10/07/11

Família unida na esperança de decifrar o mal de Alzheimer


Para a família Betancur, aquilo era um tipo de peregrinação, um ato de fé para com a ciência.
Em setembro, quatro membros da família viajaram de Medellín, na Colômbia, ao Instituto de Alzheimer Banner, em Phoenix, no Arizona. Com eles estavam seis parentes distantes. Existem muitos outros parentes na cidade de onde eles vieram, aproximadamente 5 mil – a maior família estendida cujos membros possuem uma forma hereditária do mal de Alzheimer.
''Não há palavras para descrever o que é ver as pessoas que amamos decaírem ao ponto de não ser mais possível reconhecê-las’', afirmou Blanca Nelly Betancur, 43 anos. Até agora, a mãe e três irmãos dela herdaram a doença.''Até vê-los como cadáveres’', afirma.
Os pesquisadores do instituto e um neurologista colombiano estão estudando os membros da família e planejando um teste clínico para determinar a possibilidade de prevenir a doença anos antes do início da fase de demência via tratamento com drogas.
A família colombiana é considerada ideal para os testes de tratamento preventivo, porque os cientistas podem descobrir quais membros irão desenvolver o mal e aproximadamente quando. As pessoas que contraem a doença possuem uma mutação genética que causa a perda de memória na idade de 40 a 45 anos e, muitas vezes, a perda da maior parte das funções cognitivas aos 50 e poucos anos.
NYT(NYT)
A previsão é de que a pesquisa inicie apenas em 2012 porque os pesquisadores solicitaram financiamento ao governo federal e ainda não decidiram qual medicamento será testado. O teste será realizado em Antioquia, região onde vive a maior parte da família, que inclui Medellín e diversos povoados isolados das montanhas. Contudo, 12 dos parentes visitaram o instituto no mês passado, o que permitiu a realização de tomografias por emissão de pósitrons (PET) para verificar se o cérebro deles possuía placas de amiloides, estruturas cerebrais anormais que precedem o início dos sintomas. Até o final do ano, 50 membros da família terão realizado o exame, sendo que alguns já contraíram a doença, outros possuem a mutação e irão contrair a doença e alguns deles não possuem a mutação e não sofrerão com a doença.
Os instantâneos fotográficos da placa amiloide dos membros da família 'com ou sem o gene’ e 'com ou sem os sintomas’ ajudarão a concentrar o foco das pesquisas do medicamento para que os pesquisadores possam afirmar com mais precisão se ele está combatendo a doença, afirma o doutor Eric Reiman, diretor executivo do Instituto Banner.
''Nós precisamos descobrir quando essas placas se acumulam e qual o grau de avanço delas no momento em que o paciente inicia o teste de prevenção’', afirma Reiman. ''Essas informações serão a base para se descobrir qual o grau de alteração no cérebro no momento em que as pessoas com a idade dos voluntários irão se apresentar para o teste’', afirma.
A pesquisa do medicamento experimentará um tratamento que ataca a placa.
NYT(NYT)
Provavelmente será um medicamento que já foi testado sem sucesso em pessoas com os sintomas da doença. Atualmente, muitos cientistas acreditam que o fracasso dos medicamentos se deve ao fato de que, quando os sintomas iniciam, o cérebro já está bastante danificado.
Os planos do projeto são, inicialmente, fornecer o medicamento a cem membros da família com a mutação, com o placebo será fornecido a outros cem outros membros portadores da mutação e a para o mesmo número de não portadores.
Eles não serão informados se possuem ou não a mutação, nem se estão recebendo o medicamento ou o placebo.
A situação da família Betancur é particularmente difícil porque Blanca casou-se com Carlos Alberto Villegas, seu primo distante, e a mutação existe nos dois lados da família. A mãe dela morava com eles, morrendo no ano passado de Alzheimer, e uma irmã com sintomas precoces agora também mora com eles. Villegas, 54 anos, costumava ser um negociante de animais cheio de vida. Ele possui Alzheimer e a doença vem progredindo com tamanha rapidez que no último ano ele perdeu por completo a capacidade de falar e de andar. ''Isso é bastante difícil psicologicamente’', afirma a sua irmã Natalia Agudelo, 24 anos, que também viajou a Phoenix.
