Humorista é suspeito de disponibilizar imagens na internet contendo pornografia infantil


Foto: Reprodução/Ag. Lumiar


O humorista e radialista Rodrigo Vieira Emerenciano, o Mução, preso durante a operação DirtyNet, continua na sede da Polícia Federal de Fortaleza. Ele deixou o prédio da PF na tarde desta quinta-feira (28) para fazer exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) e voltou para a prisão.

Mução foi preso no apartamento onde mora no bairro de Meireles, em Fortaleza. Ele é suspeito de disponibilizar imagens na internet contendo pornografia infantil. Com o humorista, os policiais apreenderam materiais de informática, como notebook e tablet.

Durante a manhã, Mução e mais dois envolvidos no caso foram ouvidos no prédio anexo da PF do Ceará, em Fortaleza. A prisão temporária do radialista é de cinco dias e pode ser prorrogada. Segundo a PF, devido às provas já obtidas em e-mails durante as investigações, a prisão pode ser estendida para preventiva.

Ao G1, o advogado Waldir Xavier disse que Mução não tem participação no grupo investigado pela polícia. “Tudo vai ser esclarecido. Ele não tem nenhuma participação. É profissional reconhecido nacionalmente. A partir das oitivas (depoimentos), a Polícia Federal vai constatar que ele não tem nenhum envolvimento”, afirmou.

O produtor do humorista, Rogério Telmiro, chegou a afirmar, na tarde desta quinta, que o artista havia sido solto e "que não havia fatos que comprovassem sua culpa nos crimes de que estava sendo acusado". Ele disse ainda que se fosse culpado, "não estaria sendo solto".

De acordo com o site NE10, a PF informou que Mução será encaminhado para a sede do órgão em Pernambuco nesta sexta-feira (29) para ser interrogado.

Pornografia infantil

A operação DirtyNet foi desencadeada na manhã de hoje com o objetivo de desarticular a quadrilha. A PF estava monitorando redes privadas de compartilhamento de arquivos na internet há seis meses e detectou trocas de material de cunho sexual envolvendo crianças e adolescentes.

Integrantes de um mesmo grupo e valendo-se da suposta condição de anonimato na rede, os suspeitos trocavam arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual.

Além da troca de arquivos foram identificados ainda relatos de outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.

Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. Em Salvador, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão.