05/22/13

Crianças e adolescentes que se submetem a tomografias computadorizadas (exame com nível de radiação maior do que um raio-X) têm risco 24% maior de desenvolver câncer do que aqueles que não fizeram o exame.

É o que aponta o maior estudo já feito sobre o tema, com um grupo de 10,9 milhões de pessoas de até 19 anos da Austrália.

Cláudia Collucci: Poucos hospitais adotam medidas de controle da radiação

Desse grupo, 680 mil fizeram tomografias ao menos 12 meses antes de um diagnóstico de câncer, para excluir os exames feitos durante a investigação da doença. Os voluntários foram acompanhados por nove anos e meio.

O risco absoluto de câncer, porém, permanece baixo. Em um grupo de 10 mil jovens, espera-se que 39 casos de câncer ocorram em dez anos. Se cada um deles fizesse uma tomografia, sete casos a mais apareceriam.
Editoria de arte/Folhapress



A preocupação com as crianças é maior porque seus tecidos ainda estão em formação, o que as torna mais suscetíveis às doses de radiação. A chance de elas repetirem o exame e acumularem os efeitos danosos ao longo da vida também é grande.

Recentemente, outras pesquisas apontaram o risco elevado de câncer em jovens que haviam feito o exame.

No entanto, segundo os autores do novo estudo, publicado no periódico "British Medical Journal", especialistas em radiação ainda questionavam a validade dos resultados e havia incerteza sobre o risco de câncer ligado à tomografia.

Especialistas dizem que o novo trabalho confirma e consolida as informações que já existiam a respeito.

"É um trabalho importante porque havia controvérsia sobre esse risco", diz Lisa Suzuki, radiologista do Hospital Infantil Sabará.

O estudo mostra um risco aumentado para tumores sólidos (de cérebro, pele, tireoide, trato urinário, órgãos digestivos etc.), leucemia e outros cânceres linfoides, em especial quando a exposição à radiação aconteceu antes dos cinco anos de idade.

BOM SENSO

Segundo Suzuki, campanhas internacionais e protocolos já sugerem a redução da radiação para crianças.

No Sabará, por exemplo, existe o plano de criar uma "carteira da radiação", nos moldes da de vacinação, para anotar os exames aos quais a criança foi submetida. Esse controle deve ser lançado no segundo semestre.

Marcos Menezes, coordenador do Centro de Diagnósticos do Hospital Sírio-Libanês, afirma também que os tomógrafos modernos podem ter uma dose de radiação 16 vezes menor que a padrão.

"O paciente tem direito de saber e questionar o tipo de tecnologia e a dose de radiação que vai receber e comparar para fazer uma escolha melhor", diz.

Cecilia Maria Lima da Costa, diretora do setor de oncologia pediátrica do A.C. Camargo, diz que exames que não usam radiação, como a ressonância magnética, têm ganhado mais espaço nessa faixa etária, mas, em alguns casos, a tomografia é essencial, como em traumas e acompanhamento de câncer.

"É preciso pesar risco e benefício. Se for essencial, vale a pena correr esse risco pequeno", afirma.

O consenso é de que a indicação do exame tem que ser precisa para evitar radiação desnecessária.

"É preciso ter bom senso dos dois lados. Há pais que insistem para que os filhos façam exames mesmo quando o médico acha que não é indicado, e há médicos com a sensação de que os exames resolvem tudo", diz Suzuki.

As duas escolas atingidas pelo tornado que passou por Moore, cidade vizinha a Oklahoma City, anteontem, não possuíam abrigos especiais para emergências do gênero.

Além de não contarem com porão, elas também não tinham cômodos reforçados que comportassem os alunos e funcionários durante tornados, apesar de o governo do Estado de Oklahoma afirmar ter construído "mais de cem" abrigos em escolas públicas.

A verba havia sido repassada pelo governo federal, mas os locais atingidos não haviam sido contemplados pelo programa.

Fotomontagem

Montagem mostra escola Plaza Towers, em Moore, antes e após ser atingida por tornado

Segundo o chefe do departamento de gerenciamento de emergências de Oklahoma, Albert Ashwood, os abrigos "não necessariamente" salvariam mais vidas.

Ao menos nove crianças morreram no desastre, entre as quais sete que estavam na escola básica Plaza Towers.

O governo federal também havia cancelado um programa de financiamento de construção de abrigos para tornados em residências, que reembolsaria parte dos custos de construção.

No total, as autoridades afirmaram que ao menos 24 pessoas morreram. Inicialmente, o instituto médico legal informou mais de 50 mortes, mas o número foi revisado para baixo. A explicação oficial é que, no caos, corpos foram contados várias vezes.

Equipes de salvamento retiraram mais de cem pessoas dos destroços, e não havia sido divulgado um número oficial de desaparecidos. Os trabalhos de busca prosseguem.

Segundo a governadora de Oklahoma, Mary Fallin, o número de mortes pode aumentar, já que "pode haver corpos que tenham sido levados a funerárias locais".

Em cerca de 20 minutos, o tornado levou abaixo bairros inteiros numa faixa de 32 km ao sul do centro de Oklahoma City, incluindo, além das escolas, um hospital.

Segundo o serviço meteorológico dos EUA, algumas áreas enfrentaram ventos de mais de 320 km/h, o que enquadra o tornado na categoria EF-5, a mais alta possível.

Um funcionário do governo afirmou que os pedidos por danos do desastre devem ultrapassar US$ 1 bilhão. A quantia é superior ao prejuízo causado em 1999 por um tornado na mesma região, que matou 36 pessoas.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

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