''Após terem perdido a memória, o que resta são seus instintos animais’', afirmou ela, acrescentando que seu pai ainda consegue mastigar e realizar alguns movimentos instintivos. ''Nós estaremos presentes até o último momento dele e veremos o que mais é possível ser feito para ajudar e para amar’', afirma.
Natalia, o irmão e irmã mais novos podem ter herdado a mutação do pai ou, caso a mãe seja uma portadora, dos dois. Por isso, ela decidiu não ter filhos.
''Eu adoro bebês e seria muito feliz se tivesse filhos, mas ter um filho significa mais do que 'o encanto inicial’, afirma. ''Precisamos ser realistas e reconhecer que essa doença é muito difícil. Em Medellín, as pessoas dizem para 'não sair por ai espalhando o Alzheimer’'', afirma.
Em Phoenix, eles se reuniram com o irmão mais velho dos Betancur, William, de 50 anos, e a irmã de Blanca, Estela, de 46 anos, ambos com os sintomas.
William deixou o emprego de motorista de ônibus porque não conseguia se lembrar das paradas. Ele sabe que está perdendo a razão. E está tão animado em relação à pesquisa que, ao ser perguntado sobre em qual dos braços preferia que o medicamento fosse injetado, ele afirmou, ''em qualquer lugar! Com o William, vocês não têm problema algum!'' Porém, a doença o deixa frustrado, nervoso e ''triste em pensar que meus filhos irão um dia contrair a doença’', afirmou William, que realizou uma vasectomia após o nascimento do terceiro filho por causa desse risco. ''Seria preferível não ter netos. Ou apenas alguns poucos’'.
Quando a família foi retirar o passaporte para a viagem, William ficou perdido durante uma hora no prédio do governo. Ele não se lembra da grande celebração que a família realizou em maio para seu aniversário de 50 anos.
Quando perguntamos a sua idade, ele afirma ainda ter 49 anos.
''Qual a razão de realizar atos como esse se ele nem se lembra?'', afirmou sua esposa, Elida Castrillón. ''Porque ele sente nosso amor’', afirmou Natalia.
Estela afirmou que não foi informada sobre possuir a doença, mas acredita que sim, ''porque comecei a me esquecer das coisas’'.
Ela chora com frequência e se sente sozinha porque seu marido está alheio e sua filha, ocupada com o trabalho e a escola. Ela espera que os pesquisadores encontrem a cura a tempo de ajudá-la.
Atualmente, ela está na metade de um livro chamado 'A Pesar de Todo, Que Linda Es La Vida’.
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Natalia Agudelo after receiving a brain scan to look for the characteristic amyloid plaques of Alzheimer’s disease, at Banner Good Samaritan Medical Center in Phoenix, Sept. 24, 2011. Banner’s researchers and a Colombian neurologist are studying Agudelo's extended family, planning a clinical trial to determine if Alzheimer’s can be prevented by giving drug treatment years before dementia begins. (Joshua Lott/The New York Times)


Cientista busca vacina antidroga


Imagine uma vacina contra o tabaco: pessoas tentando parar de fumar acenderiam um cigarro e não sentiriam nada. Ou uma vacina contra a cocaína, impedindo que os viciados aproveitassem as sensações do efeito da droga.
Embora nenhuma delas esteja iminente, ambas estão sendo discutidas – assim como vacinas para combater outros vícios. Enquanto cientistas historicamente focaram seus esforços de vacinação em doenças como poliomielite, varíola e difteria – com grande sucesso _, hoje eles estão trabalhando em injeções que poderão, algum dia, libertar pessoas das garras das drogas.
''Enxergamos isso como um caminho alternativo para algumas pessoas’', disse o Dr. Kim D. Janda, professor do Scripps Research Institute que fez disso a obra de sua vida. ''Assim como os adesivos e o chiclete de nicotina, essas coisas são apenas sistemas para livrar as pessoas das drogas’'.
