disse Loder.

Imagine o que você quiser e depois acrescente um "alvo de superação", além disso.

E peça aos seus amigos que se envolvam também, já que talvez consigam imaginar possibilidades para você que você mesmo não consegue ver.

A tendência é pensar no plano de cinco anos como uma forma de simplificar as coisas.

"[Mas] o objetivo é pensar o mais abrangente e ousadamente possível", afirmou Loder.

4. "É bom fazer várias tarefas ao mesmo tempo..."

Como a Presidente e Editora Chefe do HuffPost Arianna Huffington disse: "Nós achamos que fazer várias coisas ao mesmo tempo é ser eficiente, que nos poupa tempo. Mas na verdade, a ciência mostra que não é possível fazer múltiplas tarefas ao mesmo tempo -- o que fazemos é trocar de tarefas e é uma das coisas mais estressantes que fazemos".

E além de estressante, é ineficiente. "As pesquisas indicam que leva de 10 a 20 minutos para focar a nossa energia novamente em um projeto quando ele é interrompido", disse Emily Seamone, conselheira de transição de carreira e de trabalho e estilo de vida.

Concentre-se em apenas uma coisa ao mesmo tempo. É mais eficaz e você manterá a sua sanidade.

5. "…e intervalos longos sem trabalhar não ficam bem no currículo".


Getty Images
Ficar um tempo sem trabalhar, seja por escolha ou devido às circunstâncias, antes era considerado um sinal de alerta em um currículo, mas isso mudou.

Não importa se você passou tempo viajando, desenvolvendo um novo projeto, criando um filho ou ajudando a sua família e amigos, a chave é "vender" esse tempo de intervalo para os recrutadores.

Seamone sugere ser breve, profissional e se possível, ligar a sua experiência com algo profissional. E não sinta-se nem um pouco culpado.

"Se você sentir-se inseguro, a pessoa que vai lhe entrevistar vai perceber, ao invés, de você dizer 'Eu tive uma oportunidade incrível, ou, eu desenvolvi tal projeto, ou eu ajudei a cuidar da minha irmã", Loder afirma. "Assumir a experiência com confiança é bem mais importante do que o 'intervalo'."

6. "Preparação, preparação, preparação."

Katty Kay e Claire Shipman argumentam na recente matéria da capa da revista Atlantic, "Homens sub-qualificados e despreparados não pensam duas vezes sobre mergulhar de cabeça. Qualificadas demais e superpreparadas, muitas mulheres ainda ficam receosas". As mulheres só se sentem confiantes quando acham que são perfeitas. Ou praticamente perfeitas.

Por conta disso, Loder encoraja os clientes a "ir mais devagar" e entender a diferença entre estar suficientemente preparado e ficar enlouquecido.

Ela citou um de seus mentores, uma professora na universidade de Stanford que experimentou improvisar uma palestra. Ela descobriu que con-seguiu se sair muito bem, e ficou até mais relaxada e tranquila.

7. "Você precisa seguir a sua paixão."

Não há dúvida de que fazer algo que você simplesmente adora, profissionalmente, é maravilhoso -- "mas lembre-se de que isso nem sempre garante um emprego estável ou um bom salário", Seamone disse.

Não sinta-se derrotada se o seu emprego atual não é necessariamente tudo aquilo que você sonhou, nem sinta-se obrigada a transformar cada uma de suas paixões (o seu amor por escrever, ou, quem sabe, cozinhar) em uma carreira.

E, lembre-se também, de que pode levar algum tempo para descobrir qual é essa paixão.

As pessoas precisam de tempo para conhecerem a si mesmas "profissionalmente", afirmou Seamone.

Ainda que o seu emprego não acenda uma chama ardente dentro do seu coração, ele ainda pode lhe conduzir por caminhos novos e interessantes.

8. "A sua personalidade de trabalho e a sua personalidade real são pessoas diferentes."


GettyImages
Existem limites para o quanto você pode se soltar no escritório e o que é aceitável em uma empresa tipo startup é provavelmente bem diferente do que é aceitável em um ambiente de trabalho coxinha.

Mas a ideia de que você precisa de alguma maneira ser uma versão mais séria de si mesma (ou de praticamente qualquer coisa) quase não existe mais -- e não faz nenhuma falta.

"O papel do sucesso no mundo profissional pertencia tradicionalmente a um homem branco durante muito tempo, e muitas culturas ainda consideram que esse é o padrão", disse Loder. "Mas a maneira de ser mais feliz -- e de causar um impacto -- é ser autêntico”.



O Google Brasil concluiu nesta sexta-feira duas semanas de testes do "Projeto Loon" - que pretende usar balões para levar internet a áreas remotas - em Teresina e Campo Maior, no Piauí. Foram feitos dois lançamentos com a tecnologia no Brasil, o primeiro em 28 de maio e o segundo, hoje.



Com os balões, a turma da nona série da escola municipal Linoca Gayoso Castelo Branco, na comunidade de Água Fria, teve sua primeira aula com acesso à internet, enquanto um balão sobrevoava a região e transmitia o sinal LTE para uma antena especial instalada no telhado. A aula de geografia, então, incluiu ferramentas como a Wikipedia e o Google Earth.


O teste com a escola marca a primeira vez que o Projeto Loon usou a tecnologia LTE para conectar pessoas por meio dos balões. Participam da iniciativa no Brasil a provedora de internet Vivo e a Telebras, responsável pela infraestrutura de telecom.

O ministro das comunicações, Paulo Bernardo, acompanhou o lançamento dos balões e disse que o "governo federal considera prioridade o avanço do uso da internet em todas as camadas da população e em todas as regiões do Brasil”, reconhecendo a necessidade de disponibilizar fibra óptica, satélites, equipamentos fixos ou móveis.

Como nasceu


Desenvolvido no laboratório Google X, no Vale do Silício, o Project Loon pretende utilizar redes de balões de gás hélio, capazes de voar por 100 dias e equipados com antenas Wi-Fi, para levar conexão a áreas sem internet.

Os balões são capazes de subir à estratosfera, atingindo altitudes de 20 km – duas vezes mais do que aviões. Nesse ponto, os ventos são lentos, com velocidades entre 8 km/h e 32 km/h. Além disso, a tecnologia do Google utiliza uma série de algoritmos para calcular a velocidade do vento e usá-la a favor do projeto.

Os balões são feitos de plástico inflável e projetados especialmente para suportarem altas pressões. Eles ainda são equipados com paraquedas que ajudam a controlar a altitude do voo. Segundo o Google, cada aparelho é capaz de fornecer internet a uma área de 40 km de diâmetro. A velocidade da conexão é comparável à internet 3G brasileira.

$ok={Aceitar!} $days={7}

O "Minha Cidade em Foco" usa cookies para melhorar sua experiência. Saber mais

MKRdezign

{facebook#http://www.facebook.com/MundoMS} {twitter#http://twitter.com/MundoMSOficial} {google-plus#http://plus.google.com/+MundoMSOficial} {pinterest#http://br.pinterest.com/MundoMS/} {youtube#http://www.youtube.com/c/MundoMSOficial} {instagram#http://www.instagram.com/mundomsoficial}

Fale com o Mundo MS

Nome

E-mail *

Mensagem *

Tecnologia do Blogger.
Javascript DisablePlease Enable Javascript To See All Widget