Janda, químico de fala ríspida com um gosto por uísques caros, vem tentando há mais de 25 anos criar uma vacina assim. Como as doses contra doenças, estas vacinas agiriam estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos que desativariam o narcótico antes que ele pudesse criar raízes no corpo, ou no cérebro.
Diferente das vacinas preventivas – como as conhecidas para caxumba, sarampo e assim por diante _, este tipo de injeção seria administrado depois que o usuário já houvesse sucumbido a uma droga. Por exemplo, viciados em cocaína vacinados com uma das fórmulas de Janda antes de cheirar a droga relataram uma sensação como a de, segundo ele, ''usar uma cocaína batizada’'. ''Eles se sentiram como se estivessem desperdiçando seu dinheiro’'.
Esse uso inovador para vacinas colocou Janda, de 54 anos, na vanguarda dos tratamentos contra o vício. Como o vício é considerado como causador de mudanças físicas no cérebro, médicos defendem cada vez mais soluções médicas para o problema com drogas nos Estados Unidos, levando a um interesse renovado por seu trabalho.
''O assunto está muito em voga atualmente’', afirmou Janda, sentado numa poltrona de couro em seu escritório. ''Isso não era assim quando começamos a pesquisar, há 27 anos’'. Em julho, o laboratório de Janda – 25 pesquisadores, a maior parte em idade universitária – chegou às manchetes ao anunciar a produção de uma vacina que reduzia os efeitos da heroína em ratos. Roedores que receberam a vacina não experimentaram os efeitos analgésicos da heroína e pararam de procurar a droga, presumivelmente porque deixaram de sentir qualquer efeito.
Mas como ocorreu diversas vezes na carreira de Janda, a descoberta veio acompanhada de um contratempo: um experimento clínico com uma vacina para nicotina, que era baseada basicamente em suas pesquisas, foi declarado um fracasso neste trimestre, quando as pessoas recebendo a droga pararam de fumar no mesmo ritmo que pessoas recebendo placebo.
Até este momento, apesar de muitas descobertas promissoras, nenhuma das vacinas de Janda recebeu aprovação da FDA (agência que controla a venda de remédios e alimentos nos EUA). Mesmo com muitos sucessos no laboratório – incluindo promissores testes com animais _, as vacinas ainda não geraram resultados consistentes em humanos durante experimentos clínicos.
''É como ter a cenoura bem na frente do cavalo’', comparou ele. ''O grande problema dessas vacinas é a dificuldade em prever seu funcionamento em seres humanos’'. Ou, acrescentou ele, ''talvez eu simplesmente esteja sem sorte’'.
O princípio científico por trás das vacinas de Janda é, segundo o próprio, ''estupidamente simples’'. Assim como em vacinas contra doenças, elas introduzem uma pequena quantidade da substância estranha no sangue, fazendo com que o sistema imunológico crie anticorpos que atacarão essa substância da próxima vez em que aparecer.
A dificuldade é que moléculas como cocaína, nicotina e meta-anfetaminas são minúsculas – muito menores do que moléculas de doenças _, e o sistema imunológico tende a ignorá-las. Para superar isso, Janda anexa um hapteno – que é um pedaço da droga em si ou uma versão sintética – a uma proteína maior, que age como plataforma. A parte final da vacina é um adjuvante, um coquetel químico que atrai a atenção do sistema imunológico – levando-o a desenvolver anticorpos contra uma substância que normalmente nem seria percebida. ''Não é como alguma premissa mágica’', afirmou Janda. ''E o melhor disso é que não estamos mexendo com a química do cérebro’'.
O contraste, segundo ele, são antiopiáceos como buprenorfina ou metadona, atualmente usados para tratar o vício em heroína. Em vez de bloquear os efeitos da droga, eles tentam substituir a sensação da heroína. Janda diz ter tentado – e fracassado – fazer vacinas contra o álcool e a maconha. No caso do álcool, as moléculas de etanol se mostraram pequenas demais para anexar à proteína que geraria a imunidade. E no caso da maconha, o principal ingrediente que gera a sensação – tetra-hidrocanabinol, ou THC – se esconde bem demais dentro do corpo.
Ele também tentou formular uma vacina contra a obesidade. Em vez de bloquear uma substância estranha, a vacina bloquearia os efeitos de um hormônio peptídeo produzido pelo estômago, chamado grelina, que sinaliza a fome para o cérebro. Até agora, uma versão da vacina mostrou reduzir o consumo de alimentos em animais, porém – mais uma vez – não se sabe como funcionaria em humanos.
Mesmo assim, viciados e suas famílias estão implorando para entrar nos experimentos clínicos de Janda. Ele conta receber e-mails semanalmente de viciados pedindo para ser incluídos. Por diversas vezes ele foi obrigado a dar as costas a pais de dependentes, que aparecem em seu escritório trazendo os filhos após ler sobre seu trabalho.
''O que deveria fazer, entrar no laboratório e lhe injetar a vacina direto do refrigerador?'', questionou ele. ''Imagino que seja algo tão devastador a essas famílias que eles estão buscando por qualquer coisa, e não há nada disponível. É muito triste quando você vê esse tipo de coisa’'.
Apesar das decepções, alguns cientistas preveem que Janda terá sucesso. Nada menos do que a Dra. Nora Volkow, especialista em vícios e diretora do National Institute on Drug Abuse, classifica-o como um ''visionário’', que enxergou a possibilidade de tratar o vício com medicamentos décadas antes de qualquer outro. De fato, uma razão pela qual seu instituto é um dos maiores financiadores de Janda é a crença de Volkow de que o trabalho acabará produzindo uma vacina comercializável.
''Hoje muitas pessoas dizem 'Sim, é claro’ à ideia de tratar o uso de drogas com vacinas’', disse Volkow. ''Mas isso levou muitos anos e ele percorreu uma estrada repleta de ceticismo’'.
Atualmente, os cientistas trabalhando para criar vacinas contra narcóticos incluem o Dr. Thomas Kosten, do Baylor College of Medicine, e o Dr. S.
Michael Owens, da Universidade de Arkansas. Kosten obteve algum sucesso com a vacina contra cocaína, enquanto Owens está focado em vacinas contra meta-anfetaminas. Os três pesquisadores afirmam serem prejudicados por uma falta de interesse – leia-se financiamento – das companhias farmacêuticas em vacinas contra qualquer droga exceto a nicotina, provavelmente porque não se pode ganhar muito dinheiro numa aplicação semestral e porque essas companhias não querem associar suas marcas a usuários em drogas.
Mesmo assim, a longa jornada de Janda pelas vacinas para narcóticos teve início não com uma dolorosa luta familiar contra o vício, mas com um simples pedido de um dos antigos sócios corporativos do Scripps Institute, na década de 1980.
''Eles estavam interessados em toda a área de anticorpos’', explicou ele. ''Eles me abordaram e disseram: 'Você seria capaz de criar anticorpos para uma droga ilegal?' E embarcamos nisso’'.
Janda passou muitos anos tentando levar suas próprias vacinas ao mercado.
Nas décadas de 1980 e 1990, ele ajudou a abrir algumas pequenas companhias farmacêuticas que patentearam e testaram seu trabalho, com variados graus de sucesso. Uma delas torrou US$ 60 milhões de capital de risco em nada que possa ser visto; outra foi vendida por US$ 95 milhões em 1999, mas ''devido a uma má gestão e separações problemáticas, acabei com o suficiente para uma caixa de cerveja’', garantiu ele. Hoje em dia, Janda prefere publicar seus resultados em revistas científicas e deixar que outros levem as vacinas ao mercado.
Ele é rápido em advertir que remover a sensação causada pela droga não significa curar os problemas do vício. Não há nada que impeça um viciado em cocaína, por exemplo, de se voltar às meta-anfetaminas.
Como qualquer tratamento antivício, suas vacinas são concebidas apenas como ''uma muleta para aqueles que querem entrar em abstinência’', colocou Janda.
''O problema com viciados é que eles precisam querer deixar a droga, caso contrário nada irá acontecer’'.
Ele também está ciente das questões éticas impostas por seu trabalho. Hoje, um viciado em recuperação consegue passar num teste de drogas alguns dias após interromper o uso. Uma vez vacinada, porém, essa pessoa trará anticorpos por até seis meses, alertando possíveis empregadores sobre sua luta com o vício. ''Antes de um pai colocar seu filho na faculdade, ele pode levá-lo a uma rodada de vacinas contra todas as drogas?'', questionou Jenny Treweek, pesquisadora da Janda Laboratories que vem trabalhando numa vacina contra o flunitrazepam, mais conhecido como 'boa noite cinderela’. ''Alguns adolescentes podem ter problemas sérios com isso’'.
São questões como essa – e o desejo de solucionar o enigma molecular montado por ele mesmo – que motivam Janda a passar sete dias por semana em seu laboratório. Ele passa grande parte desse tempo mexendo nos componentes de suas vacinas – tentando diferentes proteínas ou haptenos, ajustando os adjuvantes _, na esperança de acertar com precisão a fórmula correta.
''Se eu vacinasse três pessoas e todas tivessem a mesma resposta imunológica’', disse ele, ''então teríamos uma imagem bem clara de como levarmos as coisas adiante’'.
Mas passados quase 30 anos de ajustes, ele parece cada vez mais resignado à ideia de que pode não ser ele a cruzar a linha de chegada.
''Eu imagino que ainda tenha oito ou dez anos pela frente’', disse ele. ''Se algo não acontecer em oito ou dez anos, então será a vez de outra pessoa’'.
The New York Times News Service/Syndicate - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_
Dr. Kim Janda holds a model of the nicotine molecule in his office at the Scripps Research Institute in San Diego, Sept. 15, 2011. Janda has been working for more than 25 years to create narcotic vaccines that could prevent addicts from enjoying the drug's high. (Robert Benson/The New York Times)


Morcegos se orientam usando rápidos músculos vocais
Os cientistas chamam o último som que um inseto ouve antes de ser ingerido por um morcego de 'zunido final’, o sonar que os morcegos usam para rastrear a presa. Os morcegos conseguem produzir esse som de ecolocalização no ritmo acelerado de até 190 'zunidos’ por segundo e também o utilizam para navegação.
Nunca se soube exatamente como eles produzem esse som de forma tão rápida.
Agora, porém, os cientistas relatam que os morcegos conseguem emiti-los graças a músculos vocais muito rápidos. Eles são os primeiros mamíferos conhecidos a possuir esse tipo de músculo. Os músculos são muito frágeis, mas sua rapidez é tão grande que podem se contrair cem vezes mais rápido do que músculos comuns dos seres humanos. Além disso, a velocidade deles supera a do músculo mais rápido dos humanos, que fica nos olhos.
Os músculos mais rápidos descobertos até agora pertencem a pássaros cantantes, cobras cascavel e certos tipos de peixes – todos os utilizam na produção de sons. Pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca e da Universidade da Pensilvânia queriam verificar se esses músculos também estavam presentes nos mamíferos, o que os levou a observar morcegos da espécie 'Myotis daubentoni’, encontrada em toda a Europa e a Ásia.
''Eu pensei que se os encontrássemos em mamíferos, eles seriam os morcegos’', afirmou o autor do estudo, Coen Elemans, professor adjunto da Universidade do Sul da Dinamarca. ''Quando o animal caça presas que se movem rapidamente e tentam escapar, é muito importante produzir esses sons a um ritmo bem acelerado’', afirma.
No estudo, publicado na revista Science, Elemans e seus colegas registraram os sons dos morcegos e determinaram o momento em que o eco chega aos ouvidos deles. Os cientistas descobriram que os cérebros dos morcegos processam os sons ainda mais rápido do que seus músculos podem gerá-los. Em alguns casos, são processados 800 sons por segundo, antes que as emissões comecem a se sobrepor aos ecos, causando confusão. Pesquisadores inventam dispositivo para conhecer besouros
Os besouros-de-ambrósia trabalham duro. Eles passam o tempo cultivando os fungos que serão seu alimento no interior das árvores. Contudo, os besouros também são atentos em relação à privacidade, o que fez com que seus hábitos sociais e de trabalho permanecessem um mistério.
Peter Biedermann, pesquisador de ecologia comportamental e evolução da Universidade de Berna, na Suíça, afirmou em e-mail: ''não é possível observá-los nos campos’'. Ele é pesquisador de ecologia comportamental e evolução da Universidade de Berna, na Suíça. ''Eles constroem os ninhos dentro da madeira sólida e, se observados, todos tentam escapar, por isso, não é possível analisar o seu comportamento habitual’', afirma.
Por isso, Biedermann e um colega pensaram em um projeto: eles desenvolveram tubos de observação feitos de vidro que imitam o ambiente natural dos besouros para observá-los individualmente e trabalhando nas colônias.
Eles descobriram que os besouros-de-ambrósia são bastante sociais e vivem em sociedades nas quais existe um sistema de distribuição de tarefas. As fêmeas adultas cultivam jardins de fungos e protegem a colônia, enquanto aos machos são reservados a limpeza e o acasalamento com as fêmeas.
Até filhotes têm suas tarefas. O papel da larva é limpar e cavar para aumentar o ninho, afirmou Biedermann, que relatou as descobertas este mês na revista The Proceedings of the National Academy of Sciences.
O estudo mostra que as colônias deste besouro são semelhantes às de outras sociedades de insetos, como a das vespas, abelhas e formigas, cuja repartição de tarefas é conhecida há bastante tempo. Contudo, há perguntas que continuam sem resposta.
Os pesquisadores notaram que a larva dessa espécie retarda o desenvolvimento do fungo. Será que elas pedem ajuda à bactéria produtora de antibióticos, assim como fazem as formigas cortadeiras? Ou ainda, é possível que elas contenham o fungo usando algum tipo de secreção. Biedermann agora pretende descobrir como isso ocorre. Sem barbatanas, sem problemas: medusas caçam e se movimentam a seu modo
Para animais que se movimentam sem o benefício da visão, a medusa conseguiu sobreviver muito bem. O que ocorre é que elas estão se tornando o predador dominante de áreas nas quais o excesso de pesca e a destruição de habitats causaram a redução da população de peixes.
Constatou-se que, mesmo com sua aparente lentidão, as medusas são tão eficazes ao caçar e capturar alimentos quanto os seus concorrentes com barbatanas. Talvez elas não se movam tão rápido, mas em um estudo publicado na revista Science, os pesquisadores descobriram que elas usam o tamanho do corpo para aumentar o êxito na hora da caça. Com seus grandes corpos, formados em grande parte por água, e os longos tentáculos, elas conservam energia ao permitir que a correnteza as guie até a presa, segundo relatou José Luis Acuña, um dos autores do artigo e biólogo da Universidade de Oviedo, na Espanha.
''Para nossa surpresa, as medusas eram tão boas predadoras quanto os peixes com aparência de predadores, apesar de serem lentas e cegas, pois fazem uso de uma habilidade hidromecanica totalmente diferente’', afirmou Acuña por e-mail.
Acuña e seus colegas descobriram que as medusas também se alimentam de maneira eficiente. Talvez elas não se alimentem tão rápido quanto os peixes concorrentes, mas canalizam eficazmente a energia obtida dos alimentos em crescimento corporal. Além disso, as medusas não precisam comer muito. Isso permite que resistam durante meses sem comida, se necessário.
Acuña chamou atenção para o fato de que a medusa se tornou dominante na região da costa da Namíbia onde as sardinhas foram pescadas em excesso e também no Mar Amarelo, na costa norte da Ásia, onde elas estão no lugar de uma enorme população de anchovas. Se a pesca em excesso e a destruição de habitats continuar em outras partes do mundo, talvez os oceanos tenham um futuro mais gelatinoso reservado.